Coleção pessoal de Steffanye

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A decepção me ensinou a enxergar as pessoas exatamente como elas são, e não mais com os olhos do coração.

É necessário certo grau de cegueira para poder enxergar determinadas coisas.

Não devemos enxergar apenas com os olhos da face, que só captam a luz exterior, as ondas eletromagnéticas. Precisamos também enxergar com os olhos do coração, que captam os pensamentos e as emoções das pessoas

O óbvio é a verdade mais difícil de se enxergar.

Vá até onde a sua vista alcançar e, ao chegar lá, você conseguirá enxergar mais longe.

Todos veem o que você parece ser, mas poucos sabem o que você realmente é.

A lucidez perigosa

Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.

Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do quê:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
– já me aconteceu antes.

Sou louco porque vivo em um mundo que não merece minha lucidez.

Que capacidade impiedosa essa minha de fingir ser normal o tempo todo.

Sim, curvo-me ante a beleza de ser
às vezes zombo de mim mesmo ao término de uma
inteligente e aguçada constatação.
Ermitão do insólito, poeta da dúvida
Entretanto duvido a dúvida por ser dúvida
fruto de uma premissa lógica
Mas nego, afirmo e não duvido de nada
Prisioneiro sem grade desse silêncio eterno.

Meu egoísmo é tão egoísta que o auge do meu egoísmo é querer ajudar.

Quero a certeza dos loucos que brilham. Pois se o louco persistir na sua loucura, acabará sábio.

Sou o que sou
porque vivo da minha maneira...
Você procurando respostas olhando pro espaço,
e eu tão ocupado vivendo...
Eu não me pergunto,
Eu faço!

Só há amor quando não existe nenhuma autoridade.

- Uma definição

amor é uma luz à
noite atravessando o nevoeiro

amor é uma tampinha de cerveja
pisada no caminho
do banheiro

amor é a chave perdida da sua porta
quando você está bêbado

amor é o que acontece
uma vez a cada dez anos

amor é um gato esmagado

amor é o velho jornaleiro na
esquina que
desistiu

amor é o que você acha que a outra
pessoa destruiu

amor é o que desapareceu junto
com a era dos navios encouraçados

amor é o telefone tocando,
a mesma voz ou uma outra
voz mas nunca a voz
correta

amor é traição
amor é o incêndio dos
sem-teto num beco

amor é aço
amor é a barata
amor é uma caixa de correio

amor é a chuva sobre o telhado
de um velho hotel
em Los Angeles

amor é o seu pai num caixão
(aquele que te odiava)

amor é um cavalo com a perna
quebrada
tentando se levantar
enquanto 45.000 pessoas
observam

amor é o jeito que nós fervemos
como a lagosta

amor é tudo que nós dissemos
que não era

amor é a pulga que você não consegue
encontrar

e o amor é um mosquito

amor são 50 lançadores de granada

amor é um pinico
vazio

amor é uma rebelião em San Quentin
amor é um hospício
amor é um burro parado numa
rua de moscas

amor é um banco de bar vazio

amor é um filme do Hindenburg
se retorcendo
um momento que ainda grita

amor é Dostoiévski na
roleta

amor é o que se arrasta pelo
chão

amor é a sua mulher dançando
colada com um estranho

amor é uma senhora
roubando um pedaço de
pão

e o amor é uma palavra usada
muitas vezes e
muitas vezes
cedo demais.

Ser normal é chato. Eu Prefiro ser esquisito sendo eu mesmo do quer ser normal imitando outra pessoa.

Quero nunca cometer a Tolice, de ser um sujeito normal.

Seria uma atitude ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que proporcionasse às classes dominadas perceber as injustiças sociais de maneira crítica.

Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.

Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos.