Coleção pessoal de Sheilatinfel
Espero esquecê-lo em breve, porque, cansei de ter meu coração preso ao seu, cansei de amar, sem ser amada. E apesar de tê-lo eternizado em minhas poesias, prefiro enterrar nossas lembranças, e meus versos sobre você, na escuridão longínqua de um passado distante, como uma história que nunca existiu de verdade, e que não me faz perder noites de sonos, e nem me faz derramar lágrimas, em noites solitárias.
Seus olhos castanhos vibrantes, continuam os mesmos, e se eu pudesse tê-los observado mais de perto, certamente mergulharia em um oceano de sensações, que me fariam perder o chão, e a noção de tempo, como antes...
Somente ignorantes enxergam na violência, uma resposta
Há momentos em que a ignorância e a Intolerância predominam, que a bestialidade humana emerge das profundezas da escuridão, e que ditadores se levantam para liderar a boçalidade e a estupidez, de que em parte somos feitos, ou pelo menos alguns de nós. Há épocas que o medo fantasioso de coisas que nem ao menos são reais, é usado como arma para iludir, alienar boa parte da sociedade. E esse medo se torna aversão, ódio, desprezo e asco, por outros, que não concordam, que veem o mundo de maneira muito mais ampla, do que o rebanho governado por tiranos egoístas e hipócritas. E é assim, que a violência, o derramamento de sangue, a selvageria, e o autoritarismo, é justificado. Mas no fundo todos sabemos que os fins não justificam os meios, que a pátria não é mais importante que vidas, que religião não deve ser usada como desculpa, para proferir preconceitos.
Como pode existir tantos humanos sem humanidade? Tantas pessoas que se consideram boas, incitando a brutalidade, a hostilidade? Será que param para pensar em seus atos? Será que não veem o tamanho da hipocrisia, em que estão imersos? Será que não percebem que opressão, intimidação, e agressão, não são a resposta? Pois, para fazer do mundo um lugar melhor, o diálogo, a autocrítica, o amor, o altruísmo e a lógica, ainda são as ferramentas mais eficazes. Não pode ser tão complicado, entender que a raiva, não nos leva a lugar nenhum, que pontos de vistas opostos, sempre existirão e que é isso que traz luz a escuridão da ignorância e nos torna mais sábios. Somos humanos, cometemos erros, mas não precisamos repeti-los.
Mas no fundo todos sabemos que os fins não justificam os meios, que a pátria não é mais importante que vidas, e que religião não deve ser usada como desculpa, para proferir preconceitos.
A única coisa maior que nossa ignorância, é nosso ego. Pois, tendemos a acreditar que sabemos de tudo, e que somos donos da verdade. Verdade essa,que nós mesmos criamos. Todo conceito, toda ideia de moral, de certo e errado, de padrão e anormal.
HIPOCRISIA
Ilusões?
São doces,não são?
A verdade costuma doer
Perfurar o peito
até ele sangrar.
É mais confortável se enganar, não é?
Esconder seu verdadeiro eu, dos outros
Porque assim, ninguém vai lhe julgar
Bater e matar.
É uma grande tortura
Se afastar de coisas que ama
Para salvar o pouco
que restou de você mesmo, não é?
Ou então quando
Esconde a dor em seu olhar
Com um patético sorriso,
suficiente para que acreditem
que as palavras proferidas por eles não machucam,
Não ofendem.
Quando na realidade
Te matam pouco a pouco
TODOS OS DIAS!
Hipócritas!
Dizem amar,
Mas,
Ferem
Violentam
Batem
Ofendem
Os que não se adequam a seus fantasiosos padrões.
Hipócritas!
Dizem que amam
Mas nunca amaram ninguém
A não ser, a si próprios.
Hipócritas!
Dizem lutar pela verdade
Mas mentem para si mesmos
De que os fins justificam os meios!
Hipócritas!
Dizem defender a vida
Mas nos matam
Todos os dias.
Hipócritas!
