Coleção pessoal de TatianaGraneti
As pessoas vão perceber
que te perderam tarde.
Questionarão a si mesmas:
Por que não fiz antes?
Vão levar a tristeza adiante,
e só o tempo pra curar.
Vão tentar resgatar aquele algo contigo.
Mas até lá você estará tão evoluído,
que pouco do seu velho eu haverá.
Através desse beijo,
imprimo a leitura de meus lábios.
Crio esse atalho
para voltar ao teu caminho.
Te deixo pro amanhã,
não te esqueço.
Sinto que te perco sempre mais
e ninguém volta atrás.
Emoções envelhecidas,
as certezas interrompidas
e a gente fingindo paz.
Tudo o que eu levo da vida é parceria,
estou sempre a me desconstruir.
Tenho senso de generosidade,
amo em reciprocidade.
Nada faço por obrigação.
Evito situações escandalosas,
discurso alto agride a minha mente.
No silêncio sigo em evolução.
Respeito argumentos discordantes.
Minhas amizades são como família,
evito gente que me ofende como pessoa.
Onde posso levo alegria.
Tenho acessos de teimosia.
E se eu te chamar de amor
ou amigo, nisso haverá
cem por cento de verdade.
Nutra sua sensibilidade.
Regue as coisas serenas.
Um erro não te faz pequena,
não se odeie por oportunidades perdidas.
Acertos nascem de tentativas.
Primeiro amor é o próprio,
o resto é soma,
quem se gosta realmente
encontra prazer na própria companhia.
Amar alguém é importante,
a retribuição é essencial!
Mulher bem resolvida,
sabe que seu grande bem é ela mesma,
e que o que vier é lucro.
Em seu mundo ela leva e eleva
o que pra si é perfeito.
Ela se permite como as outras,
mas não migalhas ou coisas que tragam sofrimento.
Ela pode ter um homem em seu coração,
embora por ela muitos percam o sono.
Ninguém conhece o teu caos,
quem vem de fora nem diria.
Se só lê impressa a poesia,
te enxerga como paisagem.
Ninguém nota a expressão torta
nascida da ansiedade.
São tantos excessos que batem,
é tanta coisa que desorbita,
e a gente se percebe um raminho
precisando de chão pra crescer.
Flortalecer e se livrar da velha folhagem.
Ela amava pessoas que a permitiam
ser quem era, sarcástica e engraçada.
Estava cansada de rodas sem assunto,
de café amargo e da poluição mental.
Dizia que desamor
era doença de gente mesquinha.
Era livre de corpo e alma.
E que alma!
Sensível a cada gesto, e era de muitos.
Ela tinha medo das coisas tóxicas,
pessoas ou sentimentos.
Morria de amor pela vida,
e era feliz em gratidão.
Eu só queria falar dessa saudade
existente nesse abismo sem fim.
Tornando meus dias ruins.
Pois isso não é sinônimo de amor,
senão antônimo de mim.
Roda um filme na cabeça,
fazendo que eu entorpeça.
Sentindo uma algema irreal.
Teu ego é imoral,
e é tão distante do meu ser.
Me vejo em guerra contra você,
já com outro, me sinto em traição.
Essa é a minha condição,
minha ira,
minha sentença.
A máxima da abstinência
que essa química pode me causar.
Teu sorriso,
tua voz,
teu olhar,
alteram meus cromossomos.
Assumo: sou sintomática.
Desses instintos me tomo.
Acontece que eu emocional,
de frieza fui ao ápice.
Precisei correr em resgate,
tentando salvar o que restava de mim.
Cato pedras no caminho
e planto flores.
Assim, quem fizer meu trajeto
terá borboletas e cores.
Vai entender meu amor
e minhas dores.
E terá também um pouco de mim.
Seja gentil com o outro,
não minimize a dor de ninguém.
A sua luz pode iluminar alguém.
Não teça críticas à história,
se não foi você quem viveu.
Contenha seu excesso de eu.
Você é o que espalha pelo caminho,
seja isso flores ou espinhos.
Gente que olha pra frente
deixa o passado pra trás.
Pessoas bem sucedidas correm riscos, projetam,
amam, viajam, mudam de cidade e de emprego.
Sabem que o tempo tem um preço,
e não desperdiçam momentos
com situações desnecessárias.
