Coleção pessoal de saysaysay
E eu me pergunto onde eu vou deixar o tanto que eu te quero bem e um tanto do meu amor pra você guardar.
Eu vou deixar no mesmo lugar de sempre, mas hoje, vou embalar em um laço de fita e colocar debaixo do meu travesseiro antes de dormir.
Se não for pedir muito, vem buscar.
A quem eu quero enganar?
Nasci assim, não vou mudar não.
Quem quiser que venha descobrir o que tem aqui.
Com uma condição:
que se fechem os olhos.
Nada nunca vai corresponder às minhas expectativas, simplesmente porque já faz muito tempo, e eu penso demais.
Eu espero demais.
Vou continuar aqui.
Preciso ser internada.
É necessário um certo esforço pra mergulhar ali;
ela já não acredita que alguém vai querer se molhar.
Não to entendendo nada e também não quero entender.
Abaixem o volume, por favor.
Eu não preciso saber.
E já que é de praxe, se é pra desejar alguma coisa nesse novo ano, eu desejo um rumo.
É isso.
Pra 2012,
um rumo,
um remo,
e força pra atravessar o rio sozinha.
Que eu não entre em ruas erradas e becos escuros.
Que eu chegue a tempo.
Pelo menos uma vez na vida, que eu chegue a tempo.
E, Deus.. se eu não chegar..
que você me espere um pouquinho.
Só um pouquinho.
Eu já te esperei tanto...
De repente eu to vendo todo o resto da minha vida passar diante dos meus olhos, e eu to só. Eu quase consigo me enxergar como uma ilha. Uma ilha que já tentou fazer chover e inundar tudo pra finalmente virar oceano. Mas eu não consegui conter a seca, sabe?
Desertos estão sempre em expansão, sabia?(...)
E, pra mim, basta sentar e observar.
Te juro.
É o suficiente pra mim.
É o suficiente pra um coração que teima em não dobrar a esquina.
E eu vou manter a fé, porque eu SEI que é só uma questão de tempo.
Deixo minha tristeza pra depois.
A vida corre.
E antes que vocês matem o meu amor, eu o queimo.
Eu queimo tudo.
Porque ninguém parte o meu coração.
Acabou o tempo pra catar as coisas que caem no meio do caminho.
Você olha pra baixo e esquece de apreciar a vista bonita das coisas que passam ao seu redor e você nem se dá conta.
Deixa eu dizer uma coisa?
Quando eu era pequena, meus pais me ensinaram a nunca aceitar nada de estranhos.
Nada.
Nem doce, nem pena.
Então o que você acha que eu vou fazer com esses seus restos?
Me deixa aqui, eu não aceito mais nada de mais ninguém.
E mesmo que eu esteja morta de fome, eu jamais voltaria pra aceitar suas migalhas.