Coleção pessoal de soltafrase
O amor que abriu as portas fechadas antes pelos medos, pelos erros, pela feiura da solidão. É por causa desse sorriso, da leveza das brincadeiras, pela intimidade dos olhares, pelo calor da pele, é que sei que há paz na bagunça que você provoca dentro de mim.
Não ouvi o canto do pássaro, não senti o sol queimar minha pele, não senti o suor descer sobre o rosto.
Não vi a fumaça dos carros, nem ouvi o barulho dos carros, não vi a criança brincar, nem as pessoas rirem.
Nem mulher que chorava por ser traída, nem o desespero do homem que traiu, nem a menina que envergonhada recolhia as roupas do chão.
Não vi o cachorro latir, nem o homem da bicicleta, nem ouvi barulho do bar.
Não tinha música no rádio, não tinha luz, nem o ar em movimento.
Não tinha dor nos ossos, nem entre os músculos.
Lá não tinha abraço nem beijo, não tinha afago ou suspiro, não tinha pele, não tinha o carinho da gatinha que brincava no chão.
Lá não tinha amor, nem dinheiro, só tinha as contas de segunda-feira.
Lá eu só era mais um, em meu silêncio de solidão tumultuada.
Não senti o tempo, nem a vida se passar ao meu redor.
Me sobrou o cansaço, em lapsos dos meus devaneios, me sobrou minha cama, e meu minuto pago de silêncio.
Só mais um dia, e para todos os dias: Resiliência.
Porque eu tenho um romantismo incurável e um borboletário na barriga. É simples, é só meus olhos pegarem seu rumo.
Com que olhos me olham esses olhos?
Os meus já estão perdidos dentro dos teus há muito.
Como minha pele está perdida na perfeição da ponta de seus dedos empinados.
Como seu sorriso que desperta o meu e minha boca implora pela tua.
Tua... Sou toda tua. Derretida como cera de vela - quente, sem forma – em prece te suplica.
Bem dentro do seu humor intenso, em tudo, como a cor intensa de seus cabelos.
Posso te ouvir de longe, em sua voz que soa em seu silêncio mais do que nas palavras, posso arrancar-lhe o pensamento, mas não me atrevo.
Prefiro a espontaneidade de seus gestos delicados que vão além de sua braveza aparente, como quando entrelaça seus dedos em meus cabelos.
Ressaca nos olhos?
Não, os meus é que estão embriagados de ti – completa. Me completa.
Me reviro em mim, só pra me ver em um reflexo avesso.
Seu melhor defeito, é seu o meu amor.
Deixa ser mais
ou menos
Mas deixa ser...
Deixa ser maior que o mundo
Deixa ser curto, no tempo de um segundo
Deixa ser pouco ou muito
Só deixa...
Permita-se deixar
Deixe de deixar não ser capaz
Deixa as possibilidades dar lugar as escolhas
Talvez deixe acontecer
e quem sabe deixa de ser tão sem graça
Deixa a porta aberta, mas não a deixe fechar
Deixa ir, pois se for bom, a vida deixa vir
Deixe-se cercar de amigos
Deixa de achar que nada pode ser bom,
nunca é tão ruim assim
Deixa, não há de ser nada
Deixa...
Porque deixar pode ser tudo.
Sinto.
Sinto tanto.
Sinto muito.
Sinto sempre.
Da calmaria da alma ao desespero do coração.
Sinto da melodia, sinto da alegria.
Sinto do abraço apertado e do beijo sentido.
Sinto da lágrima quente que escorre, da boca
que confessa, do suspiro que não morre.
Sinto do lado a lado.
Sinto do gesto distante.
Aceita meu amor, sem palavras complicadas,
aceita o meu amor?
Serão tanto amor. Serão tantos despertares, tantos olhos a fechar. Serão abraços, suspiros, promessas, risadas, lágrimas.Serão mãos dadas, pés juntos no frio e preocupação com as contas. Serão sonhos, casas, carros, lugares e viagens. Serão família velha e família nova, livros, primeiros passos. Serão o quintal do fundo com um pé de jabuticaba, flores e um cachorro pra destruir. Serão o tempo, as rugas, as lembranças, os passos cansados e cabelos brancos. Serão cuidado e só companhia. Serão o silêncio de uma vida de barulho, serão as gotas de chuva e as lágrimas de solidão. Serão o show, o espetáculo de viver, serão a morte. Será? - Ah sim, serão.
Eu te amo,todos os dias, de todas as formas. Mas que nosso amor não fique a mercê do tempo -ele é meio esquecido.
Se por tristeza ou alegria as palavras te faltam, guarda. O silêncio é a melhor maneira de dizer o quanto o momento é importante.