Coleção pessoal de sofia66

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⁠Perdi-me de quem eu julgara ser,
e quando me reencontrei, fugi.

⁠Não existe pior solidão do que nos sentirmos sós entre milhares de pessoas.

⁠Que a loucura te acrescente os dias, o amor os preencha e a humildade te defina!

⁠A fé, a espiritualidade de cada um é algo que não tem uma explicação racional, assim como o amor por alguém não exige explicação.
Em ambas as situações, ou se sente ou não.
Em todas as situações, o respeito pelo próximo e a liberdade de expressão.

⁠O fanatismo político, tal como o fanatismo religioso e todos os fanatismos, são a máfia da Humanidade em pleno Séc. XXI.

⁠A Religião escraviza o Homem, o Amor liberta-o.

⁠O ser humano é o animal mais perigoso que conheço porque é o único capaz de matar de forma totalmente gratuita, talvez por isso prefira a companhia e o amor incondicional dos animais ditos irracionais.

⁠Em dias de alegria, absorve, ilumina e transmite, em dias de luto, silencia e reflecte.

⁠Por vezes é preciso ter a audácia das flores que sempre renascem em todas as Primaveras, mas que se mantiveram discretos bolbos uma estação inteira.



Pare de reclamar acerca de tudo e de todos!
Olhe bem para si e pense.
O mundo é apenas um local de passagem, então por favor, agradeça mais e murmure menos.

⁠O perdão é uma decisão.

É um processo diário de exercício espiritual, nem sempre fácil, mas que o irá beneficiar bastante, pois quando você decide perdoar alguém, limpando toda a mágoa do seu coração, aos poucos o que lhe fizeram, deixa de ter a enormíssima importância que tivera, e ainda que esteja no meio de um fogo cruzado, creia que sua alma transbordará serenidade e gratidão.

⁠É na vitória das grandes lutas que percebes o quão resiliente e grato consegues ser.
É vencendo as maiores muralhas, quando sozinho estiveste, que mais intenso é agora o sabor da alegria.

⁠A gratidão que me emociona é aquela que consegue superar todo o Mal que contra nós um dia foi dia lançado.

Como tal resplandeço na Luz do amanhecer em todas as mãos que se erguem, e faço tatuagens eternas em silêncio, numa enseada de Amor, elevando meus braços ao céu, firmando e confirmando minhas preces por todos os meus Irmãos.

⁠Quando te deitares comigo
não pises as camélias
que trago no olhar
e me afagam a púbis
neste vale encantado
de luxúria
entre lençóis,
nem beijes a nudez
do meu silêncio.

É tarde meu amor,
tão tarde.

Peço-te
que teu cálice transborde,
enlouquecidamente
a saudade
que me morde as entranhas,
enquanto eu…
…eu apenas trago corais nos sentidos
e asas nos pés.

© Célia Moura, in “No Hálito de Afródite”

⁠Nascem-me das mãos
madrugadas de afronta,
enquanto do meu ventre
gritam araras
em agonia

No lagar da morte
aprecia-se o vinho
enquanto gemem os dias
absurdamente iguais
mordendo pétalas,
as mais belas.

Nasce-me dos olhos
a fome com rosto de meninos
mas é em becos sorridentes
onde meu fado habita
que a morte se esgueira
expande, agiganta-se
num leito de beijos.

Nascem-me das mãos
madrugadas de afronta,
mas é na face uterina da noite
que se incendeiam os dias
e nessa luz imensa
acalma-se a agonia
deste meu ventre de pranto

⁠Aos meus dias de pranto,
às vertigens ocas
espaços inexplorados
e às virgens destrambelhadas
o meu aplauso.

Às flores de lótus
quimeras incendiadas
de paz e opala
minha rendição.

À poesia, mãe amada
companheira de glória e infortúnio,
única e dedicada amiga
todas as pérolas,
poemas, almas decepadas
ouro, platina,
filhos que amei
sem parir e chorei.
Agonia que jamais ousei
de meu ventre
amor aos pedaços
pela enseada de azul e nada.

À poesia e somente a ela
todas as alegrias,
todas as tragédias!

⁠Trago no rosto
O bisturi
Do medo e da esperança
E no bailado
Das flores silvestres
Me entrego
Plena
Do cio das primaveras,
Amado
Para celebrar cânticos novos
À mater lusa essência
Fecundação dos dias
Nesta catarse
De nós.

© Célia Moura

⁠Prece

Senhor,
que eu não perca a inocência da criança que fui, por mais que meu corpo pereça e envelheça até ser nada, partícula de pó ao longo da estrada.

Que jamais eu perca a ternura e o amor ao meu próximo, a capacidade de perdoar e de me sentir perdoada e que reine em mim a calma e o bom senso, por mais pedras que me possam atirar.

Pai, que eu não perca a fé na Tua bondade e na Tua soberana Justiça quando tudo ao meu redor for denso e o deserto me dilacerar a alma exposta perante todas as tragédias.
Que de todas as capacidades que me concedeste eu jamais perca a visão e o andar e que a minha existência possa ser de humildade independentemente do caminho a percorrer.

Sempre que eu me perder Senhor, porque o mundo é uma mentira, ajuda-me a Te reencontrar.
Que sempre Te lembres de mim quando a Ti eu clamar na solidão deste mundo vão e que a Tua liberdade esteja em meu coração.

Senhor
Que não seja vã a minha existência por aqui, ajuda-me a ajudar quem de mim necessitar, por isso concede-me Pai o pão de cada dia, a suficiência de tudo o que vier de Ti. Acima de tudo, livra-me de todos os que de dia e de noite buscam o meu mal, de todos os que com hipocrisia dizem amar-me, lembra-te o quão foste traído pelos que eram Teus.

Senhor,
Que a amargura não se instale em minha alma e que não se aparte de mim a capacidade de sonhar, sobretudo que esta angústia tenha um fim e eu consiga acalentar os filhos sem pais e os pais órfãos de filhos.
Que eu diminua, para que Tu resplandeças cada vez mais e que toda a angústia me ensine o voo das aves, o caminho da gratidão.

Célia Moura

⁠Diga palavras bonitas, tenha gestos de ternura para com aqueles que ama, enquanto lhe é possível.
O instante seguinte pode ser nunca mais.

⁠Se não quer ser mordido, não atice a serpente.