Coleção pessoal de RobsonRuas
Meu grande poeta, talentosíssimo brasileiro...
as pedras que um dia se foram, continuam no caminho
iluminei-me com os teus versos, de janeiro a janeiro,
mas sem você me perco e me sinto tão sozinho!
O teu itinerário poético ainda me inspira,
os diamantes de Minas já não são tão "gerais"...
O nosso lábaro timidamente tremula
pois quem te viveu não esquece jamais!
Molha-me, oh chuva
e enxagua-me de quaisquer intempéries
que madrugaram em mim...
Esperarei o vento brando bater à minha porta
trazendo notícia de que foi só um dia
que amanheceu assim!
E, de repente, você acha que tudo está perdido
que o destino é um desatino a te apunhalar...
que o teu momento herói, passou a ser bandido,
que passou a ser antigo o que ia se realizar!
Que o grande amor, já é dor na tua vida,
que o teu mundo começou a desabar,
que não existe mais a fé, nunca esquecida,
que já é ferida a cicatriz de um estagnar!
É quando surge uma luz...
E acalenta a tua alma te dando forças,
concedendo-te o direito de, novamente, ser feliz!
Os nossos corações foram ponteados
e cuidadosamente zelados por uma flor,
que a partir do seu desabrochar
testemunhou e com carinho apadrinhou
uma estória linda, que mesmo sem mais existir,
nunca acabou!
Pelas ruas divaguei meus sonhos,
procurando em cada rosto o brilho do teu olhar...
Semblantes lânguidos misturavam-se aos prantos,
não estava ali o que eu queria encontrar.
Não estava ali o teu sorriso
e a minha incerteza era só mais uma na multidão...
Em passos trôpegos e já de sobreaviso
voltei pra casa e entreguei-me à solidão!
Na voracidade do breu
um halo em luminosidade se apodera de ti...
Circunda o teu semblante e te faz tão minha,
sem parecer que um dia te perdí!
Você é a luz que nunca se apagará em mim!
Eu quero o colo da sabedoria,
quero paciência no dia a dia
e sempre alegria no caminhar...
Quero em mim as cores da decência,
o discernimento e a luz da coerência
e a paz na vida festejar!
Há um temporal em mim,
que desbota a minha cor,
mas que mata a minha sede...
Há um vendaval em ti,
que assopra os teus segredos
mas não dispersa os teus medos...
Somos Éolo, somos tempestade
somos a vontade aparente do que queremos ser...
somos safra de uma diversidade
somos flor com espinhos, somos bem querer!
As palavras afloram,
a sensibilidade flui,
os sentidos adoram,
a tensão diminui!
O corpo quer mais,
aumenta a pulsação...
Latejam as entranhas,
comprime o coração!
O corpo se entrega...
está sedento e faminto
fareja o desejo
e segue o instinto!
As mãos que um dia te deram amor
relatam hoje em linhas tortas uma saudade
e num choro compulsivo de inconformidade,
retratam em versos toda a sua dor!
A poesia é uma seta
apontada em minha direção,
pois toda alma de poeta
diverge de qualquer razão!
Traduz-se um sentimento
à revelia de qualquer forma de emoção
e o que é expresso em palavras
pode não ser amor, mas sempre será paixão!
A natureza é poesia,
é vida, alegria e amor!
É uma canção sem verso e melodia...
É a esperança num bailar de um beija-flor!
Que o vento possa varrer toda a minha inquietude
sem esconder por debaixo do tapete a minha dor...
Que venha em forma de sangria esse acalento à alma,
que seja leve em mim toda a saudade que ficou!
A tristeza é enorme quando falta o brilho no olhar...
O corpo se entrega a uma profunda melancolia,
onde a noite traz lembranças em forma de nostalgia,
e o coração fraqueja, sem forças pra recomeçar!
O amarelar das flores indica o outono,
como o aconchego de um abraço adocica o inverno...
Para a flor, na primavera não existe abandono
E por fim, o sol brilhará! Todos verão!
Aquela flor colhida no jardim da primavera
ficou guardada no seu coração...
Não me lembro se era branca, vermelha ou amarela
só me lembro que estava nela toda nossa emoção!
O sol te sorriu e te chamou pra vida,
e mostrou que a ferida já cicatrizou...
Te devolveu a paz, antes perdida
e te ensinou o caminho mais curto do amor!
E ela me deu adeus sob a chuva,
para que eu não percebesse as suas lágrimas...
Mal sabia ela que a tempestade
estava apenas começando em mim!
E o meu peito transbordou-se... de saudade!