Coleção pessoal de RodrigoGael

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⁠Boneco feito de nadas

Com as mãos cheias de nadas
Acordo dum sonho dorido
Tentando repor em meu mundo
Pedaços inteiros de nadas
Acordo e durmo
Durmo e acordo
Nas mãos trago todos meus nadas
Sozinho e sem nada
Atravesso outro dia
Querendo montar peça a peça
Desse meu monte de nadas
Meu coração que é tolo
Insiste e bate por nada
Lá dentro do peito essa dor
Que continua, doendo por nada
Sem nada acordo dum sonho
E tento dar vida ao boneco
Feito de montes de nada
É meu coração, esse tolo
Que sofre por nada e por nada

Arq. Biblioteca Nacional de Lisboa
Rodrigo Gael - Portugal

⁠AS CEM CADEIRAS

Á mesa do bar que é sábado
Cem cadeiras dispostas ocupam o vazio salão
E uma só sendo usada
Sou eu que bebo sozinho
Mais uma cerveja sem álcool
Que triste sina essa minha
Boémio de noite, perdido no dia
E hoje o que só me restou
São cem cadeiras dispostas em todo o salão
Inertes guardando fantasmas
Lá fora o sol brilha
Cá dentro o negro atordoa
Noventa e nove me olham
E uma só ocupada


Rodrigo Gael - Portugal
Arq. Biblioteca Nacional de Lisboa

⁠Pelas ruas da cidade
Lentamente continuo
Me buscando bar em bar
Se há momentos que é difícil suportar
Continuo navegando
Me buscando bar em bar

⁠Sinto teu gosto despido de máscaras
Nos dias em que vivemos o sonhar
Ansiando sentirmos este eterno sabor
Tomado na boca
Sentido na alma




Arq. Biblioteca Nacional de Lisboa

⁠Queria você no Chiado
Por horas a fio guardar o meu medo
de outra vez de perder






Arq. Biblioteca Nacional de Lisboa

Queria tanto você
Nas nossas noites em Campo d’Ourique
Quando em vão tentávamos suster madrugada

Arq. Biblioteca Nacional de Lisboa

⁠A juventude precocemente ferida
Insiste em mostrar-me primeiro, a dor que me escurece o caminho
O vazio no peito, num ápice cobre o sol que em minha frente
Ora se desvanece

⁠O QUE FUI

O que fui, ficou parado na vida
Meu sorriso aberto, um dia chorou
A saudade de mim, em mim agora atordoa meu ser
O vazio me mata

Caí, e gravemente feri-me
O pesadelo acordou, já não sonho
Na cama vazia eu busco refúgio
Meu chão é meu hoje, não tenho amanhã…
Perdi ilusão

Hoje proclamo o dia da perda, não mais ouço meu grito
A vida é nefasta em mim, não creio em mais nada

A lua apagou lá no alto
O brilho do sol não volta amanhã aquecer meu viver
A cidade é vazia

O veneno não me consola, me isola e me salva do nada
Omitir pra viver, me disseram

Eu não quero

Quero ser livre, quero ser eu, e já não posso

No vento forte caí, queria poder levantar
Bater a poeira e voltar a viver
Mas…Já não posso fazer

O meu tempo foi ontem, o passado levou

Meu espelho já não mais pode me ver
Parti, fui embora de mim
No dia que a ti me dei por inteiro

E hoje por detrás dos trapos em que me escondo
Vivo estou, na letargia do tempo
Tempo que em mim parou
Nas profundezas do pântano
Que todo meu ser mergulhou

⁠Hoje em mim a vida pousou no deserto

O ar é vazio

Em vão meu peito avança pro nada

Estou só

Morri e não vi!


(Rodrigo Gael - Portugal)

⁠A tua luz será vista pelo sublime. São os que te
amam com alma e, quando assim é, não há preço à partir do olhar.

⁠Para manter a nossa paz interior, por mais
elegante que uma pessoa seja, por vezes, para se fazer entender, é preciso partir a louça toda.
Há muita gente que, ou não têm competência, ou acha que falta de presteza é virtude.

⁠Olhar para a ansiedade com óculos escuros, pode ajudar a ver melhor o que está para além da visão que nos oprime.

⁠Em véspera de tempestade profissional.
Relaxe. Faça amor.
Dê-se por inteiro, então, amanhã, trave sua árdua batalha sem cedências.

⁠Se alguém te dá inverdades, para preservar a tua
paz interior, viaje.
Mas lembre-se!
Vá sempre na direção oposta.

⁠Um dia, por pensar ficar seguro, meti-me num
casulo. Quando percebi, continuava a sofrer pois
estava preso aos meus maiores medos.

⁠A serenidade que tantos buscam, algumas vezes
está assente nos “nãos” que são precisam dar a sua própria platéia.
Aprenda a dizer NÃO

⁠Quero apenas navegar em águas serenas. Se me tentarem a desafiar mar revolto, opto por meu
porto-de-abrigo e tranquilo sigo em paz comigo mesmo.

⁠O difícil não é ser amigo do sóbrio, do saudável, do independente.
O fundamental é saber ser amigo do louco, do necessitado, do perdido nos seus pensamentos.
Difícil é se manter ao lado de quem socialmente caiu mesmo a tua frente!

⁠Criar um sonho e voar.
Voar bem alto.
Sentir em mim nascer um novo desejo.
E num abraço sem nome, poder inteiro perder-me.

⁠Se muito do que fazes não te satisfaz, talvez o
problema não esteja na obra, mas sim no obreiro. Já pensastes nisso?
É sempre hora de mudar, recomeçar em novo caminho, criar um novo projeto.
Atire-se a vida sem medo.
Quedas, feridas que marcam, fazem parte do aprendizado pessoal e das suas conquistas.