Coleção pessoal de ricardo25vitti

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Recostar dos tempos

... Lhe dito amorosa sobre tua menina que em mim concedeu,
uma triste viagem onde a morte me mordeu,
no coração despeço da tua lua brumada...

- Foi a noite de tantos encantos que revelou,
sobre o luar a revolta dos mares nos desatou,
beijos febris, abraços em chamas,
adoentou no serenar da madrugada...

... Por que hoje nos desencontramos nas sombras?
Sobrará um beijo revelado nas estrelas?
- D'aquela estância em abreviaturas,
sono que não se achega, pois estou pertinente a lhe buscar,
naqueles cantos antigos, onde rimo as horas para vos amar...

Envolve-me em condução

... Sem querer por bem-me-quer desfalecido,
visto de longe parecia disrítmico,
sombreado em rosácea morte me entrevista.
Procuras meu medo? Não me assombro em tudo!

- Vai adiante e siga tuas passadas,
pois minha caminhada não é um subterfúgio,
fostes inundada por um oceano,
de cor fosca ao fundo, dessa situada paixão...

- Onde um amor imergia entre soluços e privações,
me entreguei ao seu encontro, desfocado,
suas mãos me levaram térreo de minhas emoções...

Algo visível e não divisível

... Estou em luto pela minha alegria que morre,
vingativa a morte não se desfaz de minhas gotas,
componho aquela canção em lágrimas,
qual encharcam meu travesseiro, sono desata...

- Passa por entre meus dedos algo insondável,
minha vida transpassada em algarismos,
faço contas de minha dor, porém não se compraz.

... Não sou um brinquedo em tuas sórdidas mãos,
sou cancioneiro das madrugadas frias e molhadas,
porém meu pranto não é uma mera ilusão...

Dura sorte

Em meu semblante poemas de amor trafegam,
nas esquinas de meu olhar,
se firmam as tristezas de um pesar,
- busco o vácuo rumo ao infinito,
lendas febris de um sonhador...

... Se vou com a escuridão,
que meu pensar custa em temer,
afugentados pelos gritos da madrugada...
Duro amor nos afogou nas promessas,
da liberdade, por libertinagem,
recitarei na cadeia, aquela saudade, por quem me usurpou...

Enxugado aos prantos

... Beiraram as rimas aquele teu xingamento,
veio minguado, quase calado,
portanto foi se afundando em meus pensamentos...

- Tal amor a mim se deparou assim,
no meu ventre jazia aquela triste memória,
de nossas almas aos nossos confins,
onde nada se acabava, porém, sim se eternizava...

... Será que o infinito tem um triste final,
ou façamos de nossas vidas, algo profundo e banal,
aonde desse oceano não vais me afogar,
serei solidão, num mundo amargurado de desilusão.

Caminho afastado

... Caminho respeitoso fez meu sangue venenoso entre as pedras,
largado e dizimado no pranteado das chuvas,
meu milagre em vida, na morte, sorte sobrevinha,
nas encostas dessa labutada vida em agonia...

- Espreitarei teu corte junto ao meu, amor peregrino lampejei,
minha estadia se encerra na melódica ponte onde cruzava os dedos,
meu jazigo junto aos mortos, por mim só sepultura não se decorria,
nem haverá de existir em minha ilustre composição,
aquela canção em cogitação...
- Serei formado de uma rima sem proclamação?

... Orgulho te fizera crescer num ponto de bala, pusera-se a existir,
fostes emigrado em meu coração as tuas límpidas lágrimas,
por descrente a algumas coisas, jamais pude descrer ao amor,
aquele que por magoado e enigmático fez-me coagir...

Perdido de amor

... Retruco... Faço birra e algazarra no seu coração,
me morde, me rasga, grita e estilhaça,
sou o vidro da nossa casa, vós a chaminé em fumaça,
sou o gramado, onde pisas, cortas e pões tuas lágrimas...

- Serei teu colchão, se deitas em mim que lhe sossego,
nos dias frios podes me deixar de lado,
pois no desespero ao frio lhe tomar,
como travesseiro e cobertor me entrego a seu agrado,
sim, lhe cobrirei diante tudo entre beijos e abraços,
esse é o amor devasso, que de malandro não tem nada,
custa mesmo assim me amar... Que farei?
Diante tudo serei eu aos teus pés feito capacho!

Dado por desencantado por encantar

... Sou antigo na minha enclausurada criança,
sou dócil feito um cão, mendigo um sermão,
das cefaléias nas noites de luar,
estás triste lá no alto acordada,
vez em quando brinco, tece-ás nas gargalhadas.

- Ela me atende em um sorriso, maroto,
fica eu em minha causa envergonhado,
pessoas percebem, me taxam de louco,
porém elas nas ruas se observam em torno...

