Coleção pessoal de srtagobeth
Vejo um dia lindo lá fora, sorrisos distribuídos aos montes, e eu queria muito uma vontade de sair e ter uma noite diferente das que eu tenho tido, cheia de choros e coisas que bloqueiam o riso. Mas cadê a coragem? Eu queria escolher a roupa mais bonita, me vestir por fora e por dentro de coisa boa, usar uma maquiagem que transpareça felicidade, nada escuro. Queria mesmo era pôr um salto e sair arrasando por aí, colecionar suspiros e agradecer elogios.
Queria ver pessoas que me fazem bem, dar abraços apertados e calorosos, daqueles que fazem a gente perder o fôlego. Queria fechar meus olhos, respirar fundo, e agradecer por estar viva.
Queria tanto... mas tem algo que me trava, como uma voz baixinha que diz: "fica no seu cantinho menina, aí... quieta no escuro. Senão vai doer de novo, você se lembra?".
Então eu fico aqui, tentando escolher entre a incerteza e a voz na minha cabeça. Talvez eu escolha os dois, ou talvez nenhum. Sem desespero, vou me deixar levar.
Andava me sentindo muito triste, talvez isso estivesse sendo frequente demais, e seja um pouco, ou muito, chato. Mas o que eu podia fazer, se eu esteja mesmo muito triste? Eu precisava insistentemente de alguém do meu lado, talvez embaixo ou em cima de mim, que me dissesse que tudo ia ficar bem, que segurasse meu rosto delicadamente e me ordenasse a sair do buraco em que me jogaram. Mas "tristeza também se cansa" - pensei. E se esvai, desocupando nosso corpo aos pouquinhos, sem que a gente perceba. O ruim de tudo isso, é que quando a tempestade vai embora, você se depara com uma casa aos pedaços, destruída. E é aí que a coragem deve vir pra que você possa reconstruí-la, mais forte dessa vez. Eu sinto que estou refazendo meu espaço, colocando um tijolo de cada vez, e está sendo suado, amigo. Está sendo difícil. Mas eu aprendi a não ter mais pressa, porque demore o tempo que for, minha casa terá resistência dessa vez. Talvez árvores ao redor pra proteger, doces, sonhos e amor... mas agora, o próprio em primeiro lugar.