Coleção pessoal de tatacampos
E toda vez que a saudade começa a doer eu penso que se ele arrumou coisa melhor pra sentir do que a minha falta, eu também consigo fazer o mesmo.
E essas musiquinhas que falam do amor já não falam mais da gente. Ficamos sem trilha sonora, nenhuma canção define o que a gente se transformou. Um passado esquecível, um capítulo inútil. De repente, a gente quase nem existiu. E isso nem chega a ser algo ruim. Na verdade, nem sei se ainda chega a ser algo.
E eu tento com todas as minhas forças, enxergar algum lado bom em tudo isso. Mas eu só enxergo a minha dor. Então eu fecho os olhos e tento não enxergar mais nada.
E por todos os detalhezinhos bonitos do universo, eu acredito que viver pode valer a pena se eu souber olhar pras coisas certas. Se eu souber enxergar esses detalhezinhos.
Eu fui um pouco de tudo a minha vida inteira. Eu fui um pouco de tudo e acabei não sendo nada completo. É assim que eu me sinto, como se eu tivesse existido em pedaços o tempo todo.
Gosto de pensar que ainda tem algo bonito entre nós, mesmo que na verdade, não tenha mais nada, nem de bonito, nem entre nós.
Nunca caracterize o amor.
Cada um sente o amor de uma maneira,
vê o amor de uma forma.
Não dê fórmulas certas pro amor,
ele foge de tudo que se possa explicar.
Ele é ele mesmo,
e ao mesmo tempo é muitos,
em muitas formas.
Não pense sobre isso.
Amor não foi feito pra ser analisado.
Por quê tá todo mundo falando de amor?
Um sentimento verdadeiramente desconhecido que deixa todo mundo idiota e abobalhado, fazendo coisas ridículas e sem noção da realidade. E mesmo assim as pessoas insistem tanto em falar dele, e pior, gostam dele...
É, a última dúvida quanto á mediocridade da população acabou de se responder sozinha.
E chega a ser patético lembrar que há pouco tempo atrás eu me cansava tanto pra fazer alguém feliz, e agora eu me canso horrores pra tentar esquecer disso.
Nessas horas, dizem pra gente seguir o coração, mas é tão difícil ouvi-lo quando eu desesperadamente tento correr pra longe dele.
Cada passo abre vários caminhos, mas fecha muitos também, e é obrigatório me adaptar ás voltas que o mundo dá pra me fazer cair, é inevitável levantar de novo e recomeçar a guerra que é tentar ser feliz com prioridades inconstantes.
E mesmo com cinco drinques na cabeça eu só consigo sentir o ciúme me lembrando que os meus sentimentos já deveriam ter ido embora há muito tempo junto com você. Mais um fim de semana caçando qualquer ocupação que me distraia de lembrar que o que foi meu tá na mão de outra pessoa. Mais 48 horas tentando me convencer de que daqui a pouco vai passar e inventando fé pra pedir que seja logo.
E olha que cínico, precisei usar o perfume que você gostava pra querer que outra pessoa goste dele também. E assim eu sigo em frente, de uma maneira meio contraditória eu diria, me lembrando a cada segundo da necessidade de deixar você virar passado mas ainda insistindo em ter seu cheiro preferido na minha pele. Mas sigo em frente, ainda que teimando em levar alguma coisa sua.
Ontem eu senti saudade de usar meu pouco charme, e quis apaixonar alguém sem vontade nenhuma de ser conquistada, só pra provar que por mais que eu tenha perdido mil coisas quando perdi você, a minha habilidade em achar graça na vida e fazer os outros acharem graça em mim, continua aqui, então, eu continuo aqui, meio escondida atrás de remorsos e decepções, mas finalmente, estou voltando ao normal.
E me senti melhor quando notei que eu já consigo caminhar na rua sem procurar você atravessando a calçada ou entrando em algum supermercado, mesmo que em compensação não procure mais nada.
Eu tenho vontade de jogar meu celular numa parede qualquer. E me libertar da vontade de ouvir sua voz.
Não quero que você me largue. Não quero te largar. Não quero ter motivos pra ir embora, pra te deixar falando sozinho, pra bater o telefone na sua cara... Eu fiz isso com todos os outros. É, só que dessa vez eu queria muito que fosse diferente. Dessa vez, com você, eu queria (quero!) que desse certo.