... Eis um cara varrido por enlouquecer,
não a si, sim por amar as estrelas,
viaja em torno do espaço,
enquanto outros morrem em suas besteiras...

Sou seu adorno no pecar

... Me contive na comitiva dos peixes,
temor daquela passada se afogou no joelho,
vou entre a terra barrenta, me atolo no sofrimento,
desta visita ao remotos recreios,
da gurizada malandra - que custo recordar...

- Fui pequeno e hoje amanheço nos joelhos,
da minha mãezinha que insiste para eu ficar,
pois junto dela me esquivo - meus duros vícios,
aquele de se deixar paparicar...

... Minhas malvadezas fostes tua tristeza,
minha infância tende a perdoar,
não lhe peço, porém deixo meu orgulho e imploro,
farei tudo de novo - deixarei como em coral,
aquele menino banal, qual busca ser irreal...

Recostando na tristeza

Despoja-se da aurora temendo ao frio que se compadece,
por novo livro, me fizera de velho a seus sorrisos,
- encantou os lírios, margaridas e jasmins,
porém me adoecem no campo,
alegrias, tardanças vizinhas...

... Por avezinha me acolheu nas suas asas,
me embebedei de suas lágrimas,
onde magoado tempo se firmou,
por cúmplice de minha morte,
não fostes a velhice quem me matou.

Louco inconsciente nas duras penas inconsequente, faço-me ciente na minha loucura, do que insano em minhas desventuras...

No céu o puro abrigo

Revelações me fitam no obscuro de meus porões,
janelas e portas arrombadas,
porém meu escurecer não se abafa,
ladrões, tiros e fome buscam um abrigar-se...
Podes o frio se extinguir quando meu céu é Júpiter?

(...) Nos seus anéis nosso casamento fostes feito,
no alicerce de uma louca paixão,
fomos sondados pelo luar, distante perto está,
nos fundos de nossa casa, no gélido quintal,
tendes a formosura, qual se abrigava, ventre igual.

Perdoe nosso desligar do mundo, pra mim tudo,
pouco tempo lhe observei, por medo a tal descer,
tantas estrelas cadentes, moram nesse cubículo,
serei eu por nós o centro, ditado vínculo,
amor tardou em florescer, na tardinha vens viver...

Esse meu coma me engole, num paraíso jorrado feito bombas floridas vista do espaço, ali me afogo em meu marasmo estilhaçado...

Aquelas cadentes estrelas se colocaram sobre suas lágrimas, por quanto se estenda no universo o luar circundará essa triste esféria em busca de teu sorriso...

Diante do labirinto dos sonhos pequei em lhe esperar, porém eu prostro-me jazia no campo pela morte virdes então vós á me velar... Jaz se encera aqui quem, por bem ao mal do ponderar ao amor pusera-se a chorar...

Rimas por despedida

... Talvez por um perdido rancor, disperse minha vida,
muitas andanças, poucas jornadas se firmam,
diante de meus olhos a beleza, travestida pedia,
um pouco mais de calma pra alma, por mais sábia...

... Encontrarei você em minha volta, por não afastar,
na isolada discórdia, corações buscam se amar,
já que por tempo se requer dinheiro, vou mendigar,
talvez um pouco de alegria, deixar-me sangrar;

; pois na dor posso entender um pouco, se apaixonar,
por um mundo direito, por trocadilhos revolucionar,
na tempestade despojo-me fragilidade, vou rogar,
em poucas frações, na melodiosa vida recostar...

Sou sua isca vida, um peixe num oceano que em seu cerco me cerca, em tabelas sou levado ao alto, pouco mais, muito menos que possa imaginar, alto mar...

Na minha estéril jornada ao passado, me coloco ausente do presente, pondo um futuro insípido onde o gotejar de minhas lágrimas me referem a uma ambulante mágoa...

Nas montanhas marítimas sucumbirá nosso castelo de areia, pois nossas vidas não se distinguem desse pensamento, que começara como um sonho e no mesmo morrerá...

Engessados ao desamor

Quem me dera viver entre as fadas, no que sou fadado,
num desprezo pluralizado, sou cadente acaso,
as folhas dos ciprestes me ovacionam, por calado,
entre os montes distantes, duras rimas rechaço...

; Sou os vãos da noite, ao se calar do novo diamante,
reluz em suma vidreira, nossas floreiras, descaso,
serás o reflexo, serás tal espelho, estilhaço,
que lembrará bonançais, no sangrar teus vasos?!...

... Tua veia benigna, fostes aquela que me preservou,
no teu caule a ceiva bruta, quem me irrigou,
fora transparente ao amor, fotossíntese sintetizou,
nas arraigadas raízes, foi que do amor provou...