Coleção pessoal de Smesher

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As Palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros.

Não somos responsáveis pelas emoções, mas sim pelo que fazemos com as emoções.

Com ou sem religião, pessoas boas farão coisas boas e pessoas más farão coisas más. Porém, para pessoas boas fazerem coisas más, é preciso religião.

Se você se irrita com os críticos, você pode ter certeza de que quase sempre eles estão certos.

O coração é indomável.
Muitas vezes tentamos submetê-lo às rédeas curtas da sensatez, poucas vezes obtemos sucesso... Pois, o amor escolhe seus próprios caminhos. Num belo dia, você percebe que seu coração está batendo mais forte, por uma pessoa que sequer nota o brilho nos seus olhos quando estão juntos.

Amar não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que há falta de amor.

A maioria dos homens é mais capaz de grandes ações do que de boas ações.

O dinheiro é valioso desde que saibamos desprezá-lo.

Raramente começa a corrupção pelo povo.

Combater a religião é atentar contra a sociedade.

O saber faz o homem ponderado e insinuante.

A sociedade é a união dos homens, e não os próprios homens.

A sociedade dá-nos a conhecer o ridículo; o retiro nos ensina a sentir os vícios.

O que aos oradores falta em profundidade sobeja em extensão.

Há duas espécies de homem: os que pensam e os que divertem.

Deveríamos chorar os homens quando nascem e não quando morrem.

É mais fácil passarmos aos filhos as nossas paixões que os nossos conhecimentos.

O homem não é pobre por não ter nada de seu, mas por não trabalhar.

As repúblicas encontram o seu fim com o luxo - as monarquias com a pobreza.

A vida do cortesão é uma constante servidão.

A maior ofensa que podemos fazer aos homens é ir de encontro aos seus costumes e cerimônias.

A liberdade é o direito que temos de fazer tudo quanto as leis permitem.

O pior governo é o que exerce a tirania em nome das leis e da justiça.

Quando, num país, o infortúnio se generaliza, o egoísmo, por sua vez, se universaliza.

Quando pretendemos mudar costumes e modos, guardemo-nos de o fazer pelas leis.

Inúmeras são as leis que vigoram desde a antiguidade, não por serem justas, mas por serem leis.

As leis são sempre úteis aos que possuem e prejudiciais aos que nada têm.

O homem piedoso e o ateu falam constantemente em religião: aquele fala do que ama; este do que teme.

A vida não consiste em ter boas cartas na mão e sim em jogar bem as que se tem.

Quem revela o segredo dos outros passa por traidor; quem revela o próprio segredo passa por imbecil.

Quando achar que está prestes a cair num abismo,
feche os olhos e dê o grande salto
que modificará os rumos do seu destino.

Paixão é uma infinidade de ilusões que serve de analgésico para a alma. As paixões são como ventanias que enfunam as velas dos navios, fazendo-os navegar; outras vezes podem fazê-los naufragar, mas se não fossem elas, não haveriam viagens nem aventuras nem novas descobertas.

O trabalho poupa-nos de três grandes males: tédio, vício e necessidade.

Uma discussão prolongada significa que ambas as partes estão erradas.

Os homens que procuram a felicidade são como os embriagados que não conseguem encontrar a própria casa, apesar de saberem que a têm.

Como é duro odiar os que se gostaria de amar.

A leitura engrandece a alma.

A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo.

Deus é um comediante a atuar para uma plateia assustada demais para rir.

Todo o homem é culpado do bem que não fez.