Coleção pessoal de TatianaGraneti
Aportei inteira nessa existência.
Por isso não seguro metades,
vou aproveitando a paisagem.
Visando novos horizontes
abstenho o ontem,
vibro o presente,
sem ansiedades no amanhã.
Se o amor vier,
vou me doar.
Sou de plantar o bem,
e o que chegar que me regue,
que me deixe crescer.
Porque nasci pra fluir
Pra esgotar de viver.
Tais curvas do meu corpo,
tais acidentes em minh'alma.
Meu íntimo é ladeado,
sou um mapa codificado.
É enigmático me analisar.
Alieno-me do que me restringe,
amo o silêncio que me ressalva.
Sou inteira de desalinhos,
não aparo bem minhas palavras.
Sou oscilante em cada vírgula
e vibro em mil sinais.
Ela, mesmo sendo emoções,
aprendeu a se escutar.
Ela lida com ausências,
cura as decepções
e não deixa de acreditar.
Traça o próprio destino.
E mesmo os mais áridos caminhos,
ela sabe enfeitar.
Os hormônios testam sua harmonia,
mas há uma luz que dela irradia
e abre um sol no olhar.
Sou flor que desbota,
até reflorescer bicolor.
Um caos que me fomenta
e ressignifica meu teor.
Cada partícula de mim,
salta à excrescência.
Uma infinda renascença.
Se cortada tendo a renovar,
retorno em releitura.
Gosto do que é infinito
e do que externa essência.
Quem desafia minha inteligência,
costuma me prender no radar.
Se alguém quer distância, dê!
Não persiga quem deseja se afastar.
Tem gente que atravessa nossas vidas,
mas não contribui na jornada.
Vem pra viver temporada.
Não desperdice o presente,
deixe ir o que for,
faça uma autorreflexão.
Apego não é amor!
Todo o seu ambiente
e sua forma de pensar.
São em parte suas crenças,
que vieram se manifestar.
Como dois rios se unindo,
alcançando um mar de verdades.
Um forte sussurro angelical,
Os sinos da invisibilidade,
de extremos e polarização.
Quebram todas as células,
todo meu ser em reação.
A taça do amor perfeito.
A fuga e a não aceitação.
A atormentacão noturna.
Lábios, mente e o todo
pulsando na mesma frequência.
Duas almas concluindo o quebra cabeça.
Todos os sentidos em integração,
jogaram meus medos em evidência.
Me afogaram no desconhecido.
Alteraram minha derradeira crença.
Fui da morte ao renascimento,
consciência de pertencimento.
Uma imensidão para lidar.
Não importam os nossos momentos,
esses estão esquecidos.
Defino a paz comigo,
sem bagunçar meu coração.
Não quero reviver essa história,
aquilo que foi, é poeira.
Desfez-me por inteira,
não há o que lamentar.
Nem sei como agradecer.
Podemos nos desconhecer?
Seria um prazer tentar!
Eu já quis estar no íntimo de pessoas,
e briguei por elas.
Se antes eu tivesse me auto conhecido,
teria mais tato comigo,
e evitado o infortúnio de cruzar o desnecessário.
A gente luta por amor,
sofre tanto por amor.
Mas, amor não é sobre luta, sofrimento e dor,
é sobre respeito e cumplicidade.
Já me apaixonei diversas vezes,
mas não vivi um relacionamento.
Eu enxergo bem as pessoas,
nunca me submeto a elas.
Minha natureza é cura
e expulsa tudo o que me adoece.
Se alguém me ofertar migalhas,
isso é tão fora de contexto.
Não se negocia reciprocidade,
verdades não têm preço.
Quando há pouca troca,
Pouco calor,
e pitadas de afeição.
Tudo no diminutivo,
zera minha intenção
Quando eu lhe vi, milhões de estrelas me apontaram em sua direção.
Seus olhos me atingiram direto ao coração.
Meus sentidos me lançaram um transe tão profundo,
que não havia mais ninguém no mundo em que eu pudesse pensar.
Uma falsa semelhança, uma paixão não correspondida, um solo cheio de ilusão.
Um breve prazer dado a quem buscou o infinito.
Coquetéis de sensações servidos através da janela, onde meu universo era explícito!
Segredos escondidos em nossos olhos, nossas emoções queimando brasas.
Pintei seu corpo com meu batom vermelho. Talvez este fosse um presente para cobrir seu ser.
Muitas noites fui conhecer você, voltei com a alma cansada.
Você cortou meu amor com tanta força para não sobreviver.
Janelas totalmente fechadas, trancas dentro de mim.
Uma distância tão maior de onde se está!
