Coleção pessoal de schmorantz
Nuvenzinha passageira
Nuvenzinha passageira que passa
me diverte e contraria, como se
fosse sacudida pelo ventilador...
Nuvenzinha de emoções
tantas, com novo sabor.
Nuvenzinha fica aqui comigo
vem flutuar nos meus pensamentos
me coloca entre teus floquinhos
e viaja comigo até longe.
Me envolve, me leva ao sabor dos ventos,
me deixa ser parte de você,
me deixa ser nuvem passageira,
fazer parte desta paisagem
só para poder espiar
quem lá baixo está tão longe
e deixou saudade derradeira,
num amor de brincadeira.
Meu computador
Quem sabe das coisas que sentimos
Quem sabe o que se passa em nosso coração
Quem sabe porque palavras soltas
Quando unidas tem uma única direção
A direção do vento e do tempo,
Que atravessa oceanos e mundos,
Para alcançar as pessoas especiais
Das quais vivo a lembrar com emoção.
Quem sabe esta maquina entende
Que não significa somente tecnologia
Que já transpassou a fronteira do concreto
Para se transformar no meu jeito,
No meu coração quando fala aos amigos
Do amor e da saudade, como se fosse magia.
Passeando por entre as pessoas,
aleatoriamente pensando na vida,
de vez em quando o som de violão de algum bar,
lembra da alegria tão inocente de viver...
A onda vem lamber a areia, então brinco com ela...
No seu vai e vem ruidoso,
a onda estoura e brilha ao sol
deixando a areia cheia de pontos dourados...
A emoção única das ondas...
ah... estas ondas que vão apagar os rastros que
ficam na areia, numa eterna renovação de tudo.
Ondas como sonhos que se fazem e se desfazem,
que apaixonadamente tem sua própria liberdade.
Andando na areia molhada, as ondas acariciam meus pés com sua
espuma, solto os cabelos ao vento...
fecho os olhos para sentir a brisa que vem do mar.
Amo a imagem deste mar, amo este caminho dourado da areia nos pés...
Pensamentos livres, pés molhados, coração descansado,
sigo em frente, no suave caminho das ondas
hoje, amanhã, depois de amanhã....
percorrendo o mesmo caminho apaixonado
na mesma tonalidade azul...
Deitada sozinha na areia
esperei a onda chegar,
pedi para ela me levar,
mas ela mui graciosa me
abraçou e foi brincar...
Então entrei no mar
pedi para ele me levar,
mas o mar tambem não quis
e voltou ao azul marejar...
Desolada fiquei na areia,
olhando a onda brincar e
o mar azul a marejar...
Fechei os olhos e então pude
sentir, quando o mar com remorsos,
veio me buscar...
Tenho andado a pensar, a descansar...
tenho estado por aqui e ali, com sorrisos de uns,
palavras de outros e já estou a pensar que estou quase a ir embora...
Devo ter feito muitas coisas erradas,
para que nada dê certo e neste momento estou assim,
com um pensar diferente... cabisbaixo,
digo sempre que deve ser só hoje, mas os dias passam
e nada acontece, perdi meu lugar nesse mundo, eu acho...
Claro que podem ser feitas muitas interpretações,
mas neste sentir da minha vida, mesmo que eu
me ache alguém com um espírito de grande aventura
para não me prender a ela...
mesmo que eu não seja simplesmente isso,
mas simplesmente eu... mesmo que eu conseguisse
inspirar-me e escrever algo meu... hoje estou assim...
com o coração apertado e medroso,
acho que não consigo mais tirar estas nuvens.
Quantas vezes me pergunto se estive certa
em todas as decisões que tomei,
de não deixar mais a porta aberta para uma vã esperança.
Apetece-me desistir de tudo
de tão cansada que estou de procurar meu espaço.
Estou rodeada de sorrisos, mas as dúvidas me fazem parar,
não consigo deixar de olhar o mar,
nem deixar de pensar.
Não o mar-caminho, mas o mar-destino,
o mar, túmulo fechado para o tempo.
Escrever tem destas coisas, faz a gente pensar
buscar dentro de si, sentimentos e emoções,
mas as palavras são como conchas,
leva-se tempo para encontrar as mais bonitas,
aquelas que a gente guarda porque tem perfume de mar.
Os sentimentos guardados são como
as conchas fechadas, que só por magia se abrem.
São como conchas que nos acostumamos a pisar
quando andamos pela praia.
As conchas do mar guardam segredos de alguém.
Aberta a concha posso falar de poesia,
do triste e belo brilho das estrelas,
da concha que tem barulho de mar,
assim como falo das palavras, que se fecham,
até que belas e coloridas surgem na tela,
como as conchas, que são um presente do mar.
Escrever, mais do que um dom
É criar, pensar ,recordar
Deixar meu íntimo navegar,
Transportar as barreiras,
Ver nas palavras a verdade,
Sem censura...
Deixar voar os pensamentos
Criar e recriar sem limites a beleza
Parte de minha vida,
Com o direito de sempre sonhar...
Entre maiúsculas e minúsculas
As palavras vão surgindo
Soltas, deslizando sem segredos...
Bailando sobre o papel ganham sentido
E nas longas noites vazias,
Quando a saudade se espalma,
Saio em versos que escrevo
Espalhando fantasias...
Dos rabiscos surgem sonhos,
Consolo e eterna companhia...