Coleção pessoal de sizinha1234

141 - 160 do total de 620 pensamentos na coleção de sizinha1234

quero comer o verso
que tremula na
língua

e nunca mais falar de
poesia

segredo


o silêncio dorme sobre a palavra
que morre na boca

estação
tenho um outono no corpo
de onde as
coisas
caem

vejo doçura nas roupas
espalhadas
pelo
chão

vão
eu queria guardar teu
sorriso o tom
de tua voz teu
cheiro

mas só cabe ausência
nesses potes cheios
de
solidão

O senhor sabe o que o silêncio é? É a gente mesmo, demais.

Para meu coração basta teu peito
para tua liberdade bastam minhas asas.
Desde minha boca chegará até o céu
o que estava dormindo sobre tua alma.

E em ti a ilusão de cada dia.
Chegas como o sereno às corolas.
Escavas o horizonte com tua ausência
Eternamente em fuga como a onda.

Eu disse que cantavas no vento
como os pinheiros e como os hastes.
Como eles és alta e taciturna.
e entristeces prontamente, como uma viagem.

Acolhedora como um velho caminho.
Te povoa ecos e vozes nostálgicas.
eu despertei e as vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam em tua alma.

Diz o meu nome com os dedos
na pele
na carne
depressa
não sei quanto tempo vai durar esta hora

Estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém me está dando a mão

É o amor. Terei de me esconder ou de fugir.

Escuta, não dou lições nem esmolas, quando eu me dou, é por inteiro.

Eu escolho um homem que não duvide de minha coragem, que não me acredite inocente, que tenha a coragem de me tratar como uma mulher.

Se você não se atrasar demais, posso te esperar por toda a minha vida.

É absurdo dividir as pessoas em boas e más. As pessoas ou são encantadoras ou são aborrecidas.

Não deixe de perdoar os seus inimigos - nada os irrita tanto.

Os dias são outonos: choram...choram...
Há crisântemos roxos que descoram...
Há murmúrios dolentes de segredos...
Invoco o nosso sonho! Estendo os braços!
E ele é, o meu amor, pelos espaços,
Fumo leve que foge entre os meus dedos!

a primeira vez
que beijei na boca
amei a saliva
temperei a palavra
a primeira vez
que beijei um corpo
esqueci da fala
temperei o mundo

Por te falar eu te assustarei e te perderei? mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia

a tristeza
é uma mulher
que não se pinta demais
não se perfuma demais
e nem bebe demais
para nos esperar

Soneto de devoção

Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

minha voz
não chega aos teus ouvidos
meu silêncio
não toca teus sentidos
sinto muito
mas isso é tudo que sinto