Coleção pessoal de rodrigo_lange

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⁠Turquesa

Perdido no tempo estou eu novamente,
como num traiçoeiro labirinto
numa conversa calma e tranquila,
nessa manhã perfeita de quinta.
Um homem e uma turquesa,
com todo o respeito.
Eu em casa e ela distante,
mais de dez mil quilômetros de distância.
Pobre turquesa longe de casa.
O Turco a espera
E um cão brinca comigo
em casa mesmo, apreciando um bom vinho.
Ela de meias e eu com ossinhos.
Sei que para o amor não existem distâncias,
Mas, se no labirinto do tempo adentrar.
Aqui estarei eu, nobre turquesa.
Para que vaguemos juntos nos piores hotéis de Berno City.
Com direito a massagens, risadas e muitas poesias.
Ora! que sorte seria a minha.
Sorte vinda de você turquesa,
Uma pedra turca, cheia de sorte.
Protetora e sagrada.
Um poderoso amuleto para bons cavalheiros,
Que quando perdidos recitam para as mais belas damas.

⁠Pandemia

Preso sem grades, sorrisos vendados.
O mundo mudou, o medo reinou.
Não posso senti-la, não devo beijá-la.
Sou um refém, não sou bandido.
Um Rei sem a sua Rainha.
Coração de um leão.
Sou coragem, paciência, cuidado e família.
Sou esperança, não estou sozinho.
Eu sou o pássaro que escolheu permanecer na gaiola aberta.
Sou o tubarão que se recusa a ir ao mar.
Tranquei todas as portas, mas as chaves estão todas lá!
Poupei meus amigos, nunca os esqueci!
Meu amor está em mim, não está comigo!
Sou o elefante esquecido.
A tartaruga que não sai do casco.
O escudo da família, sou resistência, eu sou essencial!
E assim, serei! Até o fim do abominável invisível.
Até que possamos ser eu e você novamente!
Meu amor, minha alegria, meu tudo!
O invisível pode até nos manter mascarados e distantes,
mas, nosso amor há de saber, que não irá transparecer.
E assim que estiver segura, meu coração será sua criatura.
E o seu ficará para sempre confortável, quente e seguro.

⁠A Mulher na Estação
A luz do Sol iluminava mais uma bela manhã de domingo,
me trazendo paz, otimismo e boas lembranças.
O tempo era longo,
E o meu trem tão pouco se encontrava,
na metade do caminho do meu vinho tinto.
Sempre degustado com segurança e cautela.
Até que eu a vi, a mulher na estação.
Que passou por mim como uma rara estrela cadente.
Despertando-me para a vida,
com seu belo sorriso.
O mais brilhante e sincero.
Uma obra mais que perfeita do Criador,
Mulher na estação que roubou meu coração.
Fez o maquinista acelerar até sair dos trilhos.
Com sua linda blusa de veludo indicando toda sua riqueza e poder,
do tipo cotelê com algodão evidenciando sua fofura e delicadeza.
Viciando um inocente e rápido olhar,
nos seus longos fios de cabelo,
cumpridos e escuros.
Demonstrando seriedade e confiança.
Confiança essa que me fez derrubar minha taça sobre ela
com o mais ilustre dos vinhos
Fazendo com que meus trilhos se alinhassem aos dela,
Bendita foi a mulher!
A mulher na estação que conquistou meu coração, meu trem e o meu precioso vinho.