Coleção pessoal de robson_ribeiro_3
Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.
João encontrou Maria
Olhava pra ela com alegria
Quando ela abria o sorriso ou mexia o cabelo, João brilhava de empatia
José encontrou Teresa
Linda e radiante, e complexa
José brilhava os olhos ouvindo de tudo
Com seus gostos, histórias e rugas
João se derretia com o ar
José se enchia com as histórias
Maria se lamentou da falta de empatia
Que Tereza ganhou sem saber
Nunca pensei em repudiar o fim de semana
Nele vem tudo, tudo que tinha e se foi
Na sexta já vem as escapadas
Desviando daquelas rotinas
Se esquivando das fotos e lembranças
Na hora do almoço, na sexta, já bate a preguiça
Ando me esquivando até dos jogos da série B
Que nos momentos que eu não enxergava
Me pareciam ossos do ofício
Chega 17:00 e preciso me mover
Academia, mesmo cansado, ajuda
O alívio dura até a janta
Que maltrata com a falta do sal
Tomo banho pensando em sair
Escapar do confronto com a dor
A saída parece maltratar
Aquele que sempre se cuidou
Dizem que o tempo ajuda
A curar tudo isso que machuca
Tenho fé na rodagem da Terra
Que assopra e revela
É preciso o infortúnio para escavar certas jazidas misteriosas escondidas na inteligência humana; é preciso pressão para fazer a pólvora explodir.
SOB PRESSÃO
Não contrarie jamais o dono da verdade,
Pois quando ele rebate para se defender,
Não segue no assunto com cordialidade,
Mas sim, mostra o que pensa sobre você.
Aprendi Newton, Thévenin e kirchhoff
Hans Kelsen, Foucault, Locke e Hobbes
Mas não me preparei pra vida
Em que me tirariam sem qualquer método esperado
Meu porto e minha alegria
A roda da vida está aí
Se você não ver será amassado
Não por insuficiência física sua
Mas pelos que ela poupou
A roda vem com energia
Colocando sua virtude pro sim e não
Assumir uma posição é o segredo
Pois os poupados não te pouparão
Cada rodada deixa tristeza e alegria
Depende do ciclo que se está
Mas ela vem pra todos
No melhor e no pior momento
Você já viu uma flor amigo?
Você já viu ela sorrindo ?
Você já viu suas pétalas
Com cores, vidas e sorrisos ?
Você tem que ver amigo
A flor te mostra o horizonte
Te mostra a alegria de um dia de sol
E o bom estar do dia de chuva na cabana
A flor pode te deixar sentir o cheiro
E sair para novas primaveras
Mas sinta-se um varão beija flor
Que sentiu o sabor da natureza
A flor voltará amigo
Nada que é natural termina
Suas pétalas te encorojarão
A viver aquilo que que te facinou
O amor é difícil, sim
Ainda mais aos quarenta
Os fatos limitadores são mais frequentes
Mas o pior de tudo é nossa experiência
Já não se aposta em conversa ruim
O artificial já te põe no sofá
Os convites não convencem
Que, saindo, será melhor que estar só
A falta deles já não te mexe
As vezes é até melhor
Pois achar motivo ontem não tem
É o motivo natural de tudo isso
Dizem que a mulher é difícil de entender
Eu não creio nisso
A mulher é mais compreensível
Que um homem de quarenta
Mulher pensa no futuro amigo
Pensa no que lhe dará segurança
Isso é natural dela
Como sua tara por ela
Não pense em mudar a natureza
Pense em ter um posto seguro
Pois as aves vem
No que lhes parece crível
E não tenha preconceito
Tudo é avanço da vida
Ou se adeque a isso
Ou ficará, aqui, escrevendo
O amor é adequação
Ao que nossa carência pede
Nem sempre cumprirá de tudo
Mas aí já estaremos cegos e surdos
A amizade é também assim
Queremos o que nos ajude sim
Para prosseguir enfim
Ao passar suave e feliz
O que esperar de nós
Que sempre tem um algoz
Que não tem cara nem jeitinho
De alguém feroz
A vida é a oportunidade de estarmos
De fazermos e criarmos
É a chance se fazer concreto
O que sua alma pede
Sopra o vento, nasce o sol
Cai a chuva, vem o sereno
E você também, acontece
E vai, e sofre, e vai
Vem o dia, a noite
Aqui estamos, também
O que dita isso dita aquilo
E sofremos, e vamos
E se criam, e se distroem
E nascem e morrem
E ajudam, atrapalham
E sofremos, e vamos
E chegamos, enxergamos
E ouvimos, e surdamos
E o vento vem, e nasce o sol
E vai, e sofre, e vai
Existem coisas fundamentais
Que perturbam os pensamentos
E penso que naturais são
As escolhas menos que humanas
Frias, prefiro naturais irracionais
Sentimentos contra sentimentos
Alheios e necessários, não importa
Se não ajudar na cria, oi ?
Muda o discurso, mas não a história
Com objetivo futuro, se muda o presente
Mas, a coisa humana estraga
E o objeto é desnecessário
Amar com desconfiança
Eu te falo irmão
Quer sofrer? Eu te ajudo
Se apaixone com desconfiança
Com a supeita racional de mentiras
Eu te falo irmão
Se apaixone, por aquela que mexe tudo
Mas que não te fica nada
O sofrimento vem, e ela saberá disso
Eu te falo irmão
Seu sofrimento é parte do jogo
É que você vê mas não enxerga
Que tudo é fundamental, menos você
Eu te falo irmão
Quando sentir isso, saia
A noite a chamará
E você terá apenas desculpas
Daquelas que você sabe, irmão
Não procede em sua razão
Mas, terá algo aí dentro
Que lhe indicará tudo isso e emoção
Juízo, irmão
Sua razão não erra
Mais cedo ou mais tarde ela vem
Vazia ou viciada, te mostrará
A vida é doida parceiro
Estamos nela como todos
Como aqueles que nem sequer questionam
Pois, o rumo final, não se iludam
Mesmo que você acredite
Ela te pega na curva e de cueca
Eis que, pra ela, você não muda
Sua invergadura, além.
Ela não tem limites
Não tem regresso
Pois dela tudo vem e vai
A vida é doida parceiro
Se incorpore, se ligue
A vida é doida parceiro
Quantos antes se ligar
O estrago menor será
A vida te proporciona aquilo que você busca
O que você vê é o que determina,
Veja amor e verá amor
Veja sofrimento, e verá
Você saberá o que, no fundo, pra ti é nitido!
Confie, o amor não está no outro
O amor, é nosso, sem dúvidas
A (o) idiota, as vezes nem é
Mas, nós somos, infantis