Coleção pessoal de Sahfontes
Que mal posso te fazer
se nem toco em você
nem sinto teu corpo
grudado no meu;
Se divago em emoções
e deixo minha razão de
lado quando me entrego
por completo nos momentos
de luxuria que nos
acomete.
Que mal posso te causar
se nesses intempéries de
surrealidade da alma eu
somente quero te amar;
Se me perco em diálogos
passionais deixando aflorar
a sedução dos instantes
de imoralidade da concepção.
Que mal pode ate acontecer
se nesses prelúdios esporádicos
eu me entrego por completo
sem ao menos saber se
acontece o mesmo com
você...
Não sou boa com números. Com frases-feitas. E com morais de história. Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável. Almejo o quase impossível. Meu coração é livre, mesmo amando tanto. Tenho um ritmo que me complica. Uma vontade que não passa. Uma palavra que nunca dorme. Quer um bom desafio? Experimente gostar de mim. Não sou fácil. Não coleciono inimigos. Quase nunca estou pra ninguém. Mudo de humor conforme a lua. Me irrito fácil. Me desinteresso à toa. Tenho o desassossego dentro da bolsa. E um par de asas que nunca deixo. Às vezes, quando é tarde da noite, eu viajo. E - sem saber - busco respostas que não encontro aqui. Ontem, eu perdi um sonho. E acordei chorando, logo eu que adoro sorrir... Mas não tem nada, não. Bonito mesmo é essa coisa da vida: um dia, quando menos se espera, a gente se supera. E chega mais perto de ser quem - na verdade - a gente é.
O mal do século não é a solidão, nem a Aids, ou os barbitúricos. É achar errado aquilo que a gente acreditava ser o certo.
Muitas pessoas pousam, muitos amores possíves não vingam, muitas paixões não dão certo. Choro, me culpo, me arrependo, permito, desisto, persigo, corro, dou as costas, piso, sinto saudade, me precipito, telefono, me atraso. Sim, no mundo existem mil pessoas capazes de nos despertar amor, se a gente parar pra sentir.
Sim, sei de onde venho! Insatisfeito com a labareda ardo para me consumir! Aquilo em que toco torna-se luz. Carvão aquilo que abandono. Sou certamente labareda!
Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia.
Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse.
E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.
Odeio as almas estreitas, sem bálsamo e sem veneno, feitas sem nada de bondade e sem nada de maldade.
Até hoje não diferencio os cogumelos venenosos dos sadios. Como descobrir o que mata sem morrer um pouco por vez?
Descobri outro dia que a gente só se mata por causa dos outros, para fazer efeito, dar reação, compreende? Se não houvesse ninguém em volta para sentir piedade, remorso e etc. e tal, a gente não se matava nunca. Então descobri um jeito ótimo, me matar e continuar vivendo. Largo meus sapatos e minha roupa na beira do rio, mando cartas e desapareço.