Coleção pessoal de siomarareisteixeira

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VESTES DA PAIXÃO


Com audácia e sem contestação
a alma que um dia fez-se fria
em noites insones e sombrias
desperta agora com voraz exatidão

Nada promete além da fantasia
e é assim que quer meu coração
nunca mais ter o engano na emoção
destruindo a calmaria dos meus dias

Das promessas, lanças vis de ilusão
prefiro a doçura das palavras;
marca inconteste, das vestes da paixão

Apenas divaga imaginário, aquece e lavra
enriquece o que restava desta imensidão
tece a vida colorida que a fabula narrava

AUTOMATOS


Tudo o que sei é que em vão, caminhamos.
Rumamos a esmo a lugar algum.
Enquanto escravos da modernidade,
Autômatos entre milhares somos um

Inquietações, provindas do inconsciente coletivo.
Perdem-se parâmetros, estruturas, identidades
Dentre um equivoco aqui e outro ali,
Perdem-se também a paz e a felicidade

São os valores, que já não mais estão aqui.
A mera ilusão é de fácil opção, um torpe lenitivo.
Sem sequer saber o que procuramos ou de fato desejamos

Adquirimos buracos existenciais e o coração, machucamos
Perdemos-nos lentamente, em definitivo
Ignorando a realidade e o que de fato um dia, almejamos.

SONHOS


O que dizer quando nossos sonhos
Apresentam-se em nós
Muito maiores do que nossas vidas?

Como proceder quando a fé e a esperança
Traduzem em forma diáfana
E colorida o futuro que nos dará guarida?

Apenas que a certeza acalenta a alma
Na convicção de um amor
Que rompe as barreiras do tempo

Destruindo e ultrapassando
Qualquer contratempo.
Em verdade,

Não nos perdemos em nossos sonhos.
Pois é através deles que verdadeiramente,
Nos encontramos!

EPÍLOGO


DI-GA!

O que te instiga a viver sempre assim?
Roubando [em mim] idéias precisas?
O que mais desejas enfim?
Que cante a ti, a impotência e o desamor?

N-Ã-O!

Não desejo palavrear poemas forjados
em um desenfrear de ressentimentos guardados
Quero cantar em versos o verdadeiro amor
A melodia da mais sagrada e pura, poesia

D
E
U
S

MEU DE-US!

Recitei o Divino e impronunciável canto
então, cubra-me com teu manto se foi heresia
este intenso sentir que há tanto extasia
levando tudo contigo e todo e qualquer pranto

CON-FE-SSO!

Acesso o infinito nesta prosa incessante
E todo o resto passa a ser insignificante.
Não sei se Lacan mentia quando dizia:
- Que o melhor da festa é esperar por ela...(?)

FAN-TA-SI-AAA!

Conspiração sutil de referencias?
Pois que sejam banidas então
toda a ilusão e todas as interferências
inferências na ação que hipnotizam a razão!

FORÇA DA ESPERANÇA

Não é fácil ser forte
Vinte e quatro horas por dia.
Muitas vezes caio, me retraio,
Calo, entro em conflito

E penso que meu coração está contrito.
Perguntam-me de onde vem esta força,
Esta alegria de vida,
Esta busca incessante.

Paro e penso por vários instantes.
E só acho uma explicação:
É a força da esperança
Que brota do meu coração!

HARMÔNICO MOVIMENTO


Em movimentos harmoniosamente celestiais,
Imperam sentimentos sublimes e inefáveis,
Assim como, Deidades cósmicas, incontestáveis.
O principio real dos verbos onde habita Deus?

Ah, nobre sinfonia das esferas!
Almas em postulado de identificação,
Eximem a necessidade da palavra.
Não necessitam da verbalização.

Na distancia, através de forças vibratórias,
Ligam-se através do universo
Que em nobreza atrai, une e constrói
E se a magia da musica é o verso

O inverso, indubitavelmente, é verdadeiro!