Se dizem humanos,
Mas esqueceram a sua humanidade
Nas profundezas da escuridão.
Hipócritas!
Não são nada mais que farsantes
Iludidos,
Pelo próprio fanatismo.
VOCÊ
Você é luz em meio a escuridão
Você é companhia em meio a solidão
Você é amor diante da dor
Você é água no deserto
Você é chuva no sertão
Você é segurança afastando o medo
Você é a minha lembrança mais bonita
Você é dona da beleza,
Do mistério
E do motivo do meu sorriso
E é com você que me sinto viva,
Perdida e ao mesmo tempo segura
É com você que sonho acordada,
Que busco em meus devaneios...
Anseio por um beijo seu
como o colibri pelo nectar da flor
Preciso de um abraço seu
como um poeta precisa da poesia
Quero você
como o viciado quer o seu vício
Lhe busco
como o viajante busca seu destino
OS HUMANOS SEM HUMANIDADE
Com bárbaros não há diálogo
Entre os boçais a sabedoria não reina
Os intolerantes não respeitam as diferenças do outro
Os ignorantes não entendem argumentos
Os alienados não enxergam os fatos
Os hipócritas dizem amar, mas matam
Os sábios
Lutam contra a barbárie
Levam paz, por onde passam
Carregam no peito, amor pelo mundo
Trazem no olhar a esperança
sem deixar de ver a realidade que os cerca
Reconhecem a dor do outro
Em tempos de brutalidade
É preciso ser luz na escuridão
Vida em meio a guerra
Flor vencendo o canhão
Fé para os desesperados
Família para os abandonados
Razão em meio a bestialidade
É preciso ter humanidade diante da crueldade
Sou uma céptica que crê em tudo, uma desiludida cheia de ilusões, uma revoltada que aceita, sorridente, todo o mal da vida, uma indiferente a transbordar de ternura.
QUEM E POR QUÊ?
Quem é você? É tão parecida comigo fisicamente, diria que idêntica. Mas ao mesmo tempo é meu oposto... enquanto escrevo, poetizo e fantasio o amor, você por outro lado, vê a vida de maneira mais realista e ás vezes de forma tão cruel. Você não poder ser eu... eu não posso ser você! Como isso seria algo plausível? Duas pessoas habitar um mesmo corpo? Como pode ser possível me entregar ao amor tão cegamente, da mesma maneira que o repudio? Como consigo confiar nas pessoas de forma tão ingênua, e também desconfiar até mesmo de minha própria sombra? Como é que consigo ser tão calma, e ainda sim ser um caos? Quem realmente sou? O que eu sou? Poeta, amante, idealista? Observadora, calculista, racional? O que faço imersa nesse conflito? O que devo fazer para encontrar as respostas de tantas perguntas? Será reflexão, o caminho? Ou talvez meditação? ... Mas e se a solução fosse esquecer de tais perguntas, mesmo que isso não me traga as respostas que tanto anseio? Como saberei que eu sou eu, e não você? Mas e se nós duas fossemos como duas partes que separadas não funcionam e se tornam incompletas? Quem sabe, sejamos como mar e a areia, tão diferentes um do outro, porém sempre juntos e que um sem o outro, parece faltar alguma coisa. Não sei se faz sentido, mas é o mais próximo da resposta que já cheguei, em tantos anos de busca.
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
MÃOS...
As suas mãos nas minhas
As minhas mãos...
As mãos que te tocam
Percorrem seu corpo
Te aquecem
Te enlouquece
Te sente
Te sente
Te desvenda
Te agita
Te excita
As mãos que te querem
Te desejam
Que acariciam seus cabelos
Tocam seus lábios
Antes do sublime beijo
Antes da loucura efervescente
Antes da perda da sensatez
E após também...
As mãos que secam suas lágrimas
Que curam sua dor
Sua mágoa
Te faz dormir
Enquanto num cafuné
despreocupado
Te envolve...
Essas mãos que serão suas
E apenas suas...
Pelo resto de nossas vidas!