Vivem grandemente, porque entendem que resultados
dependem de ações.
São autocríticas porque querem
seu melhor resultado em cada desafio.
Fazem da própria vida exemplo e
em nenhuma hipótese, inferniza a do outro.
Ando em busca de paz,
porque estive em guerra.
Quero aportar num Cais,
pois velejei sem trégua.
Vim observando o caminho,
finquei os pés em espinhos,
por vezes chorei de dor.
Parei segundos apenas,
senti até pena de mim.
De tanta loucura retida,
da minha retidão roída,
quase me vi regressar.
Mas algo ali me dizia,
talvez a sabedoria,
pra eu só continuar.
Pois o destino acenava adiante,
e a vida é só um instante,
um breve sopro no ar.
O tempo passa apressado,
minutos antecipados,
como bate o coração.
E cada momento que foi,
não se fará novamente.
Faz-se tão de repente,
desfaz-se inteiramente.
Às vezes a gente entala
com dores não digeridas,
fardos e feridas
que vão ganhando dimensão.
Essa é a razão
pela qual se deve perdoar,
porque deixar ir é libertador.
Essa é a maior prova de amor
que a gente pode se dar.
Eu te quero aqui no ninho.
Pelas horas que passo sozinha,
e pra cada solidão que ameaça, carinho.
Sem sentir medo da dor,
e pra cada dor que maltrata, ardor.
E pra cada pessoa que chegou, entrou.
E pra um olhar distante, lembro
que cada um que foi, deixou.
E um pouco de todos ficou.
E quantas recordações restaram?
E essa flor que abre é vida.
E quanta gente passa esquecida?
E quanto abraço me faz aquecida?
E a esperança?
Pra cada um de nós a criança,
a cada apagar a lembrança,
e a cada despertar temperança.
E os passos?
A cada dois, um segundo.
A cada apressado, o cansaço.
A cada demora, um espaço.
E a despedida?
A cada desilusão sem apoio,
de cada coração um retalho,
a cada palavra me recolho.
Pra cada destino surtir,
a todo momento surgir,
e a tudo que encerra definir.
E as flores que nascem na primavera,
assim como nos campos, as palavras
e tudo que o vento sopra, ele espalha.
E tudo que respira é vida.
Se escuto em silêncio o tempo,
acolho o que o outro fala, contenho.
Nem tudo que busco eu tenho.
A toda luta, a coragem.
A toda vida, a bagagem.
Ela almejava ser feliz,
e ter o espírito cheio de ousadia.
Pronta pro que vier,
queria fluir feito correnteza,
pra explorar sua infinidade.
Ela florescia o amor, o calor e a vida.
Estava submersa em intensidade.
Quanto mais fundo ia,
mais disposta era a mergulhar.
Esses amores que não te lembram,
não te abraçam, não te tocam.
Nem no corpo, nem na alma.
Não amam contigo.
Nem sequer são presentes.
São dúbios e
afrontam nosso consciente.
É um filtro pra cada riso,
um clique pra cada ato.
A vida é linda em retrato,
só não corresponde a verdade.
O motivo das nossas múltiplas viagens,
é que o espírito sonha muitos destinos,
mas o coração sofre conflitos durante a jornada.
Eu sou tempestade agressiva
que chega e te invade,
ou córrego de água tranquila
que passa e deixa vontades.
Trafego por entre mundos,
me banho em todos os mares.
Sou dona de um mundo profundo,
sou um fundo de vaidades.
E dos elementos do mundo,
sou o único que invade.
Fonte misteriosa, força da natureza.
Pareço inofensiva, se anseia por beleza.
Movimento com o vento, por me permitir soprar,
mas não há quem suporte, quando me começo a irar.
O fogo por maior que seja, apago com criatividade.
E muitas vezes evaporo, filtro a negatividade.
Muita gente me retrata, por ter grande energia.
É que capto forças, mas não controlo a euforia.
Quando em estado normal, eu continuo a correr,
desaguando límpida como antes deveria ser.
E aos muitos que me contestam, digo: Sou transparente.
Ao alterar meu curso necessito avisar,
que aquilo que me pertence, um dia vou resgatar.
Deixando sempre um aviso: Não é bom me ferir.
Pois em segundo retorno, nada deixarei existir.
Então ame a minha calma e aparente inocência,
porque o meu lado negro, é também minha inconsciência.