Coleção pessoal de Shallkytton
O AMOR É INSUPERÁVEL
Quando a noite vem chegando,
Prateando com o brilho do luar,
Eu posso mergulhar os olhos,
Na vastidão desta distância,
Mirando no alto da cordilheira pra te amar.
Mesmo que seja uma brincadeira,
De palavras transformadas em versos,
Modificadas no clarão do luar,
Invadindo a abóbada celestial,
Lá... Vão... Letras no teu nome.
Seguindo as latitudes do meu coração,
Decifrando a coloração dos teus olhos,
Amarelos e belos com tanto fulgor,
São os horizontes onde busco,
Com primazia a tua imaginação com ardor.
Retrato guardado na minha mente,
Que floresce num piscar de olho,
Logo, eu vejo a minha... Valéria,
Majestosa com muitas vivacidades,
É a Deusa do meu encanto varonil.
Sorriso que cativa um mundo de alegrias,
Adornando nas minhas palavras e versos,
O verdadeiro doce de uma mulher linda,
Passeando na mente do seu poeta.
Não. Não haverá jamais distâncias,
Entre a lua que brilha na terra,
E os meus longínquos pensamentos,
Que atravessam rios, mares e montanhas,
E vão à certeza do meu direcionamento.
Nem mesmo o céu é tão infinito,
Quando avalio em ti, a tua alma brasileira,
Abrindo a doçura do teu sorriso,
Que encanta a minha paz,
Versando ao teu lado vários poemas.
Assim, posso cantar nos teus charmosos olhos,
A brandura de um poeta maranhense,
Que sabe navegar na pureza desses atrativos,
Longos, leves, soltos e cabelos amarelados.
Na formosura e perfeição de uma mulher.
Nem mesmo o tempo é capaz de deslembrar,
Ou talvez apagar nos porões da vida,
Esse verdadeiro sentimento de amizade,
Que viaja sozinho e invisível nos ares,
Batendo à tua porta com este poema.
É a chama forte que nem os ventos,
Ou talvez com ciclones violentos,
Não serão capazes de mudarem a direção,
Com carinho, vão essas sementes de amor,
Que eu escrevo somente pra ofertar.
Fazendo-te feliz ma magia do sorriso,
Que vibram como cordas de um violão,
E batem intensamente no meu coração,
Sempre desejando trilhões de aleluias,
Felicitando aos lábios de uma diva.
Nem mesmo o sol, a estrela maior,
Será capaz de queimar esse sentimento,
E nem por fogo será assim destruído,
Levando nas asas o nome eternidade,
Que bate agora em mim a saudade.
Deixe-me amar cada vez mais
Quando o inverno chegar, vou lhe procurar,
Pra cantar as alegrias do nosso bem estar,
Ao lado da tua aclarada silhueta maravilhosa,
Sei que ficarás ociosa pra amarmos até cansar.
Naquele tempo frio, coladinho no teu corpo,
Sem contorno, abraçar-te-ei até no pescoço,
Fazendo trajeto sem pensar em qualquer objeto,
Eu fico ereto, abrangendo-te com tantos afetos.
A chuva cairá de mansinho em nosso telhado,
Todo espelhado com o meu coração prateado,
De tantas emoções que jorrarão espalhados,
No limiar das goteiras que fazem o meu meado.
Eu quero te ver mulher donzela, pois, ela é só pra mim,
É toda assim, uma bela que não tem sequer um fim,
Até parece o fundo do universo em meus frágeis versos,
Que adormecem em profundos beijos feitos de jasmim.
Eu te quero completa na minha eterna alma exigente,
E por aí vai contente com o balançar dos lindos cabelos
Afogando o meu pensamento que voa tranquilamente,
E quando o inverno chegar saiba que eu vou lhe procurar,
Pra ficarmos unidos e deixar rolar essa feição que vou dar.
MASSAI – O FILHO NEGRO DA MÃE ÁFRICA
É na geração dessa grande raça Massai,
Que corre o meu grande sangue africano,
Aos passos duros do meu colorido Quênia,
Vão-se as ilusões e vibrações do meu corpo,
Despindo a alma no solo agonizante e sem paz.
