Coleção pessoal de SusannaAlmeida
Que bom acordar! Mais que isso, que bom acordar para a vida! É impressionante como algumas coisas precisam ser desenhadas para que possamos entendê-las! Às vezes é preciso esfregar-nos os desenhos na cara. Talvez por não se encontrarem muito claros, ou porque nos recusamos a entender mesmo. O fato é que a vida não deixa um dia sequer de nos surpreender. É show na arte de ensinar... Penso que as coisas tristes podem ser evitadas; penso que não precisamos chegar à fase das garatujas disformes esfregadas na cara. Penso que diálogos, sinceridade, transparência, podem ir muito bem, obrigada! Quando, e se usados, calçam como luva. Basta-nos, dar fim ao início, quando uma voz interior nos alerta. Evitam-se tantas coisas, tantos constrangimentos, tantas humilhações, tantas mutilações, tantas dores que ao final não poderão mais ser evitadas...! Repito: A vida sempre é show na arte de ensinar. Nós é que não somos show na arte de aprender...
A vida nos reserva coisas boas na mesma proporção das coisas tristes. Não precisamos supervalorizar os maus momentos, mas devemos agradecer sempre, cada momento bom... Lembrando que, cada um tem uma maneira peculiar de enxergar as coisas.
Brilhe, mas, com o brilho de dentro para fora, e não o seu contrário, que só servirá para atravancar o caminho, impedindo a verdadeira luz, que brota do seu interior.
Devemos lutar contra tudo quanto é "ismo", racismo, sexismo, especismo, individualismo, conformismo, que de certa forma abre caminho para todos os abismos que nos devoram. A vida é um sopro, nós somos tudo e nada ao mesmo tempo...
Viver nos obriga a ir de uma estratégia a outra. Dançamos conforme a música muitas vezes, à exaustão sem encontrarmos a fórmula ideal, porque essa, não existe. Nem toda teoria é praticável; ela é passível de vitórias e fracassos na mesma proporção...
As quedas fazem parte da trajetória; o erguer-se delas, mais ainda!
Há aquele que pode fazer muito, mas não o faz. Há aquele que quer fazer, mas não pode, porque, na maioria das vezes é impedido de fazer o pouco que seria da obrigação do coletivo.
O amor que eu não não vivi
teria um quê de magia?
seria etéreo,
seria eterno,
seria intenso,
seria incauto e verdadeiro?
Teria as cores do arco-ìris,
para cobrir o cinza que me nubla os dias?
O abraço que dissipa o medo,
a água da fonte que me mata a sede?
As flores na primavera vindoura nas asas do tempo?
O azul do mar...
A lava do vulcão...
Incandescente lava!
Depois o magma que perpetua
Nossos corações, em um só...?!
Minha alma borboleta,
voa aqui, voa acolá...
Sou etérea...
Frágil,
transparente...
Um repente!
Minha alma é o pensamento!
Ágil como serpente;
é a bruma
que se dispersa ao sabor do vento...
Minha alma é a melodia,
é o tempo, a sinfonia!
A canção que não cantei...
À procura de um nome, encontrei-me em um rosto... À procura de flores, espetou-me o dedo um espinho. 'Mas não dormirei por cem anos como Bela' (...); nem precisarei acordar de um sono que não dormi... Quanto ao dedo, aquela flor já murchou...
Não quero saber qual planeta você habita
ou orbita.
Sou um ser perfeitamente adaptável ao meio...
Como um nômade, sem destino;
Um menino!
Um cão sem dono,
no abandono,
que vaga, ora aqui,
ora ali...
E quando, em qualquer tempo,
ouve um assovio que o chama,
se inflama!
Abana a cauda e, incondicionalmente,
segue o seu amo...
Não devemos tentar consertar nada. Em algumas situações, é melhor deixar o que quebrou em um canto. A intenção pode ser boa, mas o resultado nem sempre é... A cada vez que olharmos para o remendo, seguramente vamos nos lembrar do motivo pelo qual foi feito.
A maturidade nos proporciona o alívio de não precisarmos agradar a ninguém. Podemos eliminar todas as máscaras, uma a uma, que a vida em algumas situações nos impõe. [Não que tenhamos de fato, que usá-las - e por essa razão ela nos queima a pele - mas é de bom tom exercitar o silêncio e manter o respeito. Às vezes, não precisamos ser tão crus...].
Vou... Buscando sorte...
buscando espaços limitados,
buscando flores entre espinhos,
que arranham,
que ferem,
transferem,
transmutam... E eu luto!
Perco e ganho;
choro e me apavoro.
Chuto para longe!
Afinal, mais se perde nesta vida
do que se ganha
E, se levo uma surra imaginária,
eu me levanto!
Tal é a força!
Escondida,
reprimida...
E necessariamente bruta!
Eu já te amava
antes mesmo de saber...
Eu já amava a espera,
o saber que chegaria,
dia a mais ou menos dia...
Oh! Alma de minha alma, cativa eu sou do teu sorriso que não conheço, do teu cheiro que não sinto, mas nem por isso não me causa a embriaguez que faz cegar meus sentidos.
Oh! Alma de minha alma! Tivesse eu, sequer imaginado, a dor de querer-te, teria fugido para outras esferas, para Marte, para a Lua, para o Inferno! Só para não sentir o que sinto e não trazer em mim, o que trago, este invasivo sentimento que desestrutura e desnorteia todo o meu ser, contra o qual não tenho forças. Não sei quem sou; um ser estranho... Só me vejo em ti e em ti me reconheço...
Torno conhecidos os meus pensamentos, pois, de outra forma, como poderiam saber o que eu quero e penso? Luto pelo que quero, poderia dizer incansavelmente, porque nunca sigo meu caminho sem olhar para trás, muitas vezes, como a esperar pelo que vai chegar ao último instante, esbaforido, para fazer parte da minha vida. Não sou exuberante, não tenho glamour, como vê, mas, nenhum nem outro me fazem falta. Minha alma é que é exuberante e intensa, do tamanho do mundo, mas, ao mesmo tempo, delicada como uma flor de um só dia; um hibisco;
um instante...
Do nada se forma o caos... Uma coisinha fora do lugar, uma pecinha que acidentalmente se solta, pronto; o caos se forma... O mundo está - é - um caos; absorve-se o caos do mundo e tudo se torna um caos só! As pessoas são o próprio caos que provocam!