RENASCIMENTO


Tal qual a princesa encantada
Que enfeitiçada, ficou por longo tempo, adormecida
Fui agora com um longo beijo, despertada
Da ilusão não sou mais a escrava entorpecida.


Pela mentira cruel não serei mais violada.
O principe real, desta vez chama-se vida!
Traz esperança profunda e equilibrada,
Traz certeza que explode na alma, incontida.


Não fere, não machuca, não me julga alienada.
Acarinha o ego, deixa a casa mais florida
E por Deus não mais me sinto abandonada.


A falsidade do algoz finalmente foi banida.
É triunfo sobre a maldade arquitetada.
Paz profunda que não pode ser medida!

UMA SAUDADE



Hoje a saudade que senti
Dilacerou, rasgou meu coração...
Não imaginava-te ainda aqui
A dominar minha emoção...

A dor, tomou-me por completo
De assalto, imensa, densa
Percebi que este amor é complexo
E a vontade de rever, imensa...

Tento esquecer-te a cada dia
Amor solitário, não compensa
Faz sofrer em simples melodia

Peço a Deus em lágrimas, clemência
"Arranque-o do meu peito, desfaça a sintonia"
Preciso esquecer e enterrar a tua ausência!

BALADA DO AMOR SINCERO


Eu conheço o templo onde tua alma
Faz morada e conheço a docilidade
Do menino fascinante que habita em ti

Na intensidade da paixão que explode
Nasce o mais belo e puro amor
Que pensa que a tudo, pode.

Que o encanto que sinto, não seja breve
Que seja contrario ao desvelo da deslealdade
Da ilusão ambígua e da contradição

Mas, se é a eternidade
Que precisas para o perdão
Por toda a eternidade

Hei de esperar-te, então!

RESPOSTA


Mova-se por formação, opressão ou emoção
busque mundo afora preencher o que devora
na alegria, amor em supremacia ou lagrimas de paixão
nem a peregrinação mostrará o que tanto implora

A explicação não esta ali ou acolá
para toda pergunta inexiste regra imposta
no entanto, observe o âmago e lá ela estará
Ouça! É o canto universal que obterá como resposta

Esvair-se em sentimentos? Desatino que está!
Extremada rutilância; ânsia exposta
borbulhas fulgurosas incitando a prosa

Impossível opor-se ao esplendor da inspiração
É sangue em nossas veias, é o ar que respiramos
A vida santificada em real libertação!

CENTELHA DIVINA


Não citem impropérios sobre mistérios que enobrecem
espíritos inquietos, criticam arquétipos e valores diferentes,
interpelam diligentemente em ritos que desconhecem
ousando recitar a esmo, o que surge em suas mentes

Ao vernáculo sagrado, muito respeito e recato!
Depois do fascínio, o silêncio áspero e indiferente
mas quando os agregados, ácidos e arraigados,
enfim são desvendados, surge à fúria veemente

Na prosa delituosa, desconjuram como amaldiçoados
condenam todo e qualquer clamor de falsas juras
desferindo palavras infames, ferindo amores sagrados
não, ninguém é desprezível e é crível que almas são puras

Errar tentando acertar; mundo de personalidades obscuras
blefar quando no fundo não se deseja enganar
enquanto centelha divina, o que lhe ilumina, vem das alturas
ore e implore a monada sagrada que invada, a lhe abençoar!

SIM! SOU RUIM DA CABEÇA E DOENTE DO PÉ

Sim, eu confesso
Sem remorsos, falsos pudores
Sem assinar manifestos
Sem em meus gestos e gostos prediletos
Fazer sucesso...
Eu confesso!

- Sou muito ruim da cabeça
E também muito, muito doente do pé!

