Coleção pessoal de TatianaGraneti

⁠Maturidade emocional
é dizer adeus mesmo amando.
Quando planos divergem,
caminhos separam.
É melhor a solitude
que o retrocesso.
Assente esse aspecto
no despertar da consciência.
Crescer é uma exigência.
Mesmo quando
por interferência,
alcança a completude.
De fato, nossa única imposição.

⁠É a Menina multifacetas,
te atravessa feito um cometa.
É a constelacão de Órion,
tem brilho incisivo no olhar,
como um universo a se desvendar
e despertar outro querer.
É a própria subversão,
tem vontades agudas,
é intensa e sensorial.
Fomenta o caos se faz desordem.
Pra soar seu antagonismo,
é descontinua e transitiva
de jeito incógnito.
Alma solar.

⁠Pra quem esta ferido
todo afeto é correspondência,
qualquer palavra bonita
preenche a carência.
O amor próprio é senão à rebeldia,
a insegurança só atrai gente vazia.
Se auto admirar inibi mentes
que buscam manipulação.
Olhar pra si mesmo com paixão,
anulando a falsa necessidade de ser forte,
porque nem você se suporta sobre pressão.
Fazer as pazes com sua consciência,
frear os medos e as urgências,
trarão mais respostas as dúvidas do coração.

⁠Amigo é quem lhe acolhe
e incentiva a sua melhor versão,
conhecendo sua imperfeição
sem lhe expor.
Amizade é um laço sem padrão,
é o respeito pela opinião divergente,
pelo outro diferente.
Amigo não corresponde as nossas expectativas,
é o conselheiro limitado de criticas,
muitas vezes com medo de magoar.
Colega se acha em todo lugar,
entre voláteis instantes de oi e tchau.
Mas amigo é condescendente, é leal,
não esfria com a distância,
mesmo cada um tendo seu momento de vida.
Mesmo discordantes,
torcerá para que o outro não dê errado.
Aos meus, eu desejo coisas boas e vida plena.
No geral temos muitos nós e poucos laços,
porque aquilo que reluz nos embaça a realidade.
Amizade vai além da compatibilidade,
é uma parceria de alma.
O valor da relação
corresponde ao nível de sinceridade.
Muitos circularam a sua vida,
gerando a coletividade.
Mas raros criam conectividade.

⁠Dizer não é necessário.
Assim, filtro muita coisa
e encerro muitos ciclos.
Fechar e abrir portas
é libertador,
é o autoamor.
Do não nascem oportunidades
visamos as prioridades.
Sou grata até pelo não
que tantas vezes me levou ao chão.
Fortaleceu minhas bases
e reedificou minhas estruturas.
Me desconstruiu os padrões
e sem escolha eu cresci,
dei impulso na evolução.
Por trás de cada dor,
existe uma mutilação da essência.
A chave da vida é a resistência.

⁠Ela é incrível!
Tem traços de centelha divina,
é doce e feminina.
O corpo é esboço de arte,
sintetiza a unicidade,
extravasa a autenticidade,
tem brilho e magnetismo.
Vive de instantes e improvisos,
é um universo inexato,
imperante e criptografado.
É implícita com tendência ambígua.
É desconexa com aptidões poéticas.
Mergulha em profundidade,
tem excesso de vaidade.
É extremamente analítica
e inteiramente peculiar.

⁠Ela é tenaz
como Afrodite.
É reincidente em ilicitude,
imponência e vicissitude.
É o plexo que irradia.
Tem a intensa inquietude.
É total, portanto desmedida,
linhas escritas e subentendidas.
Pisa sobre os extremos,
possui a inconstância lunar,
tem a ressonância solar,
mas é do fundo do mar
que emergem suas emoções.
Há pragmatismo em sua íris,
é a filha da Deusa Ísis.

⁠E foi entre uma noite acordada
e outra mal dormida,
mil horas perdidas pensando
pra fluir o inexplicável.
Que te amo,
pelas razões mais incertas.
Minha mente atravessa
e entorna o efeito da pressa,
interrogando minha razão.
Mas contigo há espasmos
e o coração acelera,
nada dissimula ou desintegra.
As linhas são tênues,
as emoções singulares,
irrestritas e assíduas.
Feitas pra acentuar.

⁠Não me adéquo as expectativas,
a gente deve viver pra si.
Se algo me abater,
vou quebrar.
Se meus planos falharem,
pagarei o preço.
Vivo o resultante dos meus atos,
nada de censuras externas.
Nada me prende a rótulos,
ou sintetiza meu vocabulário.
Eu decoro o cenário da minha vida,
e destino os meus pés.
Eu governo a mim,
não me submeto a contextos,
pretextos, conceitos ou estreitos.
Reconheço minhas falhas,
minhas inconsistências,
e impermanências.
Uma imagem pudica me sufoca,
me significa melhor uma vida feliz.

⁠O belo me encanta,
mas atenho-me ao essencial.
Me apaixona uma vista pro céu,
onde tenha brisa fresca.
Um peito quente onde eu adormeça,
um sol pra que a vida se aqueça.
Que o mal não me cruze um olhar,
e eu pressinta por intuição.
Quero ser em totalidade,
minha essência em plenitude.
Viver intensa minha liberdade,
tratando o que me é escassez.
Atenuar minha avidez,
e exalar a abundância.

⁠Enrolada entre lençóis,
pensamentos em ebulição,
pegando fogo na emoção.
Minha mente revestida de nó.
Tudo em evidência
zerando intenção de amor.
Paixão a toda sem rumo,
me espreme entre suas mãos.
Seu vício por luxúria e vaidade,
sussurrando em meus ouvidos inverdades,
adentrando meu consciente.
Perturba meus sentidos,
rega meus desejos inibidos.
Perco meu norte,
fico entregue a própria sorte.
Mancha de batom minha boca,
beijos quentes no pescoço
esgotando as minhas forças.
Desliga as luzes dos seus erros,
mascara seu intento real.
Me detém sem condicional,
me paralisa em seus laços.
Se encaixa por todo espaço.

