Coleção pessoal de thaaysmaaria
Quando você passar por momentos difíceis e se perguntar onde estará Deus, lembre-se que durante uma prova o professor está em silêncio.
Mas dá um frio na barriga, um tremor, um medo de depender de alguém, de sofrer, de escolher errado, de lutar por algo que não vale a pena. Porque o coração nem sempre é mocinho. Foi por isso que corri, tentei fugir, mas quando tem que ser, não adianta, será.
E a gente mente tanto dizendo que está tudo bem, que está tudo em paz, que passou, que não dói mais, que já virou lembrança distante. No fundo ainda dói de uma forma bagunçada, revirada, transtornada. Mas isso ninguém vai saber.
Não adianta apenas ser bom. A gente precisa se esforçar para fazer com que a vida dos outros seja boa também.
"— Tá vendo aquele trem?
— Sim, por que?
— Mesmo vazio ele continua seguindo.
— O que tem isso?
— Faça o mesmo, por mais vazio que esteja, apenas siga."
Mas gosto, gosto das pessoas. Não sei me comunicar com elas, mas gosto de vê-las, de estar a seu lado, saber suas tristezas, suas esperas, suas vidas...
Levo cortes, sou ignorado, engulo grosserias, esqueço patadas e as pessoas ainda querem que eu seja sempre amigável.
"Tem que tentar
Tem que correr
Tem que jogar
Tem que vencer
Tem que sonhar
Tem que viver
Tem que lutar
Tem que saber."
"Como eu aguento guardar tanta coisa comigo, por tanto tempo? Como eu aguento pensar o tempo todo e não dizer sequer uma palavra? Como? Sufoca, sabia? Mas eu não consigo! Muita coisa do que eu sinto ninguém vai saber, muito segredo meu talvez eu nunca chegue a contar. E eu sou assim. Um acúmulo de palavras não ditas, de coisas escondidas, de pensamentos privados. Só que uma hora a gente explode. Ah, explode… Uma hora a gente sai contando tudo, só pra poder respirar. Uma hora a gente não aguenta mais e fala, desabafa. Mas algo sempre fica guardado com a gente. Sempre. Porque uma parte de nós é aquilo que ninguém desconfia."
Eu devo reconhecer que ninguém me conhece. Não realmente. Os que mais sabem não sabem da metade. Não deixo todos os segredos escaparem de mim, não mesmo.
Todo mundo quieto em volta. Aí resolvi calar a boca. Afinal, como na fábula do lobo e do cordeiro: contra a força não há argumentos. Mas ando de saco muito cheio com essas coisas. De repente estou trabalhando num lugar que me obriga a ir contra tudo que penso e sinto. Não sei como resolver tudo isso. Mas tudo bem, estou calmo e ponderado, embora a vontade seja de agredir todo mundo, dizer meia dúzia de verdades e sair pisando duro. Não vou fazer nenhuma loucura.