Coleção pessoal de RosangelaCalza

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⁠Viva o amanhã, amanhã.

Onde estão seus pés neste momento? Aqui, bem aqui... não é? Exatamente no presente. Você consegue dar passos no futuro? Ou voltar atrás e evitar alguns passos dados? Não, não consegue... então dê um passo, ou nenhum... deixe seus pés seguirem em frente na hora em que tiverem de seguir, de seguir e de seguir o seu eterno presente.

No mundo físico, você consegue ouvir sons do futuro? Sussurros do passado? Não, não consegue... então fique atento ao aqui e agora, que é a única coisa que você tem.

Você consegue fazer as coisas que estão determinadas a serem feitas ali na frente... ou eliminar aquelas que você não deveria ter feito de jeito nenhum - sim, aquelas que você se arrepende profundamente de ter feito? Não, claro que não... você projeta, joga pra frente com a sua mente, mas não consegue materializar nenhuma delas no seu aqui e agora, mesmo com todo o esforço do mundo.

O presente é como deve ser, as coisas são com devem ser. Tudo o que acontece reflete o querer de algo, ou de Alguém muito maior do que você pode imaginar (pra mim, é de Alguém mesmo; pode ser que pra você seja de algo... o Universo, por exemplo). Este seu momento é o que é porque é assim que deveria ser... não lute contra o esquema das coisas (ou de Deus como acredito eu).

Tudo é, na maioria das vezes, imprevisível. O seu futuro é imprevisível, sempre... até suas emoções, na maioria das vezes, são imprevisíveis... ou não!!??

Viva com os pés no chão, no aqui e agora... mas pode sonhar... sonhar nunca fez mal a ninguém.

⁠Crescer

Crescer não significa fazer aniversário...
fazer aniversário apenas significa que mais tempo passou
e que, se você não aproveitou,
não cresceu, não viveu, apenas mais um ano atravessou.
Crescer.... é desenvolver-se
e viver é desenvolver-se num crescendo,
num aumento progressivo de qualidade,
sem se perder em vaidades, futilidades,
frivolidades...
Crescer é não dar importância desnecessária
ao que não tem valor... ou ao que tem valor tem
crescer é saber dar atenção, cuidado, amor
e fazer o bem...
não como se estivesse fazendo um grande favor.

⁠Faço versos

O tempo passou.
O efêmero da vida me ensinou...
Vejo agora o transitório do Universo.
Faço versos.
Uma tentativa ingênua de segurar o tempo.
Sopra o vento.
Só calmas brisas...
Ressaltam o azul sereno
Por detrás de nuvens transparentes...
Sinto o cheiro do mar.
Trago nas mãos o salgado do mar.
Trago nos pés a areia da praia por onde me fartei de tanto caminhar
Trago nos cabelos o cheiro do mar.
Sigo a maresia.
Sinto o ar a maresiar.
Sou ondas de sonho entre terra, ar e mar.

⁠Só não sou sempre a mesma

Agitação e repouso.
Movimento ou parada.
Noite e dia...

Canto um canto cantante.
Mudo a cada instante.
Mudança mutante.
Máximo e mínimo.

Faço pactos pactuantes.
Nunca sou o que já fui antes.
Às vezes fujo da realidade.
Faço poesia.

É uma abertura fascinante.
Mesmo com toda essa tecnologia.

A máquina jamais vai usufruir do que me fazem sentir os belos versos.
Não, nunca, never, jamais... chegará esse dia.

⁠Degredo

Que se passa em minha alma?
Não consegues tu imaginar.
Meus passos não foram tu que pela estrada andaste a pisar.
Hoje é fácil apontar o dedo.
Mostrar ao mundo todo o que em mim é puro segredo.

Minh´alma chora.
Em nada mais encontra paz... em nada mais tem alegria.
Sou escravo de mim mesmo.
Mandado para degredo.

Aqui estou eu preso em grilhões.
Ninguém é culpado se o mundo
Me tirou a esperança
Se as pérolas espalhadas por aí já não me traduzem mais emoções.

⁠Ah! O poeta...

Há pedras no caminho.
O poeta olha pra elas com carinho.
Há nas rosas espinhos.
O poeta as ignora... se as machucam, ele não chora.
O poeta bebe o néctar da brisa.
Sente a melodia das ondas do mar.
Respira no meio da multidão o mais puro e limpo ar.
Ele tem a veia sensível, afetuosa.
Lapida o nada.
No gris da vida ele vê um mar de rosas.

