Coleção pessoal de SamuPsycho
Sua situação
era completamente,
terrível,
o mundo,
as pessoas e
as coisas estavam
mudando rápido de mais.
A perspectiva
de vida não fazia
mais sentido,
todo dia era
como acender um cigarro
e esperar ele se tornar
apenas
cinzas.
O cinzeiro,
era o mundo,
as pessoas e
as coisas.
O dia mal começou,
já me pego pensando
ou imaginando.
O tempo,
o fator determinante,
na vida e na morte
de todas as pessoas,
que também pensaram e
imaginaram.
Tempo,
sem previsão,
sem aviso,
sem controle.
O início,
com o nascimento,
o fim,
com o descobrimento.
Em apenas
um piscar de olhos,
o tempo já passou,
e nessa vida,
não da tempo,
de olhar para trás.
Sob um grande céu azul
e embaixo de um sol amarelo,
sentado em uma cadeira preta,
olhando um retângulo refletivo,
observava minha vida
passar diante de meus olhos,
pensando o por quê nada mudava,
pensando sobre a cópia da cópia.
Hoje estou
me sentido puto,
descobri mais
um adjetivo que
posso adicionar
ao meu epitáfio.
Eu não suportava
mais ninguém.
Todas as nossas vidas
estão sendo desperdiçadas,
estamos jogando nossa
humanidade no lixo.
Acordamos em um dia
e o primeiro movimento é
comparar nossa vida
com a de outros,
andamos em carros
com parcelas altas,
mais altas que das
pessoas que conhecemos.
Usamos roupas com nomes
de pessoas, cuecas,
camisetas e calçados,
malditos calçados!
A mídia nos vende
exatamente o que queremos
comprar?
A propaganda conhece
nossos gostos?
O tempo está passando,
sua vida está acabando,
você convive com pessoas
que odeia para poder pagar
as parcelas altas demais,
de uma carro melhor
que o seu melhor,
colega de trabalho.
Todos nós
caminhamos na calçadas
e observamos as outras pessoas,
homens, mulheres;
pela calçada passam nossos
amores que nunca vamos conhecer.
estávamos olhando
para baixo enquanto ela
passou ou estava colado
com sua maldita cara,
em uma tela refletiva.
você,
que observa elas
passarem,
homem,
não deixe ela dobrar a
esquina,
não deixe ela entrar
no apartamento,
ou no táxi,
corra.
Seu amor pode estar se
distanciando de você,
não deixe as
ferrenhas regras
da sociedade
separarem vocês dois.
Sento-me dentro
do carro,
e observo o por do sol
vermelho,
cortando o céu.
Ligo,
o motor força
para pegar,
mesmo assim,
engato a marcha e
saio.
Mais um dia na
rotineira cidade,
onde o sol
desaparece mais uma
vez e as
luzes dos postes
começam a iluminar.
O homem
possui uma
sensibilidade
absurda
para notar o nada
descendo por goela abaixo.
Engolimos,
digerimos todos
os problemas que
o mundo nos dá.
Pensar é se
atormentar.
Nos agarramos á
vida ou saltamos
para fora do trem
em movimento de uma
vez.
Como um
copo cheio de vinho,
estou lá de novo
tentando me recompor
de um dia exaustivo,
o copo cheio
se repete várias
vezes,
como alguém que
não quer acreditar,
esvazio-o.
a garrafa,
já não passa
da metade,
consigo ver o
fundo negro,
com o resto
do líquido que me
ajudou a superar
mais um dia,
no fundo,
minusculo,
estou eu,
olhando para
cima,
vendo a luz
que entra pela
boca,
como o sol
domina as
manhãs.
vinhos, semanas e mulheres.
a manhã me
consome como
o vinho que eu
bebo durante
a noite.
a noite já estou
consumido pelo
vinho e pela
mulher que se
deita ao meu lado
em minha cama.
a tarde já estou
consumido,
mesmo sem
mulher e sem vinho,
já passei pelo
primeiro e só
penso no que
está por vir.
Eu estava
cansado de tudo
e de todos.
As pessoas
só tinham um
interesse em
comum.
Todas estavam
unidas e prontas
para me destruir.
