Coleção pessoal de roodalmeida
Cansei de ser chamada de louca, inconstante, irreverente, diferente...na mente daqueles que usaram essas palavras, estas soam unicamente como ESTRANHA; o desconhecido que se camufla de seus preconceitos.
Se não me conhecem, se não entendem meu jeito pelo menos deixem me em paz, não me torturem com perguntas de sentido vago, já cansei de perguntas sem conhecimento prévio.
Tornei me o que sou sem ajuda de terceiros, continuarei a ser quem sou só!
Talvez esta menina que aqui se encontra, na cama, as 00:09, só queira ser feliz de seu jeito, assim como cada ser em volta desse grande mundo queira o mesmo...porém sem seguir a tradição dos pensamentos.
Tradição essa que julga aqueles que não a seguem...tradição que vomita ao ver dois homens ou duas mulheres se beijando e simplesmente faz cara de dó para a criança que do lado passa fome ; tradição que vê o desenho gravado na pele como coisa de drogado mesmo esta tendo um significado de vida; tradição essa que vê o sem religião como bruxo; tradição essa que tem seu encanto porém não é inteligente pois ainda não descobriu que não é única, nem obrigatória.
Apesar de não segui-la a respeito...mesmo não sendo recíproco.
A Voz Do Silêncio
Paula Taitelbaum é uma poeta gaúcha que acaba de lançar seu segundo livro, Sem Vergonha, onde encontrei um poema com apenas dois versos que diz assim: "Pior do que uma voz que cala/É um silêncio que fala".
Simples. Rápido. E quanta força. Imediatamente me veio a cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.
Um telefone mudo. Um e-mail que não chega. Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca. Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas. Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão. O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão. Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.
É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento. Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo. Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado.
Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar: "diz alguma coisa, diz que não me ama mais, mas não fica aí parado me olhando". É o silêncio de um mandando más notícias para o desespero do outro.
É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo. Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo. Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente. Para os seguranças dos shows do Sepultura, o silêncio é uma megasena. Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz. O único silêncio que perturba é aquele que fala. E fala alto. É quando ninguém bate a nossa porta, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim você entende a mensagem.
Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo.
Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida.
Eu cansei de não me satisfazer comigo, não me guardar pra mim. De estar sempre escorrendo, vazando pelas beiradas. De precisar de opinião alheia por ser tudo ao mesmo tempo e esperar reconhecimento por isso. É tanta coisa aqui dentro, tanta coisa que eu tento melhorar e aprender todos os dias, que eu conto toda minha vida pra quem eu acabo de conhecer e fico chateada quando não me dão o valor que eu penso merecer.