Coleção pessoal de SusannaAlmeida

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No ir das horas,

esvaziarei a minha vida de sentimentos frívolos

que não couberem em minha essência...

Dar-me-ei ao prazer de falar e fazer

o que tiver vontade,

sem o temor de pensar

se alguém vai ouvir, ver, concordar ou não!

Cheguei ao ápice, onde nada é proibido,

ou quase nada!

E, em não sendo permitido, possa ser negociado.

Que bom para a minha essência!

Se, algum cuidado ainda tinha,

este, cairá no esquecimento como o ano que se esvai.

'Res-Guardados'

Reorganizando a vida,
a começar pelas gavetas reviradas,
de histórias embaralhadas,
não contadas,
lá, jogadas,
como arquivo não mais usado, por ora (...)
Já, com as portas distorcidas, que nem fecham,
extravasado, meu armário...
Não por roupas, que nem sobram,
pois me basta o necessário
que me cubra! Mas por sentimentos,
igualmente, lá esquecidos,
escondidos!
De modo a serem protegidos
da falta de amor lá fora...!

Os erros fazem parte da condição humana. Estamos aqui na condição de aprendizes e erros serão bem vindos, na medida em que nos permitirem olhar para dentro de nós, desnudar nossa essência, ajudar-nos a redescobrir e remodelar o nosso caráter e a conservar os bons valores, mostrando-nos o nosso lugar no tempo e no espaço. Enfim, mostrar-nos a que viemos, para onde queremos, podemos e devemos ir... Que nossas ações ajudem a melhorar o mundo à nossa volta! Que possam contribuir para um mundo mais consciente, um mundo, onde os valores não sejam apenas monetários, que os sentimentos, brotem espontaneamente, sem que se precise comprá-los, que não sejam, ordinariamente transformados em objetos de escambo. A violência dita as regras, porque o amor e a caridade se perderam... O Universo os quer de volta e clama por socorro! Precisamos retroceder um pouco para encontrar o fio que se perdeu e a partir dali, refazermos a caminhada... Há grandes Mestres, aos quais podemos seguir-lhes as pegadas, deixadas como estacas fincadas no chão por onde pisaram - e ainda pisam - como a nos indicar a direção! Suas pegadas são claramente notadas em suas ações de construtores do bem, regidos que foram - são - pelo Construtor Maior de toda a criação!

Algumas coisas nunca mudam. Não importa o tempo que cada um leve desejando que isso aconteça...

A vida, é vivida a cada dia, com todo o peso que lhe é conferido, não está descrita, nem sacramentada, em nenhum manual de instrução. Viemos sem cartilha, lembra?... Até tomamos conhecimento de algumas regras gerais, mas, como o próprio nome diz, são gerais... Nem tudo pode ser aproveitado individualmente; ou mesmo, utilizado para o para o bem comum... Dê a cada dia, o seu peso...

Nosso tempo tem pressa. Pressa de cuidar das sementes que semeamos! Esperemos que tenham sido boas sementes! Nosso tempo tem pressa. Pressa de extirpar a erva daninha que permitimos que brotasse, porque ervas daninha são enxeridas mesmo, ao menor descuido, quando se vê, já estão lá, “brotando como ervas daninha”... Lindas, maravilhosas, cheias de vida! Mas, fazem mal...
Nosso tempo tem pressa. Mal pode esperar pela colheita e, é necessário dividi-la com quem nada semeou por não acreditar que dali, daquele solo, pudesse brotar a semente que saciaria a fome do mundo. O mundo precisa de paz que só as boas sementes podem trazer. São as sementes que devemos cultivar em nosso coração... Todo o resto é perecível, pois se encontra nas camadas superficiais de "nosso solo". E o tempo, aquele mesmo que hoje tem pressa as destrói...

Talho-te uns versos
De ausentes rimas,
Não "rimas pobres",
mas pobres rimas!
Talho-te uns versos
de rimas soltas...
Falo da flor,
porque o poeta, dela se encanta,
Misturam-se tanto!
Que fazem um pacto,
misturando as seivas...
Ele com sangue, ela com néctar!
Ele, ao colhê-la, ela se vinga...
Espeta-lhe os dedos.
o sangue lhe pinga.
E ali, se misturam, e dá-se a fusão!
Tornam-se um só...
Talho-te uns versos,
porém, pouco posso...
Pois sempre me fogem os ventos
da inspiração...

Tenho medo de alturas;
não gosto de precipícios...
Mas me atiro se eu acreditar...
O que pode me acontecer,
que já não tenha me acontecido?
Uma asa partida, chamuscada?
Como Fênix, eu já renasci tantas vezes
das cinzas das minhas dores [...]
que descobrirei um meio
de renascer a cada dia...
Já queimou; não queima mais...
Hoje sou o próprio fogo...

Olho para dentro de mim e vejo que, às vezes, não me encaixo em lugar algum. Como uma peça solta no grande quebra-cabeça, cuja montagem é sempre um desafio. Passamos a vida tentando, algumas obtemos êxito, outras, no afã de acertar, nos ralamos por inteiro para cabermos em espaços que não são nossos.

As palavras desarticuladas que saem de dentro de mim, não têm prazo de validade; são para sempre. Dia após dia, poderá constatá-las. Só o tempo dirá se é verdade. Mas, terá de vivê-lo; para saber, terá de viver-me.

Cada vez que olhar para mim. Ficarei à descoberta... Será como olhar para o interior de uma lagartixa, cuja transparência, lhe revela os ovinhos debaixo da pele rosada...

Não esperem de mim grandes discursos,
minha oralidade, trago, não nos lábios,
mas nas mãos...
Faço destas, instrumentos que esvaziam minha alma,
e liberam tantas quantas toxinas
tenham meu corpo tomado...
Como uma faxina em meu espírito,
lavo-me!
Liberto-me de dores efêmeras que vêm
e, que se sabe, passarão...
Tudo passa afinal,
e no fim, tudo é passado!
Mas passado, deixa rastros
Ainda que por instantes,
como furacão que tudo arrasta...
E nos deixa a ver navios
em um porto imaginário.
Preparado estrategicamente,
apenas e tão somente,
enquanto durar nosso torpor.
Minha oralidade, trago, não nos lábios,
mas nas mãos;
não esperem de mim o que não posso dar...

Humanos, partes errantes de um todo, desencaixadas quase sempre do grande quebra-cabeça, sofridos, ora vítimas, ora carrascos - grande parte das vezes de seus próprios erros - apenas iguais, sem tirar nem por...

Eu me encantei com tão belo sorriso... Este, astuto, levou-me o coração...

Meu brilho retornou... Caprichoso que é, escolheu um dia chuvoso porque quis voltar na condição de arco-íris para colorir meu mundo... E coloriu...

Contem-me uma estória
Uma estória sem tempo,
Onde o tempo, não caiba...
Pois que, não importam os [quando?]...
Para falar de amor,
da magia,
da chuva,
das flores,
Dos jardins suspensos, que guardo na mente
Nas noites que não consigo dormir...

Você grita nas entrelinhas... Admira-me, não tê-lo compreendido! Eu, que vejo através delas e leio-te até na camuflagem mais densa e perfeita que vestes para te ocultares da minha insanidade. Tranquiliza-te, então; estou te lendo agora...

Há multidões perdidas em seus desertos! Caminham lado a lado sem se verem.

Solidão é quando saímos de perto de nós para estarmos presentes nas ausências do outro.

Não desperdice seu tempo com quem não merece uma fração dos segundos das suas horas...