Coleção pessoal de teodoriando
Eu sinto saudade. Eu a tenho presa comigo, rolando em meus lençóis, no úmido do travesseiro, é ela que me caiu dos olhos.
Em cada centímetro de uma cama vazia, que mesmo eu estando ali, não há ninguém. Falta o seu cheiro no meu edredom.
Tenho saudade de sonhar com você, tudo o que eu queria era que um dia ao despertar eu olhasse pro lado e pudesse te ver.
Eu sinto falta de mim, no canto mais solitário da casa, ali encostada na parede, estou eu, a cama e a saudade.
E quem poderia prever que o meu jeito tão desajustado te encantaria? Quem diria que o cara bonito e popular que é disputado por tantas iria se apaixonar pela garota mais problemática da escola… o eterno clichê, mas aconteceu comigo.
Tudo começou assim…
Você gostou de mim, eu gostei de você, mas preferi me calar, eu me afastava e você vivia dizendo que não vale a pena fugir de algo tão bonito.
Rezei pra você me esquecer, mas ao mesmo tempo eu te queria tão bem.
E a cada olhar que você me dava eu me tornava mais sua, sem perceber, mas ninguém espera por muito tempo o amor de alguém amadurecer. E você se foi…
Eu fiquei aqui, sem entender o que tinha acontecido
Você estava longe e eu não pude fazer nada, porque seu coração já não era mais meu.
Aí eu comecei a entender, aí eu passei a sofrer, tudo o que um dia você viveu.
Todo amor que eu neguei, todas as chances de felicidade que eu desperdicei… eu quis você pra mim.
Então, engoli o orgulho e voltei, te pedi pra me perdoar, percebi que ao seu lado era o meu lugar, mas seu amor não era mais meu, o que fazer?
Todo amargo que um dia causei, agora estava em mim.
Os dias passavam rápido, mas as noites pareciam sem fim.
Tudo o que eu bebi, cada gole que descia queimando pela garganta era uma lembrança sua que me ardia.
Eu pude entender que na verdade, eu nunca te mereci.
Seu amor sempre foi tão puro e o meu era uma porcaria,
mas isso não quer dizer que eu não te amei com o tanto que eu podia.
Ele ta lá, se esforçando pra amar alguém. Às vezes posta indiretas no facebook que remetem ao que vivemos, toda vez que o stalkeio e vejo como ele me amou, penso no que foi que destruiu tudo. Erramos juntos, mesmo todo aquele amor não pode ser capaz de curar certas feridas. Ele diz que ta bem, ta tão feliz, mas eu vejo sempre que o encontro, ele não olha pra ninguém como olha pra mim. Ele ainda ama as lembranças de nós, mas não quer mais me amar. Eu continuo o amando, mas não quero mais lembrar.
Se a saudade bateu, por que não volta atrás? Esquece o orgulho, deixa de lado o que te faz pensar que é melhor se afastar, pois, nada que te impede de ser feliz é realmente correto. Se a distância tá machucando, volta e diz que ama, que com certeza ela também está te esperando.
O silêncio é o que mais magoa.
Não saber o que dizer,
não ter nada pra ouvir.
Querer falar e nada sair,
querer escutar e nenhuma palavra vir.
Já desisti tantas vezes, em nenhuma delas foi verdade, porque eu sempre fiquei esperando tudo mudar, esperando você voltar, esperando que algo aconteça e junte a gente outra vez.
Aquele cara bacana continua me ligando, me mandando mensagens super fofas, me chamando pra sair, seria ótimo, mas pena que toda vez que o celular toca eu fico querendo que fosse você.
Me quebraram e assim decidi continuar, não vou me consertar. Talvez a feiura de um ser tão destruído impeça que outros venham fazer pó do que restou. Não compensa se remendar, colar as partes pra outros virem te derrubar de novo.
A tempestade passou, mas o sol que veio depois não trouxe o animo pra recomeçar, juntar os pedaços do que foi destruído. Vivo entre escombros, tenho memórias bonitas de lugares que agora são pilhas de entulho. Está calor, como posso sentir frio? O meu lar, o meu ser, em ruínas no chão, as pessoas curiosas param e perguntam se alguém morreu, eu digo sim, eu morri em vida, já que a tormenta destruiu tudo que eu tinha e se foi me deixando aqui.
