Coleção pessoal de tham
A gente tem sede de infinito e de permanência, então, esse ser que assegura a permanência das coisas, é que eu chamo de Deus. É o absoluto.
Aqui é dor, aqui é amor, aqui é amor e dor:
onde um homem projeta seu perfil e pergunta atônito:
em que direção se vai?
Eu quero depois, quando viver de novo, a ressurreição e a vida escamoteando o tempo dividido, eu quero o tempo inteiro.
Um corpo quer outro corpo, uma alma quer outra alma e seu corpo. Este excesso de realidade me confunde.
Tanto tempo depois que Ana me deixou, e eu sobrevivi, que o mundo foi-se tornando aos poucos um enorme leque escancarado de mil possibilidades.
Nem é você que eu espero, já te falei. Aquele um vai entrar um dia talvez por essa mesma porta, sem avisar.
A vida, esta vida que inapelavelmente, pétala a pétala,
vai desfolhando o tempo, parece, nestes meus dias,
ter parado no bem-me-quer …
E lá ficaram, mas não tão entregues como durante a noite. Ela buscava algo e ele buscava algo, ambos furiosos, fazendo caretas; enterrando a cabeça um no peito do outro eles se buscavam e seus abraços e seus corpos arqueados não os faziam esquecer, mas lembrar-se da obrigação de continuar buscando; como os cães raspam desesperadamente o chão, eles raspavam os seus corpos e, desamparados, decepcionados, para alcançar ainda uma última felicidade, eles às vezes passavam à larga língua sobre o roso do outro. Só o cansaço os acalmava e os tornava mutuamente gratos.
Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo? Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?