Coleção pessoal de SrFidelis
Aquietar-se, ouvir os pássaros no céu, o pulmão se enchendo ar, sentir o movimento de rotação da Terra, simplesmente observando.
Uma garota desfocada por um olhar desapercebido e inocente na vivência do momento
presente, o atentar a natureza perfeita em sincronia de um aquietar reflexivo e consciente
pensamento a respeito da vivencia e a experiência do amor não condicionado a nada, eis
então a existência incompleta de tal moça, seus detalhes, sua vestimenta, seus cabelos,
suas curvas, seus lábios e sua voz, desconhecidas, apenas pequenos fleches de características
marcantes e memoráveis. Lhe tira a vida o som dos passos em direção ao desencontro,
e ruídos de vozes hipócritas desenhando as palavras nos olhos de quem as dá ouvido
afim de apresentar opiniões preconcebidas e preconceituosas em função daquela garota,
antes desfocada, agora inexistente e deixada sozinha no mar do inconsciente inacessível.
Olhares distantes e sinceros, vem subindo num caminhar largado e confiante de um cara
que, aparentemente agrada os olhos de quem sabe a beleza natural e humilde da natureza
masculina humana, barba, cabelo, olhos claros e uma descida, uma silhueta com curvas leves
e suaves de uma delicada moça, cabelos pretos, tais como os olhos, que balançam como
resultado do caminhar descomprometido. Olhos que se encontram por um segundo apenas,
não há palavras ou ruídos, há apenas olhares, que gritam de desejo um pelo outro, pela
eternidade daquele momento. Então o fim lhes chega, novos ruídos e novos desencontros,
antes ela, agora ele, inexistente nos sentidos, mas existente na memória de um olhar
interessado de uma moça, pouco desejada em função da sua física coloração dominante,
ocasionada pela triste e história de pessoas como tal, talvez desejada por aquele que
agora inexiste.
O som das bolas de uma sinuca descomprometida, aquela mulata pulou sobre a piscina da
inexistência e mergulhou na memória de quem um dia lhe dará vida com apenas um olhar,
para então serem amantes simultâneos e desfrutarem da vivencia do tão aclamado Eros.
Antes escrava, agora princesa, antes rejeitada, agora desejada, antes feia, agora mulata,
antes ela, agora nós.
"No som de passos largos e apressados de corpos sobre dominio de uma mente ocupada em corresponder suas atividades rotineiras habituais afim de estar em concordância com as
expectativas alheias, passos vazios de potencialidade e cheios de ocupações, num atravessar de uma rua movimenta por carros pretos, vazios também, olhares se encontram sob o nascer
de um sol, quantinho, alaranjado e esperançoso cheio de luz, encontram-se fazendo com que o movimento de rotação da Terra seja reduzido, os sons, os cheiros, a natureza, os passaros
morram, para que dois olhares desconhecidos se encontrem, como o sol e a lua em uma eclipse, como o mar e o sol no entardecer, tornam-se um só, aqueles lindos sois castanhos
escondidos atrás de vidraças e belas supernovas sobre a sombra de sombrancelhas afadigadas, se atraem com uma força suficiente para expandir todo o universo,
expandido assim a luz de um segundo eterno, perdendam-se na eternidade, muito além das barreiras do espaço e do tempo, onde as leis da fisica não se aplicam,
um lugar onde apenas almas têm acesso, almas de luz. Se abraçam em liberdade, livres de apego, livres de influencias, livres do medo principalmente.
No mais tardar uma triste despedida ao seguir em seus passos, antes vazios, agora cheios de luz, luz alaranjada, quentinha, doce como o mel, terminio do grande percurso de um zabra pisoteada para o caminho de
mais um dia de trabalho e um olhar esperançoso de um amanhã inesistente, tardio bastante pra mais um segundo, sincero, profundo e eterno, onde duas almas se abraçam em um olhar apenas... Olhares perdidos na eternidade."