Coleção pessoal de RosangelaCalza

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⁠Um barquinho de esperança...
num mar de incertezas...
a vida ao sabor das ondas...
pra lá... pra cá... pra lá... pra cá...

Dia e noite, noite e dia...
tenta preencher sua vida de alegrias vazia...
pra lá... pra cá... pra lá... pra cá...
monotonia, monotonia, monotonia...
a única certeza: a morte

Encontrar Jesus seria sua maior sorte...
pra lá... pra cá... pra lá... pra cá... pra lá...
se não encontrar... vai lhe tragar a morte.

E fim.

⁠Colorido

As nuvens se descortinam diante dos meus olhos. O vento era suave.
O jardim todo florido sorria no mais lindo colorido.

Um dia na minha vida.
Um dia repleto de coisas coloridas.
Um dia cheio de vida.

Um doce despertar...
Um leve caminhar...

Um majestoso poder de sonhar.

Uma esperança que nunca para de esperançar.

⁠Ecos de você

Ainda ouço seus passos descendo lentamente as escadas de nossa casa.
Nas costas apenas uma mochila.
Você trouxe tão pouca coisa quando aqui chegou.
Agora se foi... e tudo levou.

Mas coisas são só coisas.
Não me importo de elas não estarem mais aqui.

Você se foi.
Levou o seu sorriso.
Levou a sua calma que me acalma.
Levou as cores do dia.
Levou a alegria que eu sentia quando acordava com você para viver mais um dia.
Levou o seu abraço que tanto bem me fazia.
Levou a minha alegria...

Alegria que há tanto tempo eu não sentia.
Agora você está tão distante.
Seus passos não ouço ecoar mais.
Desejo que vá em paz.

Não volte, por favor.

Não quero sentir o pavor de um dia mais uma despedida viver.
Prefiro dia a dia simplesmente sobreviver.

⁠Uma tristeza

Eu era tão feliz.
Você a razão da minha felicidade.

O dia amanheceu.
Tudo tão triste.
Nublado.
Não há sol.
Só nuvens escuras a cobrir o céu como um véu.
Véu negro que tudo esconde... que não dilui a dor... que faz desaparecer toda forma de amor.

Com você foram-se as cores do dia.
Foi-se pra bem longe toda a alegria.
Tudo virou nostalgia.

O tempo, em protesto, não se fez de rogado.
Parou e ficou do meu lado.
Olha pra mim com olhos de terror... me diz:
“Não se machuque... não se afogue nesse copo de culpa... estou com você... serei um momento em que te farei feliz.”

Esforço-me, então, pra sobreviver.

Quero essa felicidade prometida viver.

⁠Um (des)brinde à vida

Chuva de trovoada relaxante.
Tarde de domingo.
Desordem desordenadamente na sala...
Tudo fora de lugar.

No porta-retratos teu sorriso quase apagado pelo tempo sorri triste.
Vivemos hoje um mundo que já não existe.

A casa cheia de memórias.
Uma linda história.
Um fim trágico.

Vislumbro dias tristes e sombrios.
Sinto na alma tanto frio.

⁠Palavras

Palavras... simples palavras,
simplesmente palavras.

Palavras pronunciadas,
pelo vento levadas.

Palavras evitadas, atalhadas, atenuadas...
almas não magoadas.

Palavras silenciadas,
perdidas na chuva,
gastadas, desgastadas,
engasgadas, apertadas...
no fundo do peito guardadas.

Palavras gritadas,
palavras caladas, ponderadas, acertadas,
palavras pelos olhos faladas...

Palavras esquecidas
nas esquinas da vida...
no ir e vir de nós dois...

Palavras...
tudo o que queremos ouvir...

Palavras...
um eterno ir e vir.

⁠Matar e morrer

Às vezes é preciso matar.
Matar um sonho.
Sepultar.
E continuar.

Às vezes é preciso morrer.
Tornar-se apenas poeira de um ser.
Um morrer cotidiano.
Um morrer uma vez por ano...
Um morrer para aquilo que o passado ensinou a viver.

Às vezes é preciso morrer... pra realmente começar a viver.
Matar... morrer.
Só às vezes.
Sem conta.

⁠Aqui estou mais uma vez.
Adentro a floresta densa.

Não, não estou tensa.
É um caminho conhecido.
Reconhece o som das águas do riacho que corre, meu ouvido.
A natureza fez aqui sua morada.

Sou apenas uma passageira.
Sinto a luz ultrapassar as árvores... vem até mim o calor do sol.

Aqui a natureza chora... em certos dias.
Um choro de alegria.
Banha seus filhos com gotinhas de vida.

Aqui atravesso meu deserto.
Encontro meu oásis.

Minha energia se renova com a energia da natureza que está tão, tão perto.

⁠Desabrochar

Olhos lacrimejam de saudades.
Tanto tempo ficou pra trás perdido nas sendas do tempo.
Um amor tão lindo enveredou na sombra de um anoitecer e se evaporou...

Olha sua face no espelho.
Reflete solidão.

O sol acabou de nascer, espreguiçou-se nos lençóis do alvorecer.
Uma lágrima corre pela face.
Seca-a com as pontas dos dedos.

Esquecer o que pra trás ficou...
Eis de conseguir seguir o segredo.

⁠Denso lodo

Andei por regiões remexidas...
Dor e sofrimento...
Tantas as feridas.

Um denso lodo atravessei.
Não sucumbi...
Por um triz.

Verdes planícies
Formosas...
Rodeadas, porém, de formas rochosas.

Rios caudalosos.
Abismos sem fim.

Um caminho aberto a força.
Um vento contrário a me indispor.
Areia movediça... pouco a pouco a me fazer perder a força.

