Coleção pessoal de tianefroes
Tenho mais pena dos animais do que dos humanos, eles são bem mais humanos. O homem é irracional demais, cruel demais e culpado demais.
E o que sobrou nesses caminhos desertos, foi um pouco de mim, e um pouco de você, e é quando nos encontramos e ficamos completos outra vez.
Ela chorou na noite passada, pedia no escuro que se alguém estivesse ouvindo os seus insanos sussurros, trouxesse boas mudanças para a sua vida.
Ela não acreditara no que pedia, mas havia esperança.
Os dias passaram, era uma daquelas manhãs quentes, e ela se dava conta de que mais uma vez tudo continuava igual, e que seus desejos continuavam apenas desejos.
Tinha a mania boba de pensar que algo fictício lhe traria subitamente uma mudança radical.
Bom, por ela não havia muito de se esperar, garota insegura, sem coragem, acomodada, apenas com sonhos -grandes sonhos- que se dependessem da sua coragem e atitude, nunca passariam de idealizações, devaneios repassados antes de dormir.
Ela sabia exatamente o que queria e onde encontrar, mas não estava preparada para caminhos árduos, coisas difíceis, então iria fazer um destino cauteloso, sem muitas aventuras...
Tudo o que ela não queria.
Eles estavam sentados, abraçados, em silêncio. Tinham tanto o que dizer um ao outro, mas o silêncio era tão belo quanto o que sentiam.
Solidão, fragilidade e afins.
É horrivel quando se é tão sensível, qualquer coisa te machuca, qualquer rejeição, qualquer crítica pode acabar com o seu dia. E depender de pessoas que nem se importam com você pra ter um dia agradável, é loucura. Sim, loucura. Eu penso nas milhões de coisas que eu queria mudar em mim, como não confiar nas pessoas rapidamente, não me apaixonar fácil, e isso acontece justamente porque preciso, preciso tanto de alguém em que possa confiar, então me iludo, colo na face de qualquer um que me dê um fio de esperança, a imagem da pessoa confiável que procuro. Bom, o que acontece é bem previsível: decepção, desilusão, mas quando digo essas palavras você imagina algo enorme, e não é, são coisas tão ínfimas, que me deixam de coração partido. Tenho um humor tão, tão frágil, sou tão difícil de lidar. Sou como feita de cristal, é preciso muito cuidado, me quebro fácil. Mas não há ninguém que se preocupe nos milhões de pedaços em que ficarei, ninguém cuida, ninguém mima. É preciso que eu me cuide sozinha, sim, é preciso. Queria ser como aquelas garotas de corações partidos que de tanto se quebrarem viram gelo, não amam, não sentem, sim, nada me abalaria. Estou cansada, tão cansada de me iludir, me decepcionar, me iludir, me decepcionar, e me iludir mais um vez. Garota, as pessoas não não se importam, ponha isso na sua cabeça, elas não se importam se te machuca ou se te faz ficar triste. Não há amor, você está só, e é preciso seguir em frente.
Cansada de construir asas de cera e depois cair desnorteada por serem derretidas pelo sol. Mas não desistirei de sair desse labirinto que a vida me impôs. Preciso ir além dos muros que me cercam, preciso atravessar o mar.
Aí as coisas estão perfeitas, totalmente planejadas, até que começamos a pensar nelas e achar defeitos por todos os lados.
A vida não é um seriado no qual nossas palavras são pensadas antes de serem ditas e sempre soam belas e não-idiotas. Mas bem que poderia..
Algo dentro de mim grita por mudanças, de cenário, de vida, de personagens, de aparência, na busca de algo mais do que tenho, bem mais.
Na solidão do silêncio os fantasmas aparecem,
e toda tristeza escondida pela manhã,
vem a tona no mais breve entardecer.
O medo, a insegurança, a falta de fé,
todos teus erros se juntam e puxam com
pouca dificuldade uma lágrima,
que se segue de muitas outras.
Então percebes que a solidão é comumente em todos nós,
e o sentido para tudo foge da tua mente.
Sentido o qual não existe, por isso, à noite,
quando a lúcidez mais profunda bate à porta,
percebes a sua falta.
Sentido, onde estás? Pergunto. Mas sempre vivi
sem respostas, e descubro a inexistência
de tudo pelo qual vivo na missão de encontrar.
Por favor felicidade, não me desaponte.
Tantas perguntas para tão poucas respostas... Interrogações dominam a minha mente agora, e é meio difícil saber em que devo acreditar.
E aí perceber que fui orgulhosa sozinha, que angustiei sozinha, que sonhei sozinha, e que, como sempre, estava sozinha.