Coleção pessoal de tamebertolla
Estou em uma fase nova da minha vida. Um novo ciclo. Estou mais madura. Mais humana. Mais mulher. Sei muito mais o que eu quero e, principalmente, o que não quero em minha vida. Sei identificar as amizades que quero levar pra vida toda, das que são só de alguns momentos. Sei quando uma pessoa vai marcar a minha vida e não apenas passar por ela. Estou feliz, realizada. Mais confiante. Corajosa. Embora as decepções sejam várias. Devemos esperar e não agir por impulso. E que sempre é hora de recomeçar. Reinventar. Valorizo as pequenas atitudes, assim como condeno pequenas mancadas. Sou rancorosa, guardo por anos uma coisa que me magoou de verdade. Sei perdoar. Passo por cima dos erros pra ficar junto das pessoas que eu gosto. Tenho meus limites. O primeiro deles é meu amor-próprio. Perdoo uma vez, porque errar é humano. Perdoo duas porque o ser humano é estúpido às vezes. Mas não posso viver perdoando porque isso seria incompetência minha. Hoje não aceito qualquer coisa. Já aceitei demais. Hoje, só quero estar feliz. Pois isso é o que realmente importa.
E daí se eu passar o dia dos namorados sem namorado? Eu não passo o dia do índio com um índio nem o dia da árvore com uma árvore, muito menos o dos finados com um defunto.
Foi péssimo o gosto do remédio, mas o paciente precisava disso. Algumas vezes a vida pode te atingir na cabeça com um tijolo. Não perca a fé. Me convenci que a única coisa que me fez seguir em frente é que eu amava o que fazia. Você tem que achar o que ama. E isso é tão verdade para o trabalho, quanto é para as pessoas que ama. Seu trabalho vai preencher boa parte da sua vida. E é a única maneira de ser verdadeiramente satisfeito. É fazer o que acredita ser um ótimo trabalho, e a única maneira de fazer um ótimo trabalho, é amar o que você faz. Se você não achou isso ainda, continue procurando, e não desista. Como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. (...) Não desista.
Era frio. Não sei dizer se fazia mais frio do lado de fora da minha blusa ou dentro do
meu coração. Provavelmente competiam.
Aprendi que uma coisa (mal) dita não tem nada que apague. A palavra proferida é um tiro na alma. Pode matar um sentimento. Pode acabar com o amor de alguém. Pode destruir uma amizade. Pode arruinar uma família. Uma palavra pode valer mais do que mil gestos. Pode machucar mais do que um tapa na cara. Pode separar mais do que a distância. Com palavras, eu magoei muita gente que eu amo. Eu perdi gente que eu amei. Mas foi só quando eu tomei uma surra de palavras na cara que eu aprendi.
O dia que eu coloquei meu passarinho no dedo, levei ele pra rua e ele não quis ir embora, mesmo podendo voar, eu entendi o que é liberdade. É querer estar junto mesmo com milhares de outras possibilidades lá fora. É poder ir e querer ficar.
Tô me afastando de tudo que me atrasa, me engana, me segura e me retém. Tô me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. Tô aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem. Tô me dedicando de verdade pra agradar um outro alguém. Tô trazendo pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ultimamente eu só tô querendo ver o ‘bom’ que todo mundo tem. Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem. Tô feliz, tô despreocupado, com a vida eu tô de bem.
Mudei tanto, será a idade? Serão os tempos? Perdi aquela necessidade juvenil de me apaixonar toda semana.
Comunicação. É a primeira coisa que realmente aprendemos na nossa vida. O engraçado é que, depois que crescemos, aprendemos as palavras e realmente começamos a falar, fica mais difícil saber o que dizer. Ou como pedir aquilo que realmente precisamos.
Depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica de mim e em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro.
Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo.
Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas...
A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que está curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto. Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perda de espaço, tempo, paciência e sentimento. Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.
E é só nisso que estou interessado: um pouco de saúde, um pouco de honestidade, um pouco de decência.
Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, dói demais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.