Coleção pessoal de Rose05

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"Mágoas de ontem, migalhas de hoje."
Juntando os cacos meus.

Reconstruindo-me,
para voltar a ser quem sou,
sem voltar ao ventre da mãe,
mas renascendo do meu próprio,
para dar a luz a mim mesma.

Tudo que meu silêncio grita e não se revela é verdadeiro.

O teu silêncio
explode feito solidão
no meu coração...
enquanto lá fora inebriante
brilha a lua no céu.

Então apanho os cacos de mim
e prossigo, "enfim".

Não vou me anoitecer,
prezo as manhãs.
Bem cedo, alimento
os pássaros com o mesmo
pão de que me alimento.
Depois, nas asas de um deles,
vou-me, para não ter
no sono pesadelos...
Entretenho-me, sonhando.
Se há lógica nisso,
sou um arco-íris no céu,
apesar do animal que sou.

Devo meu ofício de escritora a sempre ouvir, respeitosamente, as críticas, de depois refletir.

Um Escritor não pune leitores, permite que eles surjam.

Onde a maioria dos escritores buscam segurança?

O desejo de segurança é um impulso normal do ser humano, e está mais predominante na maioria dos escritores, que, em vez de buscá-la numa intuição direta e pessoal, buscam-na na adesão coletiva às tendências de prestígio, encontrando alívio e proteção no sentimento de estar em dia com a opinião de seus leitores (ou com aqueles que tal lhes parece), não aceitando ser replicado ou que discordem de suas ideias. Isto é angustiante, porque fazem da inteligência uma mera soma de opiniões, ao invés de colocá-la na ordem da razão, perdendo oportunidades de contribuir na formação dos leitores.
A estes escritores, meu silêncio é imenso!

A vida é limitada e finita.
O seu brilho não.

Aqui planto minha vida,
Nos princípios, valores e sonhos,
Nas virtudes, esperança e liberdade.
Ancoradouro e barco,
Minha família.

Mundo, sigo-te! E mesmo que não o quisesse, vou. E ainda que desconfiando, com coragem!

Olhar para o passado não é procurar o tempo perdido, mas reconciliar o futuro, isto é, para orientar o desejo do que está para vir.

Ao abrir a janela,
curiosa, espio as
cores da manhã e
encanto-me com o
cenário da vida,
tecido pela luz do sol.

Alguns chamam "intenções negativas, ataques e ofensas" de argumentos, desconhecendo as premissas, a tolerância e o respeito aos pares, subordinando-os ou submetendo-os. Chamo-os (aos alguns) de almas pequenas.

- Onde está a piada?
- A piada não é haver alguns cidadãos (de outra religião ou ateus) a fazer comentários de mal gosto ou trocadilhos ou deboches ou brincadeirinhas sobre o conclave, os católicos e Francisco I. É acharem que sua religião deve ser a única ou a verdadeira, é acharem que são únicos.

Aqueles que cuidam da vida e religião dos outros são os primeiros a queixar-se delas.

Estou muito cansada da intelectualidade sem sensibilidade e ética.

Todo Escritor (veja: com "E") é ético, ou seja, deixa argumentos poeirentos de lado, reconhecendo assim a sua missão de interferir positivamente na formação de seu leitor.

Licença de solidão

Assim que escurecer,
eu quero licença de solidão,
uma rede sólida,
onde minha alma debata-se,
se revele,
como uma rosa a se abrir,
com seus espinhos e seu perfume...

Quero o que antes o mundo,
(com ruídos estridentes
que ferem e denigrem)
arrebatou:
a paz, a quietude, o silêncio
Original.

Onde irei
nesta fria manhã?

Ascenderei ao céu um verso
ou acenderei no vago olhar
a solidão?

Tanto brilho lá fora,
mas manhã clar(a)marga.
Como diluir vazio
no caminhar hora tensa?

Tarde venha,
venha maritimamente,
(re)alimentar a fonte
e da fonte eu me alimente!

Quando chegar minha hora.

Quando chegar minha hora
de fazer minha viagem definitiva,
quem dera fosse num dia
de ressaca do mar,
para mais rápido
flutuar meu barco
para a outra margem.

E no balanço pra-cá e pra-lá,
como num berço,
sentiria voltar para
meu próprio começo.

Sem nenhum lamento
e como se tivesse asas,
rasgaria o céu...
E delineando retas e curvas
abraçaria a primeira estrela.