Coleção pessoal de tiago_anderson
Quantos corações eu destruí para aprender a amar...
Quantas pessoas magoei para aprender a perdoar...
Quantas almas eu consumi para o monstro acalmar...
No fim das contas a vida é justa, paguei o preço exato para o "exatamente" saber.
Sempre que me acostumo com o mundo ele já mudou, sempre que me acostumo a uma ideia ela já é outra. Talvez amadurecer seja isto, saber que sempre estará atrás das evoluções do cotidiano e aceitar este fardo dia após dia, evolução após evolução.
Confiança
Você nunca conhecerá ninguém. Se te consola achar que conhece, tudo bem, cada um escolhe a maneira como deseja ser enganado. A única semelhança entre você e o outro é que ele também acha que te conhece. E o simples ato de achar que conhece alguém cria algo em você chamado "confiança".
Confiar em alguém é como abraçar um cacto e esperar que ele não te fure, é pular de um prédio e esperar que pelo apreço que você tem ao chão ele não te mate, é entrar na jaula de um tigre faminto e esperar que por você gostar de animais ele não o devore, é subestimar a natureza das coisas. A confiança é algo totalmente ilógico, um salto de fé.
Você nunca conhecerá ninguém pois não estará na mente desta pessoa quando ela estiver sozinha, não saberá os pensamentos desta pessoa antes de ela dormir. É simples, o outro nunca será você, ele nunca lhe dirá seus verdadeiros pensamentos, seus verdadeiros instintos, suas verdades mais profundas, porque todas essas "verdades" estão além das morais que conhecemos, estão além de julgamentos, estão além do bem e do mal, essas verdades são seus instintos "mais primitivos" gritando em sua mente palavras que nunca serão ditas.
Você nunca conhecerá ninguém, porque pra isso precisaria conhecer a si mesmo em primeiro lugar, porém, mesmo assim você sempre vai confiar nas pessoas pois pra você sempre será melhor ter fé em algo do que não ter fé em nada.
O amor ao ideal
Amar... é fácil dizer que amamos algo ou alguém, e é mais comum do que acreditamos e veja, não é um crime dizer que amamos, jamais, é uma das coisas mais potentes que a natureza pode nos oferecer, porém se analisar num contexto prático, não faz o menor sentido.
A questão é que não há nada amável em si, nada é gostável em si e sim há sempre algo que ama algo, alguém que gosta de algo. Um carro não é amável, um carro só é, até porque se um carro fosse amável em si mesmo TODOS sem exceção o amariam.
Assim é a relação entre as pessoas, pessoas não amam pessoas, pessoas amam ideais de pessoas, "olha aquele garoto, ele é lindo, é honesto, é fiel, se encaixa perfeitamente no meu ideal de pessoa", exatamente, porém a vida é devir, devir é transformação e o dia que a natureza mudar aquele garoto o suficiente para ele deixar de ser seu ideal de pessoa, já não lhe agradará mais não é? você deixa de amar o ideal nesta pessoa pois ele já é diferente daquilo que um dia foi.
O que é um casamento? uma luta sem fim de duas pessoas para que seus ideais no outro não seja alterado, alguns conseguem e outros não e assim a vida segue.
Veja, o amor ainda sim consegue ser bonito pois por sua vez é uma das manifestações mais puras da natureza, uma mãe que ama seus filhos, o olhar desta mãe para com eles é a manifestação mais poderosa de amor a um ideal, "veja, meu filho é uma parte de mim, ele será aquilo que eu nunca pude ser, ele trilhará caminhos diferentes e melhores que os meus", um ideal poderoso de esperança, amor a esperança de transcender no outro. Em relação ao olhar, dos nosso sentidos, com certeza o amor floresce nos olhos. Somos observadores e a maneira mais eficaz de transmitir sentimentos é através do olhar.
É legal dizer que amamos quando usamos a forma genérica da palavra, mas basicamente amamos aquilo que se encaixa no que acreditamos ser a "perfeição aos olhos".
No fim, se faz necessário um cuidado ao usar tal palavra, uma vez que ela não é só o que diz ser, uma vez que o uso indevido fere, distorce e as vezes até mata. Saber o real significado nos torna qualificados a usa-la, torna você responsável por aqueles a quem diz amar.
Não gosto de encarar as pessoas nos olhos, não por covardia...
Já ouviram aquela frase "Podemos ver a alma das pessoas através dos olhos" ?
Pois é, nunca gosto do que vejo.