⁠Falta de ausência

Falta de ausência
Calma... desesperadora.

Aprendi a disfarçar.
Chama-se: arte da ausência.
Sobrevivo sem qualquer expectativa.

Levo de costas toda a minha vida.
Não nas costas...
Deixo-a ir sozinha.
Não faço esforço nenhum.
Sigo leve, bela e conformada.

Sou como água.
Insípida.. incolor... inodora.
Estou igualzinha ao pote onde me colocaram agora.

Sim... sou fraca e mentirosa.
Derrotada.
Cansada.

Já fui de suplicar...
Em noite sem estrelas.
Hoje me contento em aceitar.

Me aquieto dos e nos desertos.

Até acredito na mais cretina das promessas.

Só, sigo.

E Sigo, só...

E sem pressa.

⁠Ah! Essa faça falsa calma.

Tens um turbilhão em teus pensamentos.
Empurras-me cada vez mais para um buraco sem fim. Pobre de mim.

Que faço?
Mudo minha rota?
desisto desta calma desesperada que estás tentando me impor?
ou me encaixo nela...

Estou com minha alma cósmica perdida.
Da vida não consigo mais encontrar a saída.
Encolho-me toda.

Dedico-me às escritas amenas?
Apenas a duras penas...

Sinto vontade de chorar até não sobrarem lágrimas.
Por que me mostrastes um mundo que não poderia me aquecer...

Um mundo cheio de tristezas que eu só queria esquecer.
Tenho defeitos demais.

Ah! Eu só queria voltar atrás.
Fixar-me naquele mundo opaco,
habitado por seres itinerantes.
Por que não volta tudo a ser como antes?

Choro. (eu sei que de nada adianta, mas choro...)

⁠Meu caminho

Ouço o murmúrio das águas que brotam na fonte no meio de uma floresta.
Um igarapé à minha frente.
Mergulho.
As águas límpidas e frias me envolvem.
Minha paz milagrosamente me devolvem.

Ouço um sussurro.
Onde nasce o rio as águas me dizem.

O destino elas não me revelam.
Eu que ande.
Eu que procure.
Ou... me contente em nada saber.

As águas são sábias.
Talvez seja melhor mesmo do futuro caminho nada saber.
O melhor mesmo é se deixar levar.
Um passo de cada vez.
Uma curva de cada vez.
Um empecilho de cada vez.

Haverá um porto?
Pouco importa...
Importa o caminho e a sede de quem irão saciar.
Haverá um caminho... e os passos que irei dar.

⁠O espelho a tudo espelhar

O espelho a tudo espelhar...
Tudo no mesmo lugar... mas não no mesmo lugar.
Está ele no lugar da ilusão da consciência humana...
Mostra a fantástica cena raptada de outros lugares de imagens multifacetadas.


Vejo o sol iniciando sua descida na linha do horizonte.
No espelho, lentamente o objeto vai perdendo a nitidez do que nele está espelhado.
As cores vão se pagando.
Um cinza de tudo conta tomando.
O cenário vai se transformando.

E o espelho vai sua realidade apagando.
Um sorriso se quebra.

O espelho parte-se em fragmento de ideias.
Tudo o que nele está parte.
Nada mais dele faz parte.
Sobram os pirilampos da noite...

⁠Não vá perder a hora

Já é hora,
de tomar a decisão...
não demora
já é hora
de fazer
o que decidiu há muitas horas o seu coração.
Ontem o seu hoje era futuro,
um nada, um escuro.
Agora seu hoje é um presente,
que logo, logo vai ficar ausente.
Já é hora, vai perder a ocasião?
Vai esperar seu coração
pular fora do peito
e fazer por conta própria
o que você mesmo deveria ter feito?
Já é hora
não me deixe ir embora,
parir um futuro sem você
seguir um caminho que ninguém segue sozinho..
Já é hora de nosso futuro fazer nascer...
é hora de partilharmos todo amanhecer...
é hora de deixar de fazer de conta
que uma vida está vivendo...
é hora de começar a viver nossa vida pra valer.
... é hora... não a deixe ir embora (também)
meu bem ❤😘❤

⁠A hora está ruim?

Mesmo a hora sendo ruim...
Mesmo sendo duro o caminhar...
Sempre há um jeitinho de esperançar.
A dor está bem doída.
Está demorando cicatrizar a ferida?

Chore...
Deixe as lágrimas escorrerem.
Deixe-as lavarem a alma...

Como uma tempestade passando...
Tudo limpando.
Tudo curando.

