Coleção pessoal de sweetclementine
Queria tanto te contar o que achei da nova musica do Chico, contar-te como ela nos descreve da cabeça aos pés ou dos arrepios que ela me causa. Queria poder dançá-la a noite inteira com você (...) Mas parece que estás em outro rumo no qual eu li que não cruza o meu.
Paris, 2012
(...) Ele não tinha entendido que meu "adeus" era por raiva momentânea. Que depois ia passar e eu voltaria correndo, e mais, que eu queria que ele estivesse com os braços abertos esperando a sua Clementine. Ele não entendeu, assim foi feito como eu havia pedido, ele de fato, se foi!
Mal percebes que minhas andanças não são de ir muito além, elas vão ali na esquina pra tentar esquecer, acaba lembrando, e volta. Mal percebes que ainda estou aqui, no lugar onde me deixou naquela noite chuvosa. Menina parada, rosto sem vida, esperando chegada, nunca partida.
Que a chuva que hoje nos molha, possa carregar tudo que nos impeça de ser feliz. Que o vento que por mais grosseiro seja carregue tudo que for sinônimo de desamor. E que a brisa conhecida por ser mais suave, tome conta de nós.
Paris, 2012
Bonne Journée petit,
Espero que teu endereço seja o mesmo, me descontrolei e acabei mandando cartas com beijo meu pra tua casa. Que elas não demorem para chegar até tuas mãos e no teu coração.
O meu amor tem um jeito manso que é só seu,
que rouba os meus sentidos,
viola os meus ouvidos
com tantos segredos lindos e indecentes.
Depois brinca comigo,
ri do meu umbigo,
e me crava os dentes.
Eu sou sua menina, viu?
E ele é o meu rapaz.
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz.
Há quem diga que o amor é o mais lindo de todos os sentimentos. Eu discordo. O amor me faz ter naúseas, sentir fortes dores cabeça, me faz ficar tensa e o brilho dos meus olhos se ofuscarem. Se entregar ao amor é o mesmo que ficar diante da forca. Deveríamos aprender que amor é doação, é se dar por querer, sem ter grandes expectativas de que seja correspondido. Isso acaba sendo pavoroso e traumático.
Paris, 2012
Meu amado,
Hoje passei na porta do café que fica ali ao lado da Torre Eiffel onde nos encontramos pela primeira vez. Dois jovens me chamou á atenção. Eles sentavam numa mesinha de fundo e conversavam pelo olhar. A moça vivia jogando seus cabelos (sinal de muita timidez) e o rapaz tinham as mãos trêmulas quando seu olhar cruzava com o dela. Observar aquilo era magnífico. De fato, ali havia algo que quebrava todos os poemas de desamor. Eram uma perfeita simetria, eram feitos um para o outro. Éramos nós.
Era engraçado porque eu dizia "tchau" na esperança de que você dissesse "fica mais 10 minutos pequena".
É possível repousar sobre qualquer dor de qualquer desventura, menos sobre o arrependimento. No arrependimento não há descanso nem paz, e por isso é a maior ou a mais amarga de todas as desgraças.
Venha, coloque aquela musica agitada que decoramos a coreografia no ano passado, me puxe, me levante, coloque meus pés sobre os seus e baila comigo, me gira até eu ficar totalmente tonta e sem condições de dançar, essa é a hora que você finge me derrubar e me segura nos teus braços para que eu não pare no chão e suja meu vestido novo, vou te olhar profundamente com cara de brava mas dentro dos meus olhos terá uma placa dizendo: "Me beije agora".
Meu lado romântico e poético quer sair pra fora, quer se exibir da forma mais ridícula que existe. Meu coração de pedra está sendo lapidado da pior forma possível, meu amor por ti cresce á cada minuto e o espaço dentro de mim é pequeno pra um sentimento de grande porte. Minha vontade de poetizar é voltada pra você. Você está em cada página do meu livro de poemas. Eu não queria que fosse assim, mas aconteceu, desculpa.