Eu tenho
uma teoria do
porque
nos sentimos
tristes,
quando mais
entendemos como
o mundo funciona,
como as pessoas
agem,
e como
as coisas
e as
relações
no final
não passam
de um nada,
mais nos
sentimos tristes
em relação a
tudo isso.
Aquela.
Aquela mulher,
com seus
cabelos negros,
deitada em minha cama
de lençóis brancos,
o perfume doce
preenchia o ambiente
fazendo parecer um
grande jardim,
sua forma
dominava meus
pensamentos,
fazendo surgir
criatividade onde
não mais existia,
eu,
parado diante
da porta aos pés
da cama,
olhando para seus cabelos
e sentindo o cheiro doce
me brotava experiências
onde eu há
muito tempo não
tinha,
seu olhar mirava
o teto,
acredito que imaginando
um céu
lotado de estrelas
observando a
descida de
uma deusa,
a paixão
me cobria
por inteiro,
o amor era algo
inato em mim,
mas sentir aquele
calor e o pulso
ainda dentro do
peito,
me lembrava
que eu era
ainda um homem
apaixonado por mais
uma grande mulher.
Meus poemas
para mim,
funcionava como
uma espécie de
catarse.
Era uma purificação
diária,
ás vezes semanais,
que limpava minha
alma.
Colocava tudo
no papel,
socando as teclas
como um soco que eu
gostaria de dar
nas pessoas.
Ás vezes,
eu me sentia sem
ter o que escrever,
alguns problemas
eu conseguia lidar.
Eu estava lotado
de situações
desprazerosas,
meu trabalho
ia de mau a pior,
questionava demais.
Meus estudos
só me mostravam
o quanto a nossa vida
já é programada
pelo sistema e
ninguém liga,
minha vida amorosa
era a única
que caminhava
junto de outra vida
que compartilhava
os mesmos problemas,
desse modo
só nos restava
chegar em casa
e brindar para
suportar.
Caos e ordem.
O caos é a falta de
luz em uma
tempestade.
É a fome
quando não se tem
o que comer.
É o carro quebrar
em uma interestadual.
É o desemprego,
quando chega o fim
do mês.
É a traição
da pessoa que você
mais ama.
Caos é o medo do escuro
quando chega a hora
de dormir.
É ter que conversar
quando você não quer.
É a morte do seu cachorro.
É quando você é pontual
e alguém se atrasa.
Caos é tudo aquilo
em que a ordem não está
presente.
A ordem é uma prisão,
enquanto o caos é a vida
em liberdade.
todo dia quando
saio de casa
me enche o peito
de um grande arrependimento,
tenho que ver pessoas,
conversar com pessoas,
o pior de tudo era
ouvir as pessoas,
sair de casa
para mim era
como uma tortura
tinha dias que
preferia a
escuridão da sala
como a folha precisa do sol
ou como a semente
precisa da chuva,
ainda não sei
se o errado sou
eu
ou eles,
prefiro acreditar que
são eles,
no fundo sou eu mesmo.
Estávamos lá,
a muito tempo atrás
eu e ela
de mãos dadas caminhando sobre
o sol quente
de uma tarde de verão
sem se preocupar com
o futuro,
o agora,
estamos aqui
ainda de mãos
dadas,
sobrevivendo ao
tempo,
que matamos para não
morrer no infinito,
ainda caminhamos em
direção
ao sol quente
que agora
transformou-se
em inverno,
e o vento
gelado fragmenta
nossos lábios
ainda úmidos
de um longo beijo
quente
no frio.
Caminhamos em direção
a um nada,
estamos fadados ao
nada.
Estou diante
da janela e
vejo o mundo lá
fora.
Vejo um monte
de gente,
vestidas com suas
vestes,
cobrindo seus corpos.
Passeios onde
as pessoas caminham,
calçadas de seus
calçados.
Todas possuem
acessórios em suas cabeças,
chapéus negros
cobrem suas cabeças.
Árvores que direcionam
a sombra sobre
a cabeça protegida
pelo chapéu das
pessoas.
Onde o sol não
pode tocar sua
superfície e aquecer
os pensamentos
Por
suas curvas
eu deslizava
e sentia o
cheiro de uma
pele
que parecia
ser um
vestido de seda
cobrindo
uma porcelana
crua.