E vai passar.
Toda tempestade termina no mar.

⁠Podes mudar
Podes optar.
Andar pela direita...
Ou pela esquerda enveredar.

Podes mudar de opinião.
Agir com a razão...
No momento seguinte dar preferência ao coração.

Arrisque-se.
Prudentemente.
Diariamente.

Desabafe... contigo mesmo.
Ande a esmo... se preciso for.

Pode haver dor... mas nunca serás o mesmo.

⁠Meu caminho

Queria um caminho aconchegante.
Quente... como uma tarde de verão.
Claro... como um meio-dia de sol a pino.
Queria um caminho que me abraçasse.

Um caminho em movimento...
Andando junto nas andanças do vento.
Sem medo do que está depois da curva.
Sem receio de descer ao mais profundo abismo.

Navegar no mar sem fim...
Segura de mim.
Queria andar nesse caminho sem cerimônia.
Queria procurar detalhes que ninguém vê.

Queria enraizar amor
Por todo o caminho por onde eu for.

⁠Tua chegada

Para que a partida?
Jamais deveria existir a ida.
Só a vinda... a chegada.
Esta sim sempre é festejada.

Acostumei-me com teu olhar sempre o melhor caminho a me apontar.
Acostumei-me com teu jeito meio sem jeito de me dizer que viver sem mim não tem mais jeito.
Acostumei-me com tua calma, que no meio das ondas gigantes, sempre me acalma.
Acostumei-me com tua presença a preencher o vazio de uma vida que não encontrava razão pra própria existência.

Continuarei a responder teus bons dias.

Gratidão pois que, no meio de bilhões de pessoas, fui eu quem você viu...
Foi pra mim que você sorriu.

⁠Noite cega

Ou talvez seja melhor dizer dias e noites cegos.
O tempo sempre foi meu inimigo.
Passam-se os dias e com ele ainda brigo.
O tic-tac do relógio me enerva.
O sol mudando rapidamente de lugar me alucina.
A escuridão clareando rapidamente... apagando o brilho das estrelas me agonia.

Queria lento cada dia.
Queria que o sol desse uma paradinha pra descansar.
Queria que as estrelas tivessem mais escuridão pra seu brilho mostrar.
Queria andar mais devagar.

Mas... corro, corro, corro...
Do café da manhã até a hora de dormir.
O tempo todo atarefada.
Da vida sem aproveitar nada.

Tudo sempre um Deus nos acuda!
E o tempo que não me ajuda...
Please, tempo seja generoso comigo... seja meu amigo...
Quero tudo melhor aproveitar.
Peço, então, passe bem devagar.


Apagados

Quero calar a saudade.
Saudade dos tempos passados...
Saudades da ausência de meus amados.

Sou a última a resistir.
Sou a última a daqui sair.

Estou em pé.
O tempo parece não querer me derrubar...
Quer me fazer durar e durar.
Então, fico aqui querendo calar a saudade... apagar memórias... enturvecer minha história.

E assim estou.
Vou de momento em momento...
Até estar apagada como poeira varrida ao vento.

Resisto. Mas não sou eu que insisto.

⁠Minhas faces

Desnudo-me nas palavras.
Escrevo sobre minhas sombras.
Nos versos exponho meus medos, meus defeitos.

Sou quebrada.
Nada há mim que se dê jeito.

Envergonho-me?
Sim, mas não consigo calar.

Desabafo.
Tenho que gritar nesta folha em branco – meu terapeuta.

Preciso silenciar a confusão da minha mente... o que aperta meu coração.

Aqui descrevo meus sentimentos exatamente como são.

⁠Pensamentos loucos

Falas de amor...
E eu a me perguntar: como falar o que sinto?
Sinto tua falta do amanhecer ao anoitecer.

Procuro-te pelas ruas da cidade.
Não te encontro.

Pergunto-me: onde estarás?
Estás em mim a pensar?
Lembras de nossos beijos?
De nossa troca de carinho.
Das milhares de vezes que dissemos te amo?
É amor?

Ou apenas um indicativo de amor.

Somos apenas uma falta que completa a falta do outro?

Eu sei...
Tenho pensamentos loucos...

⁠Da solidão

A solidão era tudo o que eu tinha.

Mantinha um grito sempre aprisionado em minha garganta.

Queria chorar.
Deixar as lágrimas meu rosto lavar... minha alma acalmar.

Uma inundação...

Que tudo de ruim levasse pra bem longe de mim. E que essa dor tivesse fim.

Enfim!