Coleção pessoal de sergiodinizdacosta

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Creio que somente aqueles que têm (ou tiveram) uma grande dor enxergam uma grande dor alheia. Isso me faz lembrar de uma frase dita por um benfeitor espiritual que afirma que "a dor é a companheira divina". A dor parece ser, mais do que um castigo para o corpo, um remédio para o espírito. Talvez o seu sinônimo mais próximo seja solidariedade.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP, Crearte Editora, 2013)

Abro um e-mail que traz uma sequência de fotos de um soldado que foi à guerra e voltou com os braços e pernas parcialmente mutilados. Sua esposa, que na perfeição do corpo dele parecia amá-lo, na aparente tragédia demonstra amá-lo ainda mais. Admirado, não posso deixar de pensar e perguntar, no meu íntimo: que amor é este, que dá as mãos a quem não as tem e caminha, lado a lado, de quem deixa pegadas invisíveis? E a resposta, trazida pelo suave sopro de um vento invisível, me fala: é o amor de quem vê e sente... a alma da pessoa amada.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2013)

Que palavras podem descrever a beleza de um pôr de sol, o perfume de uma flor, o farfalhar de uma árvore? Nenhuma. Uma lágrima, talvez.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP, 2013)

Em contato com a natureza, faço de meus olhos uma máquina fotográfica. E as imagens que capto, de beleza transcendente, as imprimo no papel de minha alma.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2013)

Quando vejo dois animais que aparentemente são inimigos naturais em atitudes de verdadeira comunhão, reflito sobre a extensão daquele sentimento-mor a que denominamos "AMOR".
Se os animais não têm o atributo da razão, como explicar essa ligação entre dois animais aparentemente tão diferentes? Creio que a única resposta seja a de que o amor não é pra ser pensado... é pra ser sentido. E, se isso é realmente uma verdade cósmica, então minerais, vegetais e animais não são meros enfeites na vida dos seres humanos, mas sim, são a própria paisagem do quadro de Deus... e da qual nós também fazemos parte.

Por que existem os animais? Para humanizarem a humanidade.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2013)

Mesmo entre os animais selvagens, a infância ressalta ingenuidade. É o tempo em que, para os homens ou os animais, abre-se a porta lúdica da vida, onde, o que realmente importa, é festejar a existência.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2013)

Quando vejo a fidelidade de um cão em relação ao homem, concluo: alguns anjos não têm asas!
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP. Crearte Editora, 2013)

Numa ilhota de aprazível parque, vejo diariamente garças que, ao cair da tarde, no seu recolhimento noturno, buscam a proteção das árvores. Essa imagem me faz pensar que a Terra, o nosso maravilhoso “Planeta Azul”, é um imenso ninho, do qual, um dia, como pássaros adultos, que cumpriram a jornada da evolução terrena, empreenderemos voo às alturas das dimensões celestiais.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP. Crearte Editora, 2013)

Quando a emoção dos duros embates da vida me faz transbordar lágrimas, que, escorrendo pelo meu rosto, encontram meus lábios, lembrando-as serem salgadas, vem-me à mente (e ao coração), a mensagem do Sublime Pastor: “Vós sois o sal da terra.” São essas lágrimas que me fazem lembrar ser o sal das pelejas interiores que, no final da jornada, me permitirá engrossar as fileiras daqueles que, um dia, serão “a luz do mundo”.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP. Crearte Editora, 2013)

Hoje você já deu vazão àquela lágrima que há muito tempo está represada no labirinto de seu coração? Àquela lágrima embargada, quando você se sentiu ofendido, achando que sem razão? Ou àquela duramente reprimida, por achar que homem, ou mulher forte não chora? Não?! Pois então, deixe que todas as lágrimas contidas na represa de seu coração, transbordem, fluam. E encharquem, lavando todos os caminhos pelos quais todos nós já passamos.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP. Crearte Editora, 2013)

Antoine Saint Exupéry escreveu certa vez: "Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós". E, nesse ato de troca mútua, germina a semente da amizade, deixando, debaixo de si, a raiz da saudade.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP. Crearte Editora, 2013)

A amizade é uma estrada de mão dupla, onde, no meio do caminho, as mãos se unem.
(Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP. Crearte Editora, 2013)

Abramos as nossas asas de anjos adormecidos. E façamo-las fortes, novamente. A grande aventura pelas trilhas dos universos nos espera. Há infinitos amanheceres para serem contemplados... por olhos abertos e espíritos sedentos de beleza extasiante.
Sergio Diniz da Costa. Pensamentos soltos na brisa das tardes. Sorocaba/SP: Crearte Editora, 2013

...existem muitas coisas que você não viu, não sentiu, apenas olhou e sorriu, ignorou, esculachou, viajou, nesse barco furado e acabado que também afundou, então renasça, cresça e também apareça, não se esqueça, que isso tudo não é brincadeira, apenas a clareza de uma vida nova que recomeça com a força total de uma certeza.

CONFIANÇA

Se erramos, não podemos confiar em nós mesmos e, portanto, não somos dígnos de confiança. Só podemos confiar em Deus. É por isso que "Quem crer no homem morrerá". Se somos homens, não podemos crer em nós. Por isso Jesus nos pede para orar e vigiar em nossos pensamentos, até que
Cristificados, Deus pense por nós.

O ser humano é um fragmento da grande e maravilhosa literatura cósmica.

Aprendi a ler porque via meus pais imersos em livros. E, ainda quando mal entendia o porquê das coisas, tinha comigo que havia nos livros uma magia muito além daquelas das brincadeiras de rua. E, tão logo me iniciei neles, percebi porque, no silêncio de uma leitura solitária, as pessoas sonhavam acordadas.

Tenho pelos livros um amor carnal. Trato-os como se deve tratar aquela mulher amada, de quem jamais esqueceremos a primeira vez que sentimos seu cheiro, o toque e o calor da pele, o esvoaçar dos cabelos sedosos, os lábios sussurrando promessas... Os livros são mulheres que se doam por inteiro. E de nós... só esperam sonhos.

O chamado

Quando a Morte me encarar
Face a face
E sorrindo
Invocar meu nome
E o Destino me disser:
- Eis seu último minuto!
Abrirei meus olhos
Levantarei meu corpo
E, encarando a Morte
E o Destino, direi:
Meu último minuto
Pertence ao Senhor;
Quem vem me buscar
Não é a Morte...
Mas a Vida!