E não haverá neste mundo nada que me dissuada
Para brincar carnaval
Não vou pra avenida, desligo a TV
E convicta com o sentido da vida
Peço-lhes, não me levem a mal
Pois, nem do afoxé
Aos blocos de axé ou às sombrinhas coloridas
- Que sorriem agitadas, felizes para a vida -
Consigo, pelo inconsciente coletivo
Ou educação de uma imensa nação
Em minha convicção, dar-me por vencida...
Quero paz, amor e sossego
Meus livros na casa perfumada
Mantras em luz ensimesmada
O Divino, o silêncio...
Só isto e mais nada

ILUSÃO

Toca e acolhe o que te tolhe à mente
Angústia do meio que entrementes
Abre e fecha portas, pois, não comporta
O início e o fim
Sugere que não seja nada, já é pagina virada
Apenas emoção passageira
A alma é ligeira...
A dádiva, não!

MAIS UMA DE AMOR


E me transpassa a graça de ser jamais
tanto fez, tanto faz
o importante é estar em paz
o importante é ser, mais e mais

Carregar o ardor nos sentidos
guardar a libido pra sempre, talvez
transmutar em versos e em altivez
sublimando na esfera, os instintos

Seria só isto que aqui ficaria
pra dor, sorriso e euforia
pro amor, carta de alforria

Abraçar a Deus


Parada em meu quarto, penso,
O quão maravilhoso é Deus
A administração implacável da ação
Jamais inibe a reação
Nunca sabemos em quais esquinas,
Tropeçaremos ou soergueremos-nos
Mediante nossos atos,
Pensados ou impensados.
Portanto, olhemos o horizonte,
E como reis que somos em espírito,
No invólucro ínfimo chamado corpo,
Saibamos que a direção é bem adiante,
A conduta é o centro, o equilíbrio da terra.
Mente, corpo e espírito alinhados.
E o objetivo final da existência
Galgando cada degrau na fé incorporado,
Um dia abraçar a Deu Pai,
Em toda sua magnificência.

INTROSPECÇÃO

Quero poder falar a você,
Meu amigo, minha amiga,
Que a vida vou levando,
Vou vivendo, vou cantando
E de quando em quando,
Ou por tristeza ou alegria,
Sem projetar ou desejar,
Derramo lágrimas sem parar
É a vida do poeta...
Parece sábio, pensador, cordato
Não transparece rebeldia
Somos como as ondas do mar, sempre girando
Muitas vezes, somente calmaria
Mas na grande maioria das vezes
Cheios, impregnados de melancolia
E aí o mar revolto nos projeta ao ostracismo
E ao desconectar, perdemos a sintonia
Estranhos de nós mesmos
É navegar no ceticismo
Nos fechamos para o mundo,
Momentos necessários, fundamentais,
Introspecção pensada,
Para que os futuros poemas, sejam reais

GOSTO DE GENTE




Gosto de gente sincera que diz a que veio
e não usa artifícios ou outros tipos de meio

Gosto de gente que olha nos olhos,
que fala pausado - Tipo, um poema não arquitetado...

Gosto de gente de alma leve, profunda e verdadeira
que se faz ouvir com inspiração e bom grado

Gosto de gente honesta que mostra a face
a alma e o coração

Gosto de gente que não dissimula
que não mente e não esconde emoção

Gosto de gente que diz pra onde
a vida, bem vivida, lhe conduz

Gosto de gente que com seu estilo doce, agrádavel
e sincero, se traduz...

Ela alquimizou a saudade e a transformou em sonho
e só então, adormeceu feliz...

Entregue

Por favor, esquece-te mansamente no abraço que te aquece
Lentamente... Sem ser breve...
Pois brevidade é ato fugaz para aqueles em que amar, tanto faz.
E então em meio a sons e desejos, o calor e a entrega...
Brilhe!
Reluza lindamente entre o amor e o sonho, a esperança e a vida
Espelhando em cor o sabor dos teus sorrisos e sorrindo,
Beija docemente, dente a dente,
Pele a pele...
Ardentemente!

Conteste

E espelhe todos os teus sonhos ao sabor da eternidade...