Coleção pessoal de sthefanysentiu
Sinto uma falta exagerada da tua mão acariciando o meu corpo, o meu rosto.. Sinto falta dos teus olhos nos meus, do teu abraço onde eu caibo tão bem. Sinto falta do teu cheiro pela casa, do som da tua risada, sinto falta de acordar e ter você ao lado.
Me confundo. Não sei se você me descobriu, se me desvendou. Ou se eu te entreguei tudo que eu tinha nas tuas mãos.
O mundo lá fora é escuro demais.
É perigoso soltar a sua mão.
Eu não quero me perder.
Teu abraço é o melhor lugar onde posso estar.
E de repente, meus olhos se inclinaram pro céu.
Exatamente naquele momento,
o céu estava sereno, calmo
tranquilo, bonito
como o teu rosto,
quando olhou pra mim.
Dois corpos,
que se encontraram,
vagando sem destino, se encontraram.
Duas almas,
e todo um sentimento,
que quase se perdeu, mas,
se encontraram.
Gostaria de dizer muita coisa, sem medo do resultado de todas as minhas palavras. Queria mesmo entender que o futuro me pertence, só pra não chorar quando acordar com a névoa que a solidão vai me trazer. Não ligar pro que vão dizer no dia seguinte, amar mais a mim mesma e gritar quando o céu estiver mais azul, bem mais azul do que esse cinza aqui. É assim que têm estado à alguns dias, bem cinza, com pequenas e poucas cores amarelas que ainda me fazem sorrir levemente.
O que falta, está logo ali.
Pode ser que essa menina aqui tão frágil e inocente, tenha andado por lugares perigosos demais pra continuar a ser assim. Algumas experiências nos anulam, eu sei. Dizia ser boa luz, que não haveria problema algum ao saborear seu lindo sabor, só que todo caminhar, leva alguém, ou quem sabe a um lugar. Existiria ali então um muro? Sem pedir licença, rindo e chorando, só pra mudar o rumo do tal caminho traçado.
Tudo era mistério, e algum tempo atrás, talvez uns dias, as coisas eram outras. Era ainda mais transparente que o gelo, sorria enquanto todo o mundo desabava ao seu redor. Como num piscar de olhos, a imagem que outrora era presente e amável, desapareceu. E mais uma vez, seguiu a menina, como se houvesse aprendido tudo de uma vez, numa questão de segundos.
Limpou as lágrimas, secou suas pequeninas mãos, e disse que seria forte, mentiu mais uma vez pra ela mesma. Levantou-se dos destroços que ali estavam, não disse adeus, não olhou para trás e sem abaixar seu olhar, prometeu pela última vez, que não voltaria, e assim o fez. Andou sem rumo, perdida, triste e só. Viu pessoas, leu histórias, entrou e saiu de tantas outras ainda tão vazia. Envelheceu em instantes e via que tudo estava embotado e plano, sabia não haver nada mais escondido, a não ser o que viria.
Pediu aos céus para que não mandassem um anjo com asas, ela queria a imperfeição, outro anjo perdido por aí, com as mesmas feridas por curar, as mesmas dores e anseios. O que chamavam de destino, não parecia um traço reto e sem curvas. Ela tinha um plano traçado, deixaria chover dentro de cada pequeno espaço de si, até que tudo transbordasse, mesmo sabendo que depois nada se encaixaria ali. Até que a luz que ninguém mais enxergava naqueles olhos, se encontrou com outra luz. Dentro daquela confusão, algo aconteceu. Que quebrou o muro, que acabou com a chuva, que curou a ferida, que sarou a dor e deu paz. Algo que hoje chamam de amor.
E no fim, que começo é, o mundo se calou.
Estava chovendo e, deu saudade, de quando a gente se via, de quando você me deixava em casa, daquelas noites em que sentados, nenhum toque havia, e mesmo assim exalavamos “amor”. Deu saudade de quando tua boca sem jeito se encostava na minha, e o beijo mais tosco acontecia. Da tua risada trêmula, quando eu dizia que você me amava, e relutando você sorria. Deu até saudade das inúmeras mentiras que você contou pra eu dormir feliz, aquelas que me faziam os olhos brilhar, tão estúpida e doce, acreditando.. Deu saudade só do que eu era, antes de você partir, deixando poeira sobre os móveis e as fotos de uma história que nunca existiu.
2009, em alguma decepção.