Coleção pessoal de SLevati
A nossa incapacidade de mudar, de fazer alguma coisa definitiva; nos faz desejar imaginários purgatórios. Eu prefiro imaginar, um imenso crematório. Afinal, dizem que, “matar o mal, é asséptico!”
Como é que você carrega todos os dogmas e conceitos que lhe foram impostos? Simplesmente, você os aceitou! Com eles, lhe deram alguns paradigmas e símbolos... e pronto! Associaram as ideias com alguns signos e passamos a aceitá-las ou a temê-las. A bandeira lembra a pátria; a cruz, religião; a pombinha branca é paz; e assim por diante.
Quando tocamos um instrumento ele fica feliz... Muito feliz. Fica encaixado, todo dengoso, dentro do nosso abraço. Quem é que não gosta de um abraço?
À frente de uma criança, devemos aplacar o vento, aparar os raios, afastar a névoa, eliminar os espinhos e possibilitar que os seus sonhos sejam limpos e sempre se realizem.
A lealdade é muito mais gratificante que qualquer falsa honraria. Não delatem o seu companheiro. A sordidez do inquiridor não lhe permite diferenciar se há ou não justiça no ato cometido.
Têm pessoas que não possuem ternura e amor suficientes para criar filhos e então, usam disfarces de pais.
Por que o homem tem tantos compromissos? Quantas atitudes boas se perdem por causa dessas prioridades inadiáveis que talvez não o leve a nada? Há aqueles que priorizam o ato de ganhar dinheiro. Abstêm-se de sentimentos que, num curto prazo, os fariam bem mais felizes e realiza-dos do que essa busca frenética pelo supérfluo. Os piores sentimentos, aqueles que a humanidade prega como ruins, vêm de toda essa ganância. O orgulho, a cobiça, a inveja e outros sentimentos mais baixos que os acompanham, estão sempre juntos porque, eles se completam e gostam de morar sempre na mesma casa... A daqueles que acumulam bens materiais e se esquecem dos sentimentos mais nobres.
Muito se falam na desertificação da terra... Efeito estufa... Degelo... Mas o que mais afeta a humanidade hoje é a aridez de bons sentimentos... A desertificação da alma. As pessoas estão se pondo estéreis quanto ao amor, à compreensão e a harmonia entre o “eu” e os outros.
Ensinemos nossos filhos a amar, mas porque amar é bom! A respeitar a natureza porque dependemos dela; a ajudar sempre porque só assim encontramos paz.
Crescemos acreditando que, tudo o que nos acontece, é por influência dos entes divinos e não, por nossa condição primária. A de que, somos seres, somos pessoas, somos indivíduos, e que, devemos respeitar e amar ao próximo, simplesmente, por ser nosso semelhante... Por usufruirmos os mesmos recursos e, por habitarmos a mesma casa.
Se o caminho para a sua realização passa por mim... Se depende de mim; atropela-me, passa por cima! Quem sou eu para interrompê-la?
Não há nada melhor para amenizar os suplícios, dosar o equilíbrio e, exteriorizar os sentimentos nobres do que um abraço forte, sincero, sem malícia ou hipocrisia. As nossas forças se multiplicam e se polarizam. A fraqueza se transforma em coragem; a desonra, em decência e, o que antes nos repugnava, de repente, já nos atrai.
Seduzir é provocar arrebatamento; e não é só o corpo que arrebata. É o comportamento... As palavras inteligentes e bem colocadas... A forma de fazer as coisas... As surpresas agradáveis... O modo de ser; e até, a forma encantadora de dormir!
Que poderes mágicos tem o amor! Por mais que esteja adormecido, escondido nas reentrâncias mais obscuras, dentro da caixinha de sentimentos do ser humano, de repente, num átimo, o vemos reaparecer. Sai do meio do nevoeiro, elimina o fumo negro da desesperança e flui, com colorida transparência, difícil de disfarçar e impossível de esconder.
Amor! Não importa quão nublada é a vivência desse sentimento. Aflora do meio da bruma, da mente mais perturbada e, com força desmedida, rompe os vagalhões tempestuosos, ancorando de mansinho nos corações jubilosos que se abrem para recebê-lo e oferecer um seguro porto.