⁠Que diminuam as fraquezas
e aumente a conexão e a conversa.
Pra unir tudo aos poucos,
aproximar um do outro.
Mais do que o despir da roupa,
antes investir na alma
porque o interno exige calma
pra se integrar na vida.
Por isso tanta gente ferida
pelos enlaces afetivos,
pois só da essência nasce o compromisso.
Amar vai além do físico.
É tão contraditório da razão,
e não satisfaz qualquer explicação
no infinito de palavras.

⁠Sempre fui afoita,
persigo o que me proponho.
Irrequieta no presente,
tenho máximas urgências
e sensações de atrasos na vida.
Só a brisa da noite me acalma,
o dia me aquece a alma.
Sou um ser incansável,
se me falta a quimera
danço nua a luz de velas.
Crio uma mágica atmosfera
pra cintilar o meu ser.

⁠Ela tem alma de águia.
É ousada, livre e exibida,
de atitudes tempestivas,
dissonantes e delirantes.
Tem recorrências.
É um universo confundível.
Defende suas diretrizes
em razão de sua temeridade.
Ela é um ser oscilante,
insinuante e oblíquo,
demasiado e excessivo.
Ela é a lua cheia de fases,
me vejo nela em cada frase.

⁠Talvez você não admita,
mas doeu.
Quem sabe nunca se desculpe,
mas se arrependeu.
Porque entre mil pessoas,
quem lhe amou fui eu.
Em uma manhã de domingo,
ou numa tarde de quarta-feira,
notará um dia cinza
onde só o vento alcança seu rosto.
Lembrará as lagrimas no meu,
na luta por ressuscitar o que morreu.
Relendo aquela poesia,
ouvindo cem vezes nossa melodia,
se perguntará como tudo será,
na correria pra achar algo similar.
Vai chorar até o amanhecer,
lhe faltará o chão pra pisar,
o ar nos pulmões pra continuar,
e eu terei sido a única entre milhões,
que lhe deu o amor na mais pura essência.
Aquela que ressignificava sua existência.
E sua vaidade, ego, frieza e orgulho,
sofrerão finalmente suas consequências.

⁠Não guarde emoções pro amanhã,
só vinhos servem envelhecidos.
Viva na solidez do presente,
porque uma porta não fechada
ou uma dor não resolvida,
um dia volta e abre a ferida.
E verdades chegam pra confrontar,
pra clarear nossos enganos.
Pares que nos tornam ímpares,
lugares que nos tornam cômodos.
Não existe felicidade sem custas.
A beira não existe risco,
mas só o abismo traz transformação.
Amor que não transborda
um dia se torna insuficiente.
O que não nos toma por inteiro
é ineficiente.
E nisso, vão-se os anos!
A gente enredado,
arrastando uma existência sem graça,
na certeza que um dia tudo passa.
Se ninguém é imune ao sofrer,
pertenço ao que amo.
Brigo, ganho, perco, caiu em prantos.
O único pacífico que desejo
é aquele cujo oceano é.

⁠Sinto uma imensidão,
expresso apenas um grão.
Aprendi a silenciar
e aguardar o tempo propício.
Pra perdoar ainda
tenho debilidade,
mas tenho feito esforço
pra ter meu espaço
e respeitar o do outro.
Já não confio cegamente,
tenho poucos na minha intimidade
com quem tenho a liberdade,
de ser exatamente quem sou.
Cuidado com a troca de energia
e com quem se sente à vontade.
Uma pessoa quando te trai,
antes ela se trai,
se diminuindo como pessoa.
Pois a inveja, a falsidade, e a maldade
tem por primeiro fator a desonestidade.

⁠Mulher é alternante,
vive fases transitórias
e por orgulho vai a inconsequência.
Uma febre de impaciência,
excessos que por vezes definham.
Só de olhar se vê as ansiedades,
sede de impulsos.
Em silêncio castiga suas vontades.
De tanta coisa precisa resguardar-se,
em especial daquilo
que a inferioriza como ser.
Se confunde nas coisas irrefletidas,
pois ama amplificado,
tudo tende à maior dimensão.
Essa é a única razão pela qual,
há necessidade de flexibilizar
suas emoções.
Pra não subtrair sua capacidade.

Caso eu não revide,
É porque só o amor merece retaliação.
Não tenho covardia,
Mas guerra não é opção.
Não aceito ter meu tempo roubado.
Nem meus ouvidos atentos a ignorância.
Borram-me a consciência.
Não tenho sangue de barata,
Só fervo por necessidade.
Não sou o que afamam,
Sou o que me faço ser.
Todo ódio é um desvairamento.
Crio sempre distanciamento,
Daquilo que me deseja irar.

⁠No primeiro momento tu te foste,
eu me senti perdida
e errei ao te buscar.
No segundo fui gentil,
sabia que iria sofrer,
mas ouvi a porta bater
e senti que isso iria continuar.
No terceiro tanta coisa tinha sido feita,
que confesso, já não me importava tanto.
No quarto percebeste
que a tua chave já não funcionava.
O meu coração tinha desertado,
meu amor já não te pertencia,
tua presença já não trazia alegria.
As mentiras, sujeiras,
e a gigante falta de consideração,
traziam excessos demais.
Faltavam substâncias,
Já não te via como especial.
O amor também morre aos poucos,
quando em comum não se tem um ideal.