Coleção pessoal de suzanneleal

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És tão linda e tão doce
tão veemente preciosa
de forma expressivamente delicada.
Então...
Como pode deixar tocar-te de forma tão agressiva?
Como podes deixar roubar teu brilho de vermelho púrpura que retrata o teu encanto e
sensibilidade?
Como podes deixar ferir teu rosto, roubando teus dias de glamour e contemplação?
Como podes em teu simbolismo mais perfeito teres representado um rio tão
tenebroso?
Como podes permitir a maltratar-te a alma?
Não deixes tua inquietude e fraqueza serem o alvo central da tua vida, tornando-te
em puramente tristeza.
Tens mais que isso...
Tens alma!
Tens paixão!
Tens vontade de dar sentido a tudo que a toca!

Sim, eu já ouvi...!
Pare de gritar na
minha mente
porque ela faz
meu corpo inteiro
se apertar
em um espaço
que não me cabe...

Triste lírio do campo
carrega a dor de pétalas arrancadas
perdeu seu encanto
o brilho de jasmim
e agora só lhe resta o pranto.
Perdeu o amor
a púrpura cor
que radiava ao infinito
nada era mais bonito.
Até o perfume que exalava
dissipou-se ao vento
e deixou todo o tormento
de tristes dias a respirar.
Quase sem vida
com pedras às suas pétalas tocar
roubaram-lhe a plenitude
e os sonhos que tinha a desejar.
Não é mais o mesmo lírio do campo
naufragou na vida e no delírio
e ali, encravado ao chão
sucumbido naquele escuro jardim
teve seu triste fim.

Vou confessar!
Tenho um desejo escondido,
bem guardado,
lá no fundo do que dizem ser alma.
É meu
e é secreto!
Guardo-o até de mim mesma.
Se eu me contar,
poderei causar um desastre
ao que chamo de
"sossego camuflado".
Mas posso contar que
apreciá-lo seria único
e incrivelmente esplendoroso.
E mais uma vez confesso,
pouco me importaria
com o desastre
a mim pré-destinado.

Depois que os pingos
de chuva se foram
a noite silenciou.
Não se ouvia vozes
nem passos.
Só se ouvia,
perdido aqui e ali,
o som de almas
a pulsar.

Sento-me à janela de olhos fechados,
imaginando o estalar distante da música que vibra em meu coração.
Vejo no pensamento os encantos a que gostaria de tocar numa noite qualquer. No
enxergar dos meus olhos,
a paisagem desajustada é desinteressante e seca.
Não seca de calor,
mas de infelicidade que é olhá-la e não sentir um mínimo de prazer.
E o que não vejo,
está destituído em um momento longe,
um encontro nunca encontrado.
E o que vejo são os restos de um retrato que nunca me despertou encanto.
Aprimorar esse instante em versos e cantos seria afundar na melancolia,
um exagero por demais incômodo pra mim.
Mas o que me resta disso tudo é respirar profundo e emudecer meu grito.
E quando me olho verdadeiramente,
me sangro com tantos incômodos vazios e sem propósito que se deslocam verozmente
em minhas veias.

Se tivesses dito
que o silêncio
é tão perturbador,
eu teria feito muito barulho!

E a noite me chama
pra falar de ti
da imagem do espelho
abatida, cansada
com os olhos tristes
e a expressão amargurada.
Quem és tu que me espanta a alma?
Quem és tu que esfria e adormece meu coração?
Quem és tu que não vais embora?

Eu descobri um baú de infinidades
cheio de cartas, amores, desamores, esperanças, dúvidas... e outros mil sonhos e
desencantos...
Todos os dias abro-o por curiosidade
exceto os dias em que mereço descanso.
Às vezes, quando penso que já não há mais nada
abro novamente e me deparo com criaturas vivas, cheias de palavras, laços, embaraços
inconscientes, espelhos e almas tocantes...
O baú da minha alma
Fonte inesgotável...
Mas o que eu não havia percebido é que,
sem querer, todos os dias, coloco coisas novas nele...
Renovo-o!
Agora entendi, o porque da sua infinidade... repleto de pensamentos e sentimentos...
Uma verdadeira contemplação!

Eu tenho em mim o silêncio
sábio e secreto
incrédulo e inspirador
uma companhia às horas
mudo e gritante.
E nele
fujo do caminho errante
é meu templo de sonhos
uma viagem irreal
a todos os cantos
mais que um amigo, leal
a mim.
E mesmo no fim
É meu último laço
que me dá a mão
e me apóia o corpo
sobre o frio chão.

E assim vai chegando
sem querer
devagar
se encostando...
Ah fique comigo!

Depois que as noites de foram,
perdi de vista todos os meus sonhos de contemplação!

Aprendi a escrever coisas menores.
As folhas de papel já transbordavam de tanto sentimento!

Há que se decidir.
Este meio termo de estar
atrás das costas é um lugar árido.
Quando se vê,
já se queimou os pés, o rosto, a alma...

Quase a noite inteira
eu pude ver a ilusão.
Ah mundo real que me queima!
Deixe-me ver a luz que te permeia.

Não é tristeza,
é uma vontade de agarrar o sonho,
virar e revirar os lençóis do desejo.
Por isso quero sempre dormir!

Universo: acho que nunca te pedi nada, mas hoje te peço... conspire a meu favor! Eu
aguardo, obrigada!
Mas não demore, a esperança a longo prazo me mata mais do que a certeza de não
conseguir.

Esse negócio de querer fazer sentido... parei faz tempo, o mundo acontece e não
acontece... continuemos!

Ah noite
que não consola,
apavora.
Chega a fazer versos
de cada pedaço
de silêncio,
dando 'nós'
em cada vento sussurrado,
inventado.

Me deixem ficar aqui apenas
sozinha no meu quarto
a contemplar as folhas secas do outono
que se amontoam pelo chão
levadas e trazidas pelo vento...
Deixem-me ouvir o som das nuvens
e admirar suas formas negras...
Deixem-me suspirar pela vida
que reflete no meu ser
assim, penso nas horas
que não posso mais perder
e nas que eu perdi...