Coleção pessoal de Sinty
DECLARA - AÇÕES
Já estou de saída
O mundo lá fora me espera.
E não tenho mais tempo a perder:
são homens, mulheres e outras massas
esperando o meu prazer.
Te quero, mas você não é a única.
E nem poderia ser.
Existe um universo de
possibilidades esperando
por mim e por você.
O amor só sobrevive
na incompreensão.
Quem compreende o amor
já deixou de amar faz um tempão.
E tem mais:
Eu preciso do novo.
Preciso de uma nova versão minha,
porque eu também me
canso tanto de mim.
Não quero economizar
nenhuma das minhas
personalidades.
Todas juntas são quase eu.
Todas separadas, quase nada.
(...) Eu não quero fingir absolutamente nada, já vocês querem aprender a fingir não amar quem amam. Vocês querem é o conforto da sala de estar e eu o caos do pensamento. Chega de vocês e essa dieta de vida programada. Chega de vocês e esse medo do fracasso. Eu quero fracassar. Quero mais eu e as minhas intuições. Adeus e até nunca mais. Sigam seus caminhos. Eu sigo só, protegendo-me de ser o que não sou. (Trecho de "Carta aos caretas")
Nenhuma palavra já dita me interessa. Nem mesmo estas. O que estremece em mim é o que está nas entrelinhas, é a liberdade de entendimentos e não-entendimentos que o subentendido provoca. O explícito eu não enxergo, não vejo na claridade, meus olhos estão treinados para ver as coisas como elas não são. Então: Eu não as vejo; eu só as sinto como quem humildemente aceita a escuridão da vida.
Quis me perder, quis ser outra, que não eu mesma, mas esbarrei em mim por todas as saídas de emergência.
QUERO
Quero os homens de Vênus.
Quero as mulheres.
Quero os que amam errado
e amam muito.
Quero os que têm as perguntas
como respostas .
Quero os que não sabem viver
e vivem sem querer saber.
Quero os que mudam com a lua.
Quero os que deixam-se queimar-se com o sol.
Quero os filhos de Gandhy e
de todos os santos.
Quero os que consigam
defender-se de si próprio.
Quero os que cantam
pra sobreviver.
Quero os que permitem-se fracos.
Quero os filhos da noite.
Quero os que bebem.
Quero os rejeitados.
Quero os que desobedecem.
Quero os que vomitam
Quero os que amam.
Quero os que odeiam.
Eu quero é os que sentem.
Tenho amigos santos e loucos
Prostitutas e poetas
Bêbados e drogados aos montes.
Tenho amigos que
não sei que são meus amigos.
Tenho amigos que mentem.
E eu acredito que eles precisem
que eu acredite.
E por que não acreditar?
Tenho amigos que não perdôo os
defeitos que são mais meus do que deles.
Tenho amigos que não
são meus amigos.
Tenho amigos que
deveriam ser amores, e são.
Tenho amigos
que são borboletas.
Suas cores me pintam.
Tenho amigos que não entendo
nada do que eles falam, e
sinto tudo o que eles sentem.
Tenho amigos que brigo.
Por não saber dizer que os amo.
Tenho amigos que são amigos.
Mas não são meus.
Tenho amigos que
são variações da minha
própria existência.
Tenho amigos que são tudo
o que o mundo precisa para
sobreviver.
E ...
Tenho amigos que são
o melhor que há em mim.