Coleção pessoal de robertoauad
Eu sei, está escrito nos livros sagrados, nas estrelas e nas carrocerias de caminhão! Todos um dia terão que suportar um(a) louco(a). Tudo bem, faz parte da vida, mas três é demais. Vou procurar uma casa de repouso.
há um certo pavor no ar
um cheiro acre de desespero
um gosto de fim.
Só sei decompor o verbo de uma única forma.
Viverei na penumbra
até que o dia, um dia, clareie minha sina.
Já eu,
que fazia tempo com os olhos carregados
invariavelmente nublados.
Despertei!
mudo e tímido
ainda chovia lá fora e este agora não tinha guarida.
As palavras contemplam mundos
suas vírgulas e eu as odéio
sua interrogação, exclamações.
vivo neste mundo, estéticamente
qual apenas um ponto final.
Ando tão bem comigo mesmo e de modo geral com a vida, que nem o Badoo me acusando de ter matado Odete Roiteman, tira a minha alegria.
falar do amor
como!
correspondido, platônico
o esboçado, retratado no dia da noite no dia a dia.
Amor
estilhaçado, amordaçado, complacente.
o que é este pequeníssimo verbo
amor é apenas para os que sentem.
Não estou nem aí para o sentido e a métrica do poema.
O que me importa, é o que sentem as pessoas ao lê-lo.
O lúdico, não se estabelece sobre regras.
Estrela que brilha em absurdo do meu olhar,
um parco parto, o infinito, foi breve.
Rosas violetas e anéis o ver-me ti ver
caio,
momentâneamente, são nebulosas de olhos cansados
transcendo e pergunto anônimamente e inopinadamente
sorvendo um resto de lágrima
vou desconfiado, descobrindo-a de teu manto,
despí-la, um espanto.
olho-a todos os dias, estáticamente, amando-a freneticamente.
Não passa de um rascunho
Sobre tudo eu sou de longe muito longe,
do brilho do horizonte e do azul eterno.
Sobre tudo eu sou de perto muito perto,
da certeza da claridade da manhã.
E...sobretudo eu estou aqui.
Nasci no rio
vim pra minas
volto sempre
consigo estar entre as montanhas
e ver o mar de minha primeira infância.
Uma manhã frustrante
uma tarde agitada
espero da noite de lua cheia belíssima um pouco de sossego e
sempre com a esperança que o vinho me desperte.
Simplesmente
dizer-me que me ama, não basta
para o tanto e todo o resto engasgado e a espera de lhe dar este beijo
tanto tempo guardado.
Sem qualquer trégua
aqueço-me por entre suas pernas
e
quando eu falar de amor...
simplesmente aceite-o
e adormeça ao meu lado.
Sei que devo um coração,
mas lhe digo!
é acabrunhado e um pouco partido.
Chegará...
antes que tarde a última estrela da manhã.