Coleção pessoal de ulisses_formiga
Me fiz um figurante
No meu próprio filme.
Um convidado
Na minha própria festa.
Coloquei o amor num pedestal
E o louvei como a uma Deusa.
E me ajoelhei
E orei
Mas não fui atendido
Porque eu mesmo
Me condenei
A ficar em segundo plano
Um mero expectador.
Ah, esse silêncio gritando em meus ouvidos, clamando pra eu me mexer...
E esse corpo dormente, doente, carente, querendo te ver...
Ah, tempo, negocia comigo, vai!?
Tanto tempo preocupado com as
Ervas daninhas
Que já havia me esquecido de regar as
Flores.
Como são bonitas e cheirosas!?!!
Deixe o mato, ele acaba morrendo,
De inveja.
O difícil
É que a vida
E uma história que
Tem que ter um meio feliz
Porque o final chega sem avisar
E no final do dia você percebe que
O único sincero com você
É o espelho,
Que reflete só sua verdade.
Sem meias palavras
Nem boas intenções
O que te define?
É seu batom bem passado?
Seu cabelo bem penteado?
Sua roupa com bom caimento?
Tem certeza que isso que procuram em você?
É isso que quer que vejam em você?
Suas fotos mostram tudo
Pra quem não busca mais nada.
Entre ter o céu ou o mar,
Escolho assistir ao por do Sol.
Não preciso ter coisas só pra mim,
Prefiro partilhar emoções.
O silêncio de quem cala guarda todas as verdades e todas as mentiras.
As palavras, quando não trazem a verdade, revelam apenas uma única mentira.
Então confio em quem fala, que declara e escancara, se não a sua verdade, apenas a sua única mentira.
Escancare sua própria loucura.
Exponha suas cicatrizes.
É libertador livrar-se do próprio preconceito.
Você me envergonha.
Não! Não pelo seu erro.
Provavelmente devo ter errado mais que você.
Me envergonha sua insistência em negá-lo, em justificá-lo, em repeti-lo, como se a reiteração convencesse o mundo de que, como ocorre com uma mentira, você estivesse certa.
A teimosia não purga o pecado, só o potencializa.
Falta maturidade para admitir e mudar o rumo.
Experimente!
É um sentimento de liberação de uma roupa suja, velha e encardida, que dá lugar à veste limpa e leve da verdade.
Não. Ninguém mora sozinho.
Moramos com nosso pior inimigo, o mais crítico, o que nos conhece mais a fundo, de quem não podemos fugir.
Seria fácil não ter cobranças, expectativas.
Maldito espelho que não para de me julgar.
Me escondo mesmo, vc está certa.
Mas erra quando diz que é de você.
Não teria porque, não teria como.
Fujo da minha imperfeição
Me escondo da minha incerteza
O que vê é tão bonito.
Tão carinhoso e bem intencionado
Que não deixo vc aprofundar,
Chegar no fundo, na escuridão
Onde tudo é embaçado, incerto,
Frio, escondido, sem rimas, sem direção
Então afundo mais na lama,
Me torno mais obscuro, te confundo
Me camuflo pra não ser revelado