Coleção pessoal de SelfCareAgain

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Amar é ser fiel a quem nos trai.

As feministas querem reduzir a mulher a um macho mal-acabado.

Tarado é toda pessoa normal pega em flagrante.

Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos.

Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível.

Dinheiro compra tudo. Até amor verdadeiro.

Só não estamos de quatro, urrando no bosque, porque o sentimento de culpa nos salva.

No Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte.

A morte de um velho amigo é uma catástrofe na memória. Todas nossas relações com o passado ficam alteradas.

Deus só freqüenta as igrejas vazias.

Copacabana vive, por semana, sete domingos.

Não ama seu marido? Pois ame alguém, e já. Não perca tempo, minha senhora!

A fome é mansa e casta. Quem não come não ama, nem odeia.

Todo ginecologista devia ser casto. O ginecologista devia andar de batina, sandálias e coroinha na cabeça. Como um são Francisco de Assis, com a luva de borracha e um passarinho em cada ombro.

A verdadeira grã-fina tem a aridez de três desertos.

No passado, a notícia e o fato eram simultâneos. O atropelado acabava de estrebuchar na página do jornal.

Não reparem que eu misture os tratamentos de tu e você. Não acredito em brasileiro sem erro de concordância.

Nossa ficção é cega para o cio nacional. Por exemplo: não há, na obra do Guimarães Rosa, uma só curra.

Os magros só deviam amar vestidos, e nunca no claro.

Um filho, numa mulher, é uma transformação. Até uma cretina, quando tem um filho, melhora.

O cardiologista não tem, como o analista, dez anos para curar o doente. Ou melhor: - dez anos para não curar. Não há no enfarte a paciência das neuroses

Não há ninguém mais vago, mais irrelevante, mais contínuo do que o ex-ministro.

Nunca a mulher foi menos amada do que em nossos dias.

O Natal já foi festa, já foi um profundo gesto de amor. Hoje, o Natal é um orçamento.

Enquanto um sábio negro não puder ser nosso embaixador em Paris, nós seremos o pré-Brasil.

Se eu tivesse que dar um conselho, diria aos mais jovens: - não façam literatice. O brasileiro é fascinado pelo chocalho da palavra.

Qualquer menino parece, hoje, um experimentado e perverso anão de 47 anos.

Quero crer que certas épocas são doentes mentais. Por exemplo: - a nossa.

Sexo é para operário.

Desconfio muito dos veementes. Via de regra, o sujeito que esbraveja está a um milímetro do erro e da obtusidade.

Falta ao virtuoso a feérica, a irisada, a multicolorida variedade do vigarista.

O brasileiro não está preparado para ser o maior do mundo em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade.

Os homens mentiriam menos se as mulheres fizessem menos perguntas.

As grandes convivências estão a um milímetro do tédio.

A prostituta só enlouquece excepcionalmente. A mulher honesta, sim, é que, devorada pelos próprios escrúpulos, está sempre no limite, na implacável fronteira.

Só o rosto é indecente. Do pescoço para baixo, podia-se andar nu.

A plateia só é respeitosa quando não está a entender nada.

Invejo a burrice, porque é eterna.

A rotina e não a razão abstrata foi o princípio que norteou os portugueses, nesta como em tantas outras expressões de sua atividade colonizadora. Preferiam agir por experiências sucessivas, nem sempre coordenadas umas às outras, a traçar de antemão um plano para segui-lo até o fim.

A inimizade pode ser tão cordial quanto a amizade.

Para estudar o passado de um povo, de uma instituição, de uma classe, não basta aceitar ao pé da letra tudo quanto nos deixou a simples tradição escrita. É preciso fazer falar a multidão imensa dos figurantes mudos que enchem o panorama da história e são muitas vezes mais interessantes e mais importantes do que os outros, os que apenas escrevem a história.

Sem humildade e coragem não há amor. Essas duas qualidades são exigidas, em escalas enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra inexplorada e não-mapeada. E é a esse território que o amor conduz ao se instalar entre dois ou mais seres humanos.

Há dois valores essenciais que são absolutamente indispensáveis para uma vida satisfatória, recompensadora e relativamente feliz. Um é segurança e o outro é a liberdade. Você não consegue ser feliz, você não consegue ter uma vida digna na ausência de um deles, certo?

Segurança sem liberdade é escravidão e liberdade sem segurança é um completo caos, incapacidade de fazer nada, planejar nada, nem mesmo sonhar com isso. Então você precisa dos dois.

Aos que se mantêm à parte, os celulares permitem permanecer em contato. Aos que permanecem em contato, os celulares permitem manter-se à parte...

⁠A luta pela boa forma é uma compulsão que logo se transforma em vício.

⁠A sociedade de consumo consegue tornar permanente a insatisfação.

⁠A alternativa à insegurança não é a bênção da tranquilidade, mas a maldição do tédio.

⁠A arte do marketing está focalizada em evitar a limitação das opções e a realização dos desejos.