Minha mente inquieta lhe traça de várias maneiras, só consigo ver suas qualidades.
E seu frio me surpreende, parece mal, mas talvez a solidão o visite.
Então os anjos vêm à sua salvação. Você descobrirá suas próprias verdades.
Talvez eu já tenha voltado a pertencer a mim mesma.
Quem sabe três acordes nos dê uma subsistência,
e você adicione luz para consertar sua jornada.
Aí eu volto à minha plenitude!
Eu posso perceber que você realmente não tinha a alma doente.
Vamos agir como completos estranhos, que compartilham pecados sem confissão.
De uma nova maneira de se ter cumplicidade.
Te nego qualquer lágrima,
rejeito teus argumentos.
Talvez diga que sou fraca,
mas falsa, nem por um momento.
Amei, fui longe à entrega.
Rompendo as milhas da separação.
Meu coração pesava ouro,
tratado sem afeição.
A cada decepção vinha um novo sentido.
A cada dor um despertar.
Me misturei a tua frieza,
e me vi jogada à escuridão.
Dá força divina veio a cura,
reluzindo meu interior!
Afastai de mim a frieza humana,
e a fraqueza emocional.
Em terra de egos, corações são rígidos.
Sigo plena no meu mar emocional
O artista é a metamorfose.
Seu coração é cerne no desenvolvimento.
Talento e florescimento no palco de atuação.
A dança dialoga com o corpo,
a música sonoriza a aura,
a pintura alicia a mente,
a escrita dá tônus à alma.
Abre-se como portal de múltiplas jornadas,
que descortinam em interpretação.
Se o corpo morre inteiro,
e dele restar só a fuligem,
se uma fração dele vive,
ela ainda fará arte.
Há pessoas que abrem
e pessoas que fecham portas.
Há pessoas que curam
e pessoas que cortam.
Quem fere, com o mal
em duas vidas interfere.
A chuva traz o arco-íris.
A noite de choro pressagia um dia de alegria.
Um acorde triste, ainda assim faz melodia.
Mas o que esperar de gente vazia?
Saudades daquilo que não foi,
e do amor que não era.
Das palavras não ditas,
e dos planos não feitos.
Daquilo que sozinha,
cogitei ter existido.
Tenho dificuldade em me interessar
e facilidade em me desprender.
Amor próprio é isso,
se pertencer e não agregar ilusões.
Ser opção nunca lhe fará prioridade.
Raiva cura, saudades cura e vontade passa.
Não caia na desgraça de se deixar pisar.
Brasileiras são curvas,
dessas pra afrontar,
no balanço dos quadris,
que vão ao ritmo do mar.
São bossa e samba,
são miscigenação.
Têm a leveza de um grão de areia,
são damas de coração.
São sereias, são litoral,
daquele que te banha a ilusão.
Homens vão às guerras com bravura,
mulheres os conquistam com doçura.
Provando que perto da mulher sábia,
um guerreiro se prostra.
Quando eu não quero,
o perfume se torna enjoado.
A conversa ganha tom desanimado,
e tudo ali, gera interrogação.
A ligação é um bipe sem fim,
meu humor fica sempre ruim.
Cessam os arrepios de amor!
E eu dentro, me sinto cada vez mais
perdida,
obcecada pra achar saída.
Até que eu arrume as malas,
e quebre a comunicação.
Em aprisionamento, eu me detesto!
Pego meu rumo, mesmo ouvindo que não presto.
Mas pra mim o pior é demonstrar o que não há.
A pior vaidade
é aquela pretendida as aparências.
Está por dentro,
onde os batons não pintam,
nem maquiagens escondem defeitos.
Lá a arrogância ecoa!
Mesmo exibindo pessoas simples,
teoricamente e externamente benignas.
Essas configuram duas realidades.
É preciso ver além da ovelha,
pra enxergar um lobo.
Em um mercado de opções,
como se manter prioridade?
Eu quase sei a resposta.
Mulheres são a própria segurança,
meninas a máxima da auto anulação.
Mulheres trabalham seus interesses,
meninas hesitam decisões.
A menina vive no transitório,
a mulher em ascendente evolução.
E isso é aquém da idade,
é aceitar a maturidade.
Pajens imaturos temem rainhas de qualquer naipe.
Dão, por tanto, pouco.
Porque o foco deles é a distribuição.
Gotículas de afeto,
onde sobra mais do mesmo pra muitas.
Bocas acostumadas a desculpas,
levam a impermanência.
Um reino de mentiras,
onde um sopro desestrutura o castelo.
Relações frágeis, não resistem a mudanças nem de leve.
Basta a visão deixar de iludir,
pra expor um caráter potencialmente pueril.