O meu espírito e pele gemem por amor e reinado,
Duma África esquecida e marcada por cicatrizes,
É duro não poder descansar no leito da minha vida,
Que não abastece as minhas distâncias que cruzo,
Sozinho, e com o meu Deus, eu não quero guerra.
Nem mesmo o meu cajado se levanta mais no alvorecer,
E a minha lança não domina as minas, bombardeios e fuzis,
São apenas ferramentas de conhecimento e cultura,
Que vão ao longo do mundo sem qualquer serventia,
Aos gritos do filho da tribo Massai que foge ao além.
Seria aqui o meu território com extensas lágrimas?
Onde a modernidade não alça por aqui socialmente,
Apenas escraviza a minha alegria de não sorrir,
E vou andando por aí, a procura de um novo céu,
Onde as nuvens do meu Deus me guiam na solidão.
É nesta caminhada com aflição que rumo ao horizonte,
Sem entardecer envergo os pés no único solo materno,
Da mãe África aberta com veias e sangues inocentes,
Não... Ali não soa mais o tambor da minha aldeia,
Até parece que o espírito guerreiro me abandonou.
Da caçada humana deflagrada pelos homens brancos,
A minha boca estremece de medo e sem qualquer cobiça,
E as lágrimas já não escorrem no meu rosto como dantes,
Mesmo assim, sou filho da África da grande tribo Massai,
Guerreiro solitário do meu povo, eu vou andando sem fim.
E vou subir no Monte Kilimanjaro e observar a minha vida,
Falar com o meu Deus e pedir o sangue dos antepassados,
Que correm nas minhas frágeis veias no ápice desse espírito,
Perdoando com os olhos negros o silencio que voa no vento,
Levando a cada instante o meu louvor sem um tostão no bolso.
Eu sinto que a montanha branca também se despede,
Do coração de toda a África derramando as suas lágrimas,
Talvez seja o aquecimento global imputado aos brancos,
Do mais belo paraíso que satisfaz todos os africanos,
De onde eu posso gritar do seu topo o meu Adeus.
Porém, revejo que as esperanças são vencidas pela força bélica,
E minha lança já ultrapassada é a minha ferida que adormece,
Não une esforços com a modernidade que me sacoleja,
Do leste Africano, trago as lembranças do meu Éden,
Que se perdeu nas longas influências dos tiranos.
Não sou mais um guerreiro que luta em defesa,
O imperialismo das grandes nações sufoca-nos,
Absorvendo nos olhos a exploração capitalista,
Na corrida multimilionária da riqueza natural,
Marginalizando a minha cultura milenar.
Isto é o capital avarento de benesses pra perdoar dívidas,
Do qual o povo Massai e outras tribos não constituíram,
Por isso, vou subir no Kilimanjaro e rever a minha vida,
E peço-lhes que não façais do povo Massai o sacrifício,
Assim como Ruanda que emanou sangue como fel.
Eu acho que do alto do Monte Kilimanjaro, o sonho acabou,
Para cada lado que olho, vejo em cada fronteira um absurdo,
Da Etiópia, Somália, Oceano Índico, Tanzânia, Uganda e Sudão,
Vejo que não me resta nem mesmo o Lago Victória, tão longe,
Talvez, este poderia afagar o meu tormento nas profundidades.
O mundo não é mais o mesmo dos meus ancestrais,
A guerra, a fome, as pestes são frutos do homem branco,
Invadindo o meu ser que espanca a minha liberdade,
E saiba que eu não conheço outra forma de viver sem o gado,
Que campeiam nas gramas desérticas do meu coração.
Eu sou o homem negro abatido na minha própria África,
Porém, revejo que a esperança é vencida pela força bélica,
E minha lança já ultrapassada é a minha ferida que adormece,
Vejo que nem o meu cajado se levantar mais no amanhã,
E a minha lança afiada não vence as minas e nem os fuzis.
As pessoas do mundo poderão ignorar uma criança deficiente, porém, a mãe amará sempre sem observar seus defeitos.
Que Deus cure as feridas dos refugiados com esperanças e os homens de boa fé cuidem de suas necessidades.
As questões religiosas são as que mais disseminam o ódio, apagando do homem a liberdade e os direitos humanos.
O trabalho escravo infantil é o elemento imperativo das culturas onde as desigualdades econômicas e sociais são parâmetros das fragilidades jurídicas.