O tempo passa, a mente amadurece, o coração sofre. Velhos rostos, velhas vozes, velhas canções. Na silhueta do rosto amigo, uma visão e amargura, onde um sorriso singelo e sincero demonstra a maturidade. Uma sombra, uma piada, uma estrela no céu, algo faz você sentir muito, e algo te faz não sentir nada. Sou grato pelo amor e pela dor que me foi concebida, amo a vida, os amigos, a família, o calor no coração. Amo o ódio e aceito a insanidade, todas elas.
A vida é uma coletânea de cores, algumas são bonitas... e outras não.
Seres humanos gostam de animais de estimação por dois motivos, primeiro ele não fala e segundo ele é seu subordinado, qualquer um que não fale e seja seu subordinado se tornará automaticamente digno de seu afeto.
A vida as vezes nos encobre com trevas e escuridão, sempre me perguntei porque tanto ela queria me deixar no escuro. O que eu tinha feito a ela afinal ?
Depois de tanto ficar no escuro, percebi que na verdade tudo que ela queria era só que eu reparasse nas estrelas e não se pode ver estrelas no claro.
A vida tem um jeito estranho de nos mostrar as coisas. Mas basta que passemos a enxergar do ponto de vista dela e tudo se encaixa.
Quando começares a fadigar de teu próprio silêncio, esta é a hora em que deves começar a se preocupar.
Um mundo subjetivo, subentendido, oculto e subliminar.
Um lugar onde a maioria dos "sujeitos" só conseguem enxergar o que o próximo quer que ele veja.
Um teatro cheio de marionetes prontas para o espetáculo. Robôs programados para "serem algo", para serem o que o programador quer que sejam.
Um lugar irreal, falso, inexistente, tão frio e obscuro quanto os confins do universo.
Um grupo de seres buscando a redenção eterna, o julgamento final e finalmente um motivo para "ser" o que não podem ser. Eis a definição de Sociedade.
As vezes, só as vezes, é necessário fechar os olhos, respirar fundo e seguir o resto do dia em completa escuridão. As vezes é preciso deixar seu outro lado comandar.
Aquele que não é amigo de seus próprios demônios não tem a menor chance neste mundo.
Tudo que se torna óbvio passa a ser chato aos olhos do observador, portanto saber tudo a respeito de algo ou alguém não é vantagem, é problema.
A natureza sempre encontra um meio e a seleção natural tem um lado e este é o dos mais fortes, sempre foi assim e sempre será. Os que subestimam sua forma de agir estão condenados, os frágeis estão condenados, os enfermos estão condenados assim também como os pobres de espírito. Todos estes condenados ao abismo do esquecimento que emana indiferença. A natureza não liga pra quem você é ou pra quanto tem no bolso, quando sua fome pela perfeição chega, todos que não podem lutar caem.
Um sorriso pela manhã, o vento chacoalhando as árvores, um pôr do sol discreto, o ar fresco no fim do dia, a estrela solitária no céu, o silêncio da noite, um pequeno momento de pureza onde é possível se alinhar com o resto da existência.
Dias bons e dias ruins sempre se aproximam, mas toda vez que eu esqueço de admirar os detalhes dou motivos para a balança da vida pender ao lado negativo das coisas.
O mundo moderno trouxe o que há de pior no homem e na informação, regurgito de regras seletivas, morais ainda mais flexíveis, aumento brutal no repasse de informação não confiável e o pior de tudo, tornou as convicções humanas ainda mais fortes e quanto a este último hora isto é bom e hora isto é um declínio evolutivo. Se alguém tinha alguma dúvida sobre algo, agora se encontra com uma sólida certeza, certeza incorruptível, intangível. Num mundo onde não existem certezas aparentes o homem afirma saber de tudo e afirma tudo. A terra é plana diz o homem convicto, vacinas matam, os Illuminati eles dizem. O diálogo está morto e o conhecimento se tornou seletivo. E como sempre dá pra piorar, aqueles que detém o real conhecimento sobre o mundo, aqueles que respeitam os limites de suas afirmações, perderam a paciência para a dialética e para a didática. Vos digo então, um dia todos os sábios abandonarão a espécie humana, todos os técnicos, estudiosos, filósofos pularão do barco, nem mesmo o homem mais resiliente ficará firme em seu lugar. Cansados de tantas falácias e hipocrisia, cansados de sentirem náusea toda vez que os "sábios modernos" começam a argumentar. Será a extinção do conhecimento e o nascimento da idiocracia.
Neste dia o homem deixará de ser e o nada o abraçará, justificando o que ele sempre foi, um breve delírio do universo.