Coleção pessoal de sildacio_matos_filho
É sem o burburinho das multidões
E sem os olhares deslustrados da plateia,
Que o homem se descobre em solidão
Se reconstrói, se reinventa e se revela.
Não são as minhas dores que me machucam, nem o que chamam de pecado, que me aflige. Não uso meus sofrimentos para encontrar uma explicação, quase nunca usei. São as dores alheias que me dilaceram a alma, e me confundem. E não vejo remédio pra isso.
O pecado não tem morada
Não tem forma, cheiro nem cor
O pecado foi inventado
Por quem tinha medo do amor.
Aí, depois de alguns anos você começa a "deslizar" pela vida, nada mais importa tanto, e seus maiores pesadelos, parecem brincadeiras, de jardim da infância.
O sofrimento nunca acaba
o mundo não tem perdão
a humanidade, foi um grande erro
somos a própria aberração.
Ah, essas podres almas ditas nobres
Que de nobre mesmo, não têm nada,
Usam as mesmas falas, debochadas,
E se repetem dando as mesmas gargalhadas..
Já soube o que é ser amado!
Nem estava preparado, mas soube.
E hoje, já não me sinto...
Não com a mesma intensidade,
Amor de verdade, um dia também acaba
Amor de verdade, tem prazo de validade.
Essa coisa de não mais ver
de não poder, ou de perder
ou dormir, pra esquecer...
A saudade gasta a gente
nos derrete lentamente
e nos queima, sem acender.
Tudo em volta é desalinho
a mente procura um cantinho
pra fugir, pra se esconder.
Mas nada parece curar
dormir, vai te fazer sonhar,
mudou a forma de sofrer.
Algumas mulheres "elegem" seus algozes para toda a vida. E como ovelhas, se entregam ao "abate" diariamente. E nada pode ser feito para mudar isso.
Aspiraçoes vãs, vãos desatinos
A vida é um eterno moribundo
Rastejamos como vermes, nesse mundo
Acreditando um dia sermos salvos.
E a mente segue solta, deslumbrada
Alimentando de mentiras seu caminho
Enquanto a alma se debate atordoada.
Amar de fato
amar intensamente,
não tem a ver comigo ou com você...
Mais com o que o outro, vai fazer na gente.
É tudo o que se disse, sem abrir a boca
tem a ver com a forma que teu olho brilha,
com o sorriso, que só há pra ti...
Tem a ver com o abraço enquanto o outro dorme,
tem a ver com cheiro...
Tem um que de dor e de poesia,
tem aquela música que nem se conhecia
mas que hoje, só ela, tua alma acaricia.
É a tempestade, que não amedronta
é a solidão plantada em cada canto,
com a certeza ingrata, de ser colhida um dia...
É a lágrima solitária, que fugiu do pranto,
e se refugiou pra sempre, numa noite fria.
A poesia aponta caminhos
te livra da velha mesmice
privilegia o desapego...
Te leva a um novo universo,
extenso caminhar de sonhos
enigmas e desassossego.
Os grandes amores, os que mexem com nossos corações, criam-se nos conflitos, multiplicam-se ante a desordem e fortalecem-se no caos, renascendo no insólito e inesperado. Não esperem ver brotar amores nos jardins da calmaria, da ordem e da sensatez.
Destilarei meu sarcasmo e minha ironia, enquanto a hipocrisia insistir em prosperar. Os maus e seus cúmplices sorrateiros, regarão os meus canteiros até o bem frutificar.
Viajo sempre...
Todos os dias
Com a mesma companhia
Para o mesmo lugar.
Viajo sempre...
Para o mesmo lugar
Mas sua companhia
Muda esse lugar
A cada viagem que faço.
Somos eternos prisioneiros
- vez em quando nos soltamos -
mas com dependência doentia
ao cárcere logo voltamos.
O que eu tenho a fazer é bem pouco,
logo, a vida não importa tanto...
Sei que fui riso e fui lágrima
Que deixei saudades nalgum canto.
A ilusão não mais me guia
a esperança morreu, como deveria,
como uma fogueira que se apagou
em noite extremamente fria.
Já olhei pela janela e vi o caos,
já olhei pela mesma janela,
e vi calmaria. Não está fora,
está dentro!