As músicas que marcaram nossa trajetória juntos ainda me perseguem. Não consigo apagar o eu te amo que você escreveu na parede do meu quarto. Pedaços de você, do que foi nós dois espalhados nos lugares mais improváveis. Eu não queria sentir falta de quem não quer estar comigo. Eu encontro você até nas memórias que eu nem te conhecia ainda. Consigo te imaginar num futuro distante, me imagino indo embora, rompendo toda possibilidade de encontrar contigo, mas eu posso rodar o mundo eu ainda vou te levar, vou continuar vendo você nos lugares mais bonitos que eu encontrar, porque afinal, você não está onde eu te conheci, se tornou parte de mim e o que é parte da gente, a gente leva pra onde for.
Ouvia ao longe os sons vindos dos último bares abertos. Andava pela rua e começou a garoar, dava pra ver as finas gotas pelas luzes dos postes. Às três da madrugada não tem muita gente andando pelas ruas, os poucos que passaram por mim andavam sem pressa, de cabeça baixa, olhavam em meus olhos por dois segundos e eu ficava imaginando se eles tinham algo a fazer ou se assim como eu estavam com os pensamentos a mil. Pensei o quão legal seria falar com uma delas, conversar sobre o que lhes perturbavam, mas por fim, quando me vi numa longa rua deserta por onde aquelas pessoas também haviam passado, percebi que nossas dores eram as mesmas, os motivos podiam ser diferentes, mas nos impedia de dormir, nos fazia andar por aí numa madrugada fria. Então, não importava se andássemos juntos falando do que nos afligia, não podíamos nos ajudar, afinal, de dores já bastam as nossas.
O que fazer com o vazio que fica? Como preencher as lacunas deixadas por alguém que foi embora? Já passei tantas vezes por isso… não me recuperei de nenhuma delas. Estou incompleta, o melhor de mim foi tomado, permanece com quem nem vejo mais. Eu não sou mais eu, sou o que restou de mim.
As pessoas já não separam nós dois, não conseguem olhar pra um de nós sem lembrar do outro. Isso é triste porque já não queremos mais nos lembrar e os outros não esquecem. Podemos estar com quaisquer outras pessoas, felizes até, mas sempre vai ter um pra perguntar de mim pra você, sempre vai ter um pra falar de você pra mim…
Tão louco, tão diferente.
Dançante de cabelos esvoaçantes, eu te olhava no meio da multidão, sua pele transpirando e eu pirando na sua onda. Criança louca, moleque levado, homem safado, sabe que me tem quando quiser e por isso me trata com desdém. Um dia eu deixo de te amar, mas essa noite, nessa festa, eu só quero te ver dançar.
Peguei o celular e resolvi ligar pra ele. Disquei o número e enquanto chamava eu pensei o que ia dizer: “A necessidade de viver esse amor é maior que eu, incontrolável. Não diga que eu estou louca, não desligue o celular por favor, não precisa falar nada, só me escuta. Eu quero que saiba que eu te amo, eu preciso tanto de você… Eu vivo da sua lembrança todos os minutos do dia e mesmo quando eu morrer, eu morrerei te amando, porque eu te amei mais que a minha vida.”
Quando ele atendeu e disse alô, eu desliguei.
Eu queria tanto te fazer feliz e ter em você o motivo da minha felicidade. Queria te abraçar e dizer o quanto gosto de você, mas eu nem sei onde você está agora.
Eu não me sentia caindo em um precipício, eu era o próprio. Todos que chegavam até mim estavam perdidos, eu estava perdida.
Estou perdida há anos, não sei se irão me encontrar, não sei se vou me encontrar, algum dia.
Motivos que levam ao suicídio: bullying, baixa auto estima, morte de ente querido, amores não correspondidos, depressão, etc… Eu sou uma provável vítima, tão certa que a possibilidade não me sai da cabeça. Sofro com tudo que citei e sofro também com a falta de coragem de não me render à faca da cozinha, à corda do balanço do meu irmão, aos remédios e produtos de limpeza que estão espalhados pela casa. Sou tão covarde que não consigo desistir. Em cada canto vejo uma possibilidade de acabar com tudo, mas optei por continuar, talvez a covardia seja minha maior coragem, pois decidi viver e encarar a vida com as armas e chances que tenho, mesmo com a sombra da vontade de dar fim a todo esse sofrimento.
Cada vez mais cigarros
Cada vez mais café
Toda noite termino bêbada
E no fim, só me resta a fé.
Cada vez mais sozinha
Toda vez apaixonada
Cada vez mais triste
Toda vez abandonada.
Sigo sempre sorrindo
Como um ser à prova de balas
Toda vez estou mentindo
Pois, no fundo tudo me abala.
Toda vez finjo não ouvir
O amor que a mim juras ter
Cada vez acredito menos
Que o amor habita no seu ser.
Nem todos sentem amor
Nem todos sabem o que ele é
Por isso, cada vez mais cigarros
Toda vez mais café.