Coleção pessoal de sammisreachers

21 - 40 do total de 159 pensamentos na coleção de sammisreachers

⁠Amor com amor constrói.

⁠Amor nunca impera.
Amor irmana.

⁠Combatemos a pornografia enquanto mastigamos ou celebramos, desavisados, como se reféns de um acordo tácito, a pornofonia em palavras e canções.

⁠A música é uma forma pré-racional ou "a"-racional de inimizade contra o caos. Filha rebelde mas combativa da ordem, criada para a infiltração e a sabotagem. Por isso você a ama, sem compreender direito a relação. Pois tal relação nasceu antes de você nascer.

⁠O trabalho veste a nudez dos dias.

⁠Milhares de pessoas arruínam-se no jogo e nos dizem friamente que sem o jogo não poderiam viver. Que desculpa! Haverá alguma paixão, por mais violenta e vergonhosa que seja, que não possa fazer uso da mesma linguagem?

⁠Vício terrível é o jogo e, assim como todas as águas correm para o mar, também não há vício que não se possa encontrar no jogador.

⁠Das desgraças onde naufragam a honra e o dever, em todas as classes sociais, não há origem mais frequente do que o jogo.

⁠Ainda que o vento leve o teto e faça tombar as paredes, que fará contra teu alicerce, quando ele é Cristo?

⁠Não existe acaso ou azar: há erros e acertos, há crimes e castigos, ação e reação. E há o perdão, a quebra dessas cadeias, a mão de Deus equalizando as coisas, a única forma de vencer.

⁠A conversa – essa corda invisível de fundar aldeias.

⁠Deus chamou Adão e o instruiu a que desse nome aos seres viventes (Gn 2:19,20). Adão é morto, Deus nunca: Ainda hoje Ele trabalha (Jo 5:17), ainda hoje Deus chama por nomeadores; e a vida responde a cada poeta que nasce.

⁠O convívio reiterado com a mediocridade castra mais fundo que as navalhas de mil açougueiros - ou carrascos.

⁠Somos seres finitos: comprimimos para compreendermos. O infinito é fantasma de nossos fantasmas.

⁠A burocracia é duplamente maléfica: ela desumaniza ao reduzir tudo a estatística, ao sacralizar o “preto no branco”, e a tudo nivelar pelo rigor (miopia) da lei; e ao comportar e alimentar seu feio irmão siamês: os mecanismos de apadrinhamento que a burlam – e o apadrinhamento, o compadrio, é mesmo tudo o que a burla, numa simbiose tão perfeita que faz corar a natureza. É um tipo de homicídio qualificado do tempo, das esperanças e mesmo dos méritos alheios, em benefício de um construto em geral grande e/ou vazio demais, e das elites que o propuseram, “em benefício do bem comum”.

A Igreja vencerá. É da natureza da bigorna durar mais que o martelo.

⁠Armas não substituem a coragem. Quando muito, só prolongam a ilusão dos covardes, dos que irremediavelmente não-nasceram-pra-ser.

⁠O extremismo é um corredor veloz, mas sem pernas: precisa sempre das pernas e do lombo de um asno para avançar.

⁠Sem Nunca Ter Aberto os Olhos - Um poema sobre o aborto

Sammis Reachers

Envenenado enquanto sorria
Para a luz que atravessava
Os tecidos da barriga
Broto de bambu queimado
Para que sobreviva a floresta de incendiários
Queimado enquanto vive a floresta pragmática

Tua mão, tão pequena,
Botão de uma rosa silvestre
Ninguém a segurou, não foi?
Somos oito bilhões e
Ninguém de nós segurou
A tua mão enquanto você despencava

Na noite mais escura
Dessas que tantas acometem
As almas dos homens
Alguém imaginará
O que você poderia ter sido
Que caminhos e abraços você fluiria

E o filme se repetirá
Nas noites mais escuras
Dessas que tantas acometem
As almas das mães
que desistiram

E será tarde demais
E a pessoa dormirá e acordará
Com este edredom, "tarde demais."
Tarde demais,
Tarde, muito tarde
(Pois quando apagamos uma estrela
Tudo o que resta é a escuridão)

Teus olhos nunca chegaram a se abrir
O Universo, esse jardim de
Incredibilidades fulgurantes
Esse jardim que seria seu como é meu
Você nunca o viu

Ente guardado num ente
Apunhalado num ente,
Ente descartado, promessa
Abortada
Sem nunca ter aberto os olhos

Nos perdoa a loucura, o mar o oceano
De loucuras
Que levaram até teu fim,
– Civil a quem a civilidade
Negou civilização –
Até o assassinato de um começo

⁠Raciocinar é estar em guerra.