Coleção pessoal de sophintima
...sou mulher de sorriso largo, coração aberto, só que mantenho meu corpo fechado;
sou mulher de exercitar a alma, perfumo as palavras e mantenho minha opinião;
sou mulher de tempestades e maré mansa, tenho bálsamo para as feridas, mas evito-as, sinto medo da dor.
sou mulher de longe, de perto, sou mulher de um jeito incerto, mas quando amo é sem medidas e sem razão;
Respeito as pessoas, mas minha verdadeira paixão, são os animais; antes de me ver mulher me sinto fêmea da cabeça aos pés, na maneira de ver, sentir, tatear e saborear; não renego minhas origens, tenho orgulho delas.
Aceitar-se como fêmea é entender o que é ser mulher; longo aprendizado;
Por isso admiro o homem que amo, seu maior encanto é sua inocência de macho. Nosso amor transcende a carne, faz de nós pontos de luzes e seres irracionais, nos leva a sensações e lugares que ultrapassam o entendimento dos "normais".
Sou uma mulher que sabe a dor e a delícia de ser o que é.
Se voltar mil vezes ao mundo, oxalá permita-me voltar como mulher...
A realidade humana é triste,as regras sociais são ralas,valores de dignidade invertidos,razões e idealismos deturpados,onde muitas vezes dizer a verdade é sinonimo de maldade...
Quer ser bem visto? Diga a verdade,mentindo.
Seus olhos erravam por aqui, por lá, por toda a parte, maravilhados. Ela viera para ser feliz, e já se sentia feliz.
Ah! infinito delírio chamado desejo, essa fome de afagos e beijos
essa sede incessante de amor.
Ah! essa luta de corpos suados, ardentes e apaixonados gemendo
na ânsia de tanto se dar...
Ah! de repente o tempo estanca na dor do prazer que explode
É a vida é a vida, é a vida e é bem mais...
E esse teu rosto sorrindo espelho do meu no vulcão da alegria,
Te amo, te quero meu bem, não me deixe jamais
Eu sinto a menina brotando da coisa linda que é ser tão mulher,
a santa madura inocência.
O quanto foi bom e para sempre será,
E o que mais importa é manter essa chama até quando eu não mais puder
E a mim não me importa nem mesmo se Deus não quiser...
Realidade não me impressiona. Eu só acredito em intoxicação, em êxtase, e quando vida ordinária me algemar, eu escapo, de uma maneira ou de outra. Nenhum muro mais.
Andar na direção do outro é também fazer uma viagem. Mas não leve muita coisa. Não tenha medo das ausências que sentirá. Ao adentrar o território alheio, quem sabe assim os seus olhos se abram para enxergar de um jeito novo o território que é seu. Não leve os seus pesos. Eles não lhe permitirão encontrar o outro. Viaje leve, leve, bem leve. Mas se leve.
(...) Que era um bicho, um bichinho desses ariscos. Coelho, borboleta. Um rato. É preciso cuidado com o arisco, senão ele foge. É preciso aprender a se movimentar dentro do silêncio e do tempo. Cada movimento em direção a ele é tão absolutamente lento que o tempo fica meio abolido. Não há tempo. Um bicho arisco vive dentro de uma espécie de eternidade. Duma ilusão de eternidade. Onde ele pode ficar parado para sempre, mastigando o eterno. Para não assustá-lo, para tê-lo dentro dos seus dedos quando eles finalmente se fecharem, você também precisa estar dentro dessa ilusão do eterno.
Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém que o que mais queremos é tirar essa pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
Deixa-me te acordar com um beijo,morder teu queixo e dizer :te quero.
Deixa-me chegar perto feito vento, feito verso e fotografar-te com os olhos,contar teus cílios,ver-me em tua íris.
Deixa-me ser parte,ser objeto,ser escasso e ser excesso,transbordar dentro.
Desculpa
Te olho nos olhos e você reclama...
Que te olho muito profundamente.
Desculpa,
Tudo que vivi foi muito
profundamente...
Eu te ensinei quem sou...
E você foi me tirando...
Os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse possibilidade...
De me inventar de novo.
Desculpa...
Desculpa se te olho profundamente,
rente à pele...
A ponto de ver seus ancestrais...
Nos seus traços.
A ponto de ver a estrada...
Onde ficam seus passos.
Eu não vou separar minhas vitórias
Dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim;
Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.
Eu quero estar viva e permanecer
Te olhando profundamente.
Tenho um amor fresco e com gosto de chuva e raios e urgências. Tenho um amor que me veio pronto, assim, água que caiu de repente, nuvem que não passa. Me escorrem desejos pelo rosto pelo corpo. Um amor susto. Um amor raio trovão fazendo barulho. Me bagunça. E chove em mim todos os dias.
Um anjo vem todas as noites:
senta-se ao pé de mim, e passa
sobre meu coração a asa mansa,
como se fosse meu melhor amigo.
Esse fantasma que chega e me abraça
(asas cobrindo a ferida do flanco)
é todo o amor que resta
entre ti e mim, e está comigo.
O que vale é conhecer o corpo de outra pessoa tão intimamente como você só conhece o seu próprio corpo.
"Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia."
Talvez uma faísca
relâmpago no olhar,
depressa como um susto
me desmascare o rosto,
e de repente deixe exposto...
Em mim germina uma força
perigosa que contamina,
uma paixão vulgar
que corta o ar, e que
nenhum poder domina...
Explode em mim uma
liberdade que te fascina,
sopro de vida,
brilho que se descortina,
luz que cintila, lantejoula,
purpurina,
fugaz como um desejo...
Talvez te mate
Talvez te salve
O veneno do meu beijo...
Pessoas sábias falam sobre ideias;
Pessoas comuns falam sobre coisas;
Pessoas medíocres falam sobre pessoas.