⁠Insegurança

Ao virar o rosto pra luz vi teu olhar.
Teu doce e terno olhar.
Tão fácil me apaixonar.

O coração até ensaiou uma batida mais forte.
Os pés quase cruzaram aquele horizonte desconhecido...

Medo.

Fiquei presa no lugar... morrendo de medo de amar.

⁠Coração

Coisas do coração...
Coisas valiosas guardadas com carinho.
Há corações que são como um ninho.
Coração que ama sem nada em troca desejar.
Coração que sabe no caminho correto deve andar.
Coração que sabe no lugar do outro se colocar.
Coração – território onde ninguém pisa.
Não se rompe.
Não se corrompe.
Faz o bem a quem quer que do bem precisa.

⁠Mudanças

Fresca chuva de trovoada.
Tarde de domingo.
Novembro...
O sol escondido atrás das nuvens
não se deixou ver se pôr.

A noite se fez.
A escuridão assustou meus olhos.
Quatro paredes na penumbra.

Paredes novas.
Recém a mim apresentadas.
Mudar é como se nada fizesse sentido antes da mudança.

Adormeci.
A noite pariu o dia.

Um dia de um amarelado estranho surgiu...
Parecia que seria uma manhã calma.
Parecia que haveria mais paz na alma.
Foquei: ‘a vida é feita de andanças... vida:eternas mudanças’.

⁠Equilibrando-me

Na correria do dia a dia
Tenho tentado me equilibrar...
Corda bamba...
Roda de samba...
Meu receio é não encontrar na roda da vida
Motivos que a vida irão justificar.

Jogadas (in)certas⁠

Ah tinha eu todas as jogadas certas, planejadas.
Sabia precisamente o movimento preciso das peças.

Não tinha nenhuma dúvida.
Tudo estava tão claro em minha mente.
Sabia o próximo passo...
Daqui ao infinito.

But... apareceste.

Assim do nada.

Jogaste ao vento todas as minhas jogadas tão precisamente determinada.

⁠Resignei-me.

Olho pro outro lado.
Me encanto com outros mundos.

But... meu pensamento está distante.
Não te esqueço sequer um instante.
Minha mente nunca está aqui...
Se diz estar... mente!
dementemente...
descaradamente.

Olho pro outro lado.
E continuo a viver no mesmo quadrado.

⁠Introspectiva

Hoje não me levantei da cama.
Me deixei ficar.
Meio acordada... meio adormecida.
Pensando em nada.
De não ser estar convencida.

Respirei, é óbvio...
É involuntário.
Se assim não fosse, seria o contrário.
Não respiraria.
Mal e mal existiria.

Chuva e sol...
Frio e calor.
Lá fora, aqui dentro.
Não dá pra tudo parar..

But... eu tento.

⁠Temo

Temo estes dias maus.
Temo o que traz pro porto todas as naus.
Temo o dia chuvoso.
Temo meu coração nervoso.

Se não há nada pra temer... crio.

Crio medos.
Crio noites insones.
Crio gritos ecoando.
Crio um rio por suas águas pro mais profundo mar me levando.

Ai que raiva!!!

Não, não consigo evitar... posso até engulir, não demostrar, mas que sinto raiva sinto. Ponto final.

raiva de tudo... raiva do sol quente demais, do sol que não aparece quando quero... do sol que se põe atrás dos montes e não me deixa ver a beleza do pôr do sol... do pôr dele mesmo... que raiva...

raiva do dia que amanhece cedo demais... raiva da noite que deixa o dia pra trás...

raiva da chuva molhada... das ruas alagadas...

raiva dos políticos... do horário político... da falta de opção... tô tomada de raiva...

raiva dos buracos nas ruas... do imposto que pago... do cara que ganha pra ver o sol nascer quadrado...

que raiva... da fila do banco... de ter que dar no tranco... raiva do cara do lado... do cara da frente...

raiva de não ser diferente... raiva de ser tão impotente... raivaraivaraivaemaisraiva

Ai que raiva....

que raiva que nada... sou paz e amor... uma doçura... uma flor... nunca perco a paciência, não me estresso, não me ingesso... sou supermegahiperdescoolada.... cool!!

no caminho pego os atalhos... colho as flores... corro atrás das borboletas.... sou feliz... e sou feliz porque minha vida é a vida que eu sempre quis... estar ou não na lista da vida pra mim não foi por um triz. Ou foi por um triz?

No, no, no... foi porque Deus quis :)

⁠Você acorda e olha o mundo ao seu redor. Ouve o barulho do mar enquanto corre na orla... vê o horizonte se cobrindo de cores enquanto o sol nasce.
O mundo pode ser um lugar maravilhoso. O gosto do café forte, o crocante do pão, a manteiga que desliza por sua garganta sem esforço algum...
O suco da fruta... supersuco... as frutas, coloridas, perfumadas e saborosas... como as lindas flores que você ganhou ontem.... e agora estão naquele vaso maravilhoso sobre a mesa da sala.... colorindo, alegrando, perfumando sua casa... sua vida.
Da sua varanda você vê o mundo...
Um mundo perfeito... quando você está de olhos bem fechados. Tudo é tão perfeito!! Você até pensa que nem merece tanto.
Mas... a realidade é outra coisa. É dura, cinza, malcheirosa, duvidosa... Aí sim... esta é a sua vida de verdade: crueldade.
E você só queria que houvesse um mundo do qual pudesse fazer parte... um mundo igualzinho com o que você sonha, um mundo mais simples... um mundo no qual sua felicidade não precisasse acontecer à custa da felicidade de ninguém... de outrem.