Coleção pessoal de Sophiparaintimos
Teu corpo combina com meu jeito, nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Não valem dramáticos efeitos mas o que está depois
Não vamos fuçar nossos defeitos, cravar sobre o peito as unhas do rancor
Lutemos mais só pelo direito ao nosso estranho amor...
Terraço vazio, perto do céu
na boca do caos o amor é mel
neblina na saia, estranho véu
cada esquina, love again ...
Sei que nunca fui perfeita mas com você eu posso ser até eu mesmo que você vai entender ...
Posso brincar de descobrir desenho em nuvens,posso contar meus pesadelos e até minhas coisas fúteis,posso tirar a tua roupa,posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo ...
Mas com você eu tou tranquila...
Você me embala dentro dos seus braços e você me beija e você me aperta e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem.
Infinito Particular
Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Só mesmo a paixão que é do reino da loucura, me põe entregue e besta, com as patas arriadas no chão. Nada me descansa mais que um amor insensato - quanta paz e conforto há naquele punhado de instantes em que se vislumbra o paraíso.
Nos dias seguintes ao dia em que estivera deitada no ombro dele tão proximamente nu também, no fundo de um sonho, conseguia reencontrá-lo. Pois havia outros detalhes, semanas depois ainda tentava lembrar. Havia um cheiro, por exemplo. Tênue, quase perverso. Intimidade úmida, limpa, nas dobras da carne suada, preservada na própria pele.
Por que me descobriste no abandono
Com que tortura me arrancaste um beijo
Por que me incendiaste de desejo
Quando eu estava bem, morta de sono
Com que mentira abriste meu segredo
De que romance antigo me roubaste
Com que raio de luz me iluminaste
Quando eu estava bem, morta de medo
Por que não me deixaste adormecida
E me indicaste o mar com que navio
E me deixaste só, com que saída
Por que desceste ao meu porão sombrio
Com que direito me ensinaste a vida
Quando eu estava bem, morta de frio.
A gente se apertou um contra o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro.