Coleção pessoal de sildacio_matos_filho
É Mãe, é Vó é Bisa...
É tudo que tem valor
Se derrete em elogios
Desabrocha, vira flor.
Amor nenhum cabe nela,
Pois é ela o próprio amor.
O poeta se "desgarra" da vida
Foge dos seus sentimentos
Busca nas dores alheias
Respostas pra tantos lamentos.
O silêncio é a voz mais ouvida
Cala n'alma, a cavalgar no vento,
Resquícios de velhas lembranças
Já amareladas com o tempo.
E o vazio, se enche de saudade,
No Natal, essa dor é latente,
Quanto mais se acendem as luzes
Mais penumbra há dentro da gente.
Todo esforço
Toda superação,
Nada mais é, que um alento,
Um prêmio de consolação.
Somos fadados ao fracasso
Vivemos por ilusão
Alimentamos o ego
Enquanto imploramos perdão.
Ao final a dor vai vencer
As lágrimas, testemunharão,
E aquele esforço medonho
Valeu... mas foi tudo em vão.
Liberdade é privação
Privação de desejos
Desvios de direção.
É conter os sentimentos
Não caber na tentação
Consolar o inconsolável
Reprimir a repressão.
Seres obsoletos
Cópias sem correção
Felizes alienados
Animais sem opinião.
Aceitação, calmaria
Singularidade padrão
Caricaturas deprimentes
Aves de arribação.
A esperança, não é lá uma boa companhia, e se vier acompanhada da mentira então, vira uma tragédia.
Não são os segundos
Minutos, nem a última hora,
Que ditam o que fomos
Ou o que somos, agora.
É esse exato momento
Esse instante
Que nos deve encantar.
Enigma a se decifrar?
Seremos sempre seu refém
Quer estejamos mal
Quer estejamos bem.
As vezes é preciso desarmar algumas armadilhas e algumas bombas, que deixamos que colocassem dentro de nós.
Uma hora não terá mais nada:
Nada a procurar
Nada a antever
Nada a recordar
Nada a desdenhar
Nada a reclamar
Nada a contradizer.
Nada a soluçar
Nada a reviver
Nada a lamentar
Nada a arrepender
Nada a justificar.
Nada a esconder
Nada a mostrar
Nada a desfazer
Nada a reconciliar
Nada a proceder
Nada a compadecer
Nada a perpetuar
Nada a punir
Nada a redimir
Nada a morrer.
Nada a conceber
Nada a dizer
Nada a chorar.
Se fosse permitido a um sentimento, pela sua intensidade, materializar-se a ponto de poder ser visto e até tocado, seria a saudade.
Há paz infértil!
Aquela que nada traz
A não ser, a própria paz.
Há paz inquietante!
Sem cheiro, sem dor...
Pois há dor, na paz.
Há paz sem ternura!
A que nos tira a paz
E devolve a loucura.
Se você quiser, a morte pode ser encarada como uma amiga próxima e querida, que uma hora dessas vai te convidar para uma longa e distante viagem, sem bagagens, sem volta.
Natal: sorriso, abundância...
eram as guloseimas
que adoçavam nossas almas
e enchia-nos de esperança.
Aí, crescemos
e nos damos conta,
quão felizes fomos
naquela dança!
Mas o mundo avança
ficamos velhos
e a fé balança.
A dor não cansa,
nos roubam a dança
a inocência
e a tolerância.
Aperta a alma
maltrata, espanca...
A saudade é tanta,
que nos perguntamos:
por que fui criança?
Essa perfeição que exalas
que invade as casas e as salas
os bairros e os quarteirões.
Denunciam uma alma abalada
da verdade, desgarrada,
presa no próprio porão.
Tua vida não é um teatro
não és perfeita, de fato...
quebra as grades de tua prisão.
Não possuímos nada...
não somos donos de nada...
nem somos nada, também.
Só há uma posse possível,
a de ser dono, pra sempre,
do coração de alguém.
Suba ao topo, lá é o seu lugar. E só quando lá estiver, verás de cima, que tudo e o quê ficou lá embaixo, estará também, no seu lugar.