Coleção pessoal de SamuPsycho
A graça deste mundo,
está nas pessoas que fazem,
graça com ele.
Nosso mundo está lotado,
de intelectuais,
poetas egoístas,
leitores mal concebidos.
A única coisa que nos resta,
me refiro a mim e a você,
pobre leitor idealizado é
a graça.
Graça que mesmo que não exista,
está inteiramente ligada,
em nossa existência,
imaginária.
Entre leitor e escritor,
imaginário e concebido.
Chuva.
A chuva rima,
fria,
caiu e perdeu,
escorreu.
Salvou o dia,
do eremita que,
escrevia.
Lia,
o poema que,
tentava rimar.
Caiu e se perdeu,
como a rima,
que não rima.
Como a vida que não via
o poema rimar.
Um escritor.
Um escritor,
me disseram certa vez que para ser,
escritor,
bastava-se escrever.
Discordo.
Escritor é muito mais,
angustiante que isso.
Escritor,
é sentir o sofrimento,
a angústia,
a penumbra,
interior.
Escritor é,
transformar em arte a
mortificação,
interior.
Se sente,
se vê,
se fala,
se escreve,
se guarda em palavras.
No papel branco e no som,
das teclas,
tec.
No sofrimento é que o homem,
encontra todo o seu sentido
encontra a verdadeira face da vida.
Em meio a sofrimentos viris,
se molda e se transforma,
se modifica e endurece,
o homem.
O sofrimento nada mais é
que a transformação do menino,
em homem,
do homem em homem.
Me refiro ao verdadeiro homem,
o homem, viril, clássico;
bebedor, viciante, o homem,
homem.
Por isso amamos as mulheres,
nossa principal causa de sofrimento,
amamos de forma sofrida,
nos amam com dissabor,
nos amam com amor.
Ás vezes sofremos por querer,
amar mais de uma,
todas
e não só uma.
Se sente amor, sofre-se.
por isso,
sofro.
Se,
se tudo vai,
tudo volta.
Volta contra você,
para você.
Você decide o que,
quer aceitar
ou
rejeitar.
Rejeitar o que,
você quiser
ou não
quiser.
Quiser amor,
paixão
ou
carinho.
Não rejeito nada,
nada de bom
se é que
existe.
O ruim existe.
Hoje não escrevo sobre nada,
nem amor,
nem paixão, muito menos
mulheres.
Ainda que não escrevo hoje,
escrevi ontem
e provavelmente escreverei,
amanhã.
Se ele chegar.
Sempre chega,
de algum modo ou de outro
ele virá.
Talvez não pra mim,
mas pra você
que estás a ler,
meu poema de hoje.
Me sinto só,
geralmente isso é bom,
é bom.
Me sinto livre,
geralmente isso é bom,
é bom.
Me sinto amado,
geralmente isso é bom,
é bom.
Me sinto solitário,
geralmente isso é bom,
é bom.
Me sinto completo,
geralmente isso é bom,
é bom.
Me sinto vivo,
geralmente isso é bom,
geralmente.
As mulheres,
minhas mulheres
as domino em meus pensamentos,
sadios pensamentos.
Todos os homens as olham,
com espanto, com desdém,
com amor ou com desejo
Eu simplesmente as olho,
enquanto me visto,
enquanto como,
até mesmo enquanto durmo.
Desejo suas almas,
um desejo natural, espiritual,
loiras, morenas, ruivas,
mulheres.
Todo homem tem dentro de si
uma grande mulher,
e a alimenta em seus pensamentos,
fazendo-o crescer em alma.
Todo sentimento emana delas,
podem arruinar sua vida
como toda troca de olhar,
ou podem dar um novo sentido á
ela.
Podem comer você cru,
podem assar e dividir com as demais,
apaixonantemente,
desejo.
São poucas as que fazem a diferença
na alma de um homem,
são poucas que realmente fazem,
alguma grande diferença.
Sempre estamos esperando,
a próxima mulher que vai fazer a diferença,
em seus simples olhares,
olhando para a nossa pequena,
alma.
A pressa em que a sociedade caminha
é a mesma pressa em que o predador encontra a sua presa.
A velocidade em que a sociedade caminha
é veloz como a mordida do predador.
É forte, é voraz,
é mortal.
Ninguém enxerga,
ninguém quer ver
mas a morte está
vindo contra você.
Você será consumido por ela
da mesma forma em que a
presa é consumida pelo
predador.
Normal,
natural,
e ninguém vai perceber.
Nada me prende,
a não ser duas fortes
coxas femininas.
Nada me prende,
a não ser as cordas
do ringue.
Nada me prende,
a não ser o sofá
e a escuridão da minha sala.
Nada me prende,
a não ser uma
garrafa de Whisky.
Nada me prende,
a não ser um bom
livro de romance.
Nada me prende,
a não ser Bukowski e
Mozart.
Nada me prende,
a não ser o amor
de uma mulher.
Nada me prende,
a não ser a escrita
de um poema.
Nada me prende,
sou livre.
Humanidade.
A humanidade necessita
de mais amor,
mais paixão,
mais calor.
O destino da humanidade
é o mesmo
menos egoísmo,
menos rancor,
menos calor.
O fim do individuo
fora da humanidade
é o mesmo,
a incessante escuridão
da morte.
Pessoas,
malditas pessoas,
o egoismo alcança-os
como a lavagem,
chega aos porcos
a humanidade é bela
o individuo não
o singular é humano,
o conjunto é carnívoro.
a solidão é a saída
a fuga,
desse chiqueiro imundo.
Não me encaixo nesse mundo,
dificilmente me encontrarei
as coisas não fazem sentido
comparando com as pessoas,
até fazem.
As pessoas até fazem sentido,
separadas umas das outras
dentro do individuo,
refletindo em seu quarto
enquanto guardam seus personagens.
O sentido se reflete,
no espelho a sua frente
o sentido não faz sentido
o personagem não se
reflete.
No meu caso,
nem personagem
eu tenho,
ainda bem.
Pessoas,
quanto mais longe,
mais me sinto confortável,
mais me sinto bem
onde escrevo este,
em meio á elas.
A solidão não é o fim,
é o meio,
o meio do caminho,
para finalmente se encontrar.
Onde minha companhia
é mais amigável que dos demais,
onde realmente me encontro